Estudos clínicos relacionados à higienização das mãos publicados entre 2014 e 2020: uma revisão sistemática abrangente

C Clancy ; T Delungahawatta ; C P Dunne
Título original:
Hand-hygiene-related clinical trials reported between 2014 and 2020: a comprehensive systematic review
Resumo:

Contexto: Existe o consenso de que a higienização das mãos é a maneira mais eficaz de prevenir as infecções relacionadas à assistência à saúde. No entanto, são relatados baixos índices de adesão entre os profissionais da saúde em todo o mundo. A doença do coronavírus de 2019 enfatizou ainda mais a necessidade de melhorar a adesão à higienização das mãos pelos profissionais da saúde.
Objetivo: Esta revisão sistemática abrangente apresenta uma compilação atualizada de estudos clínicos publicados entre 2014 e 2020 que avaliaram intervenções de higienização das mãos a fim de informar os líderes e profissionais da saúde sobre abordagens para reduzir a ocorrência de infecções relacionadas à assistência à saúde.
Métodos: Fizemos pesquisas nas bases de dados CINAHL, Cochrane, EMbase, Medline, PubMed e Web of Science em busca de estudos clínicos publicados entre março de 2014 e dezembro de 2020 com o tema da adesão à higienização das mãos entre profissionais da saúde. Identificamos um total de 332 artigos, dos quais 57 cumpriram os critérios de inclusão.
Resultados: Ao todo, 45 dos 57 estudos (79%) incluídos nesta revisão foram realizados na Ásia, na Europa e nos EUA. A grande maioria destes estudos clínicos foi realizada em instalações de cuidado agudo, incluindo enfermarias hospitalares e unidades de terapia intensiva. Os enfermeiros representaram o maior grupo de profissionais de saúde estudados (44 estudos, 77%), seguidos pelos médicos (41 estudos, 72%). Ao todo, 36 estudos (63%) adotaram a estratégia multimodal da Organização Mundial da Saúde ou uma variação dessa estratégia, e muitos deles registraram as oportunidades de higienização das mãos em cada um dos “Cinco Momentos”. No entanto, o registro da técnica de higienização das mãos foi incomum.
Conclusão: Tanto as intervenções únicas como as estratégias multimodais podem alcançar melhorias modestas a moderadas na adesão à higienização das mãos entre os profissionais da saúde.
 

Resumo Original:

Abstract
Background: There is general consensus that hand hygiene is the most effective way to prevent healthcare-associated infections. However, low rates of compliance amongst healthcare workers have been reported globally. The coronavirus disease 2019 pandemic has further emphasized the need for global improvement in hand hygiene compliance by healthcare workers.
Aim: This comprehensive systematic review provides an up-to-date compilation of clinical trials, reported between 2014 and 2020, assessing hand hygiene interventions in order to inform healthcare leaders and practitioners regarding approaches to reduce healthcare-associated infections using hand hygiene.
Methods: CINAHL, Cochrane, EMbase, Medline, PubMed and Web of Science databases were searched for clinical trials published between March 2014 and December 2020 on the topic of hand hygiene compliance among healthcare workers. In total, 332 papers were identified from these searches, of which 57 studies met the inclusion criteria.
Findings: Forty-five of the 57 studies (79%) included in this review were conducted in Asia, Europe and the USA. The large majority of these clinical trials were conducted in acute care facilities, including hospital wards and intensive care facilities. Nurses represented the largest group of healthcare workers studied (44 studies, 77%), followed by physicians (41 studies, 72%). Thirty-six studies (63%) adopted the World Health Organization's multi-modal framework or a variation of this framework, and many of them recorded hand hygiene opportunities at each of the 'Five Moments'. However, recording of hand hygiene technique was not common.
Conclusion: Both single intervention and multi-modal hand hygiene strategies can achieve modest-to-moderate improvements in hand hygiene compliance among healthcare workers.
 

Fonte:
The Journal of Hospital Infection ; 6: 26; 2021. DOI: 10.1016/j.jhin.2021.03.007..