Fatores que influenciam as decisões de admissão em terapia intensiva para idosos: uma revisão sistemática

Chloe Foley ; Melissa Bloomer ; Alison M Hutchinson
Título original:
Factors that influence intensive care admission decisions for older people: A systematic review
Resumo:

CONTEXTO: A população mundial está envelhecendo rapidamente, e a procura por cuidados intensivos está aumentando. As pessoas com 85 anos ou mais, conhecidas como os idosos mais velhos, são particularmente vulneráveis a doenças críticas devido aos efeitos fisiológicos do envelhecimento. As evidências em torno da admissão dos idosos mais velhos nos cuidados intensivos são limitadas. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi revisar e sintetizar de forma sistemática e abrangente as pesquisas publicadas que investigam fatores que influenciam as decisões de admissão de idosos mais velhos na unidade de terapia intensiva. MÉTODO: Esta foi uma revisão sistemática e uma síntese narrativa. Após uma busca abrangente nas bases de dados CINAHL, Embase e Medline, foram selecionados artigos de pesquisa primária revisados por pares que examinavam fatores associados à admissão ou recusa de admissão de idosos mais velhos em unidades de terapia intensiva. Os dados foram extraídos em tabelas e sintetizados de forma narrativa. RESULTADOS: Seis estudos preencheram os critérios de inclusão. Três estudos identificaram fatores associados à admissão, como maior autossuficiência pré-mórbida, preferências do paciente, alinhamento entre as metas de tratamento do paciente e dos médicos, idade inferior a 85 anos e ausência de câncer ou internação prévia em terapia intensiva. Os fatores associados à recusa da admissão foram identificados em todos os seis estudos e incluíram disponibilidade de leito limitada ou inexistente, nível de experiência do médico da UTI, pacientes considerados muito doentes ou muito bem para se beneficiar e idade mais avançada. CONCLUSÕES: São escassas as pesquisas publicadas que investigam a tomada de decisão sobre a admissão ou recusa da admissão de idosos mais velhos na unidade de terapia intensiva. O envelhecimento populacional e a crescente demanda por recursos de unidades de terapia intensiva ampliaram a necessidade de uma maior compreensão dos fatores que influenciam as decisões de admitir ou não idosos mais velhos na unidade de terapia intensiva. Esse conhecimento pode inspirar as diretrizes relativas às decisões práticas complexas sobre a admissão do idoso mais velho em uma unidade de terapia intensiva. Tais diretrizes garantiriam que as necessidades específicas dessa população sejam consideradas e reduziriam as decisões de admissão que podem prejudicar os idosos.
 

Resumo Original:

BACKGROUND: The population worldwide is rapidly ageing, and demand for intensive care is increasing. People aged 85 years and above, known as the oldest old, are particularly vulnerable to critical illness owing to the physiological effects of ageing. Evidence surrounding admission of the oldest old to the intensive care is limited. OBJECTIVE: The objective of this study was to systematically and comprehensively review and synthesise the published research investigating factors that influence decisions to admit the oldest old to the intensive care unit. METHOD: This was a systematic review and narrative synthesis. Following a comprehensive search of CINAHL, Embase, and Medline databases, peer-reviewed primary research articles examining factors associated with admission or refusal to admit the oldest old to intensive care were selected. Data were extracted into tables and narratively synthesised. RESULTS: Six studies met the inclusion criteria. Three studies identified factors associated with admission such as greater premorbid self-sufficiency, patient preferences, alignment between patient and physicians' goals of treatment, age less than 85 years, and absence of cancer, or previous intensive care admission. Factors associated with refusal to admit were identified in all six studies and included limited or no bed availability, level of ICU physician experience, patients being deemed too ill or too well to benefit, and older age. CONCLUSIONS: Published research investigating decision-making about admission or refusal to admit the oldest old to the intensive care unit is scant. The ageing population and increasing demand for intensive care unit resources has amplified the need for greater understanding of factors that influence decisions to admit or refuse admission of the oldest old to the intensive care unit. Such knowledge may inform guidelines regarding complex practice decisions about admission of the oldest old to an intensive care unit. Such guidelines would ensure the specialty needs of this population are considered and would reduce admission decisions that might disadvantage older people.
 

Fonte:
Australian critical care : official journal of the Confederation of Australian Critical Care Nurses ; S1036-7314; 2022. DOI: 10.1016/j.aucc.2021.12.006..