Impacto da Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica sobre as taxas de mortalidade, reoperação e reinternação no Brasil, um país em desenvolvimento, e no Canadá, um país desenvolvido
Resumo
Objetivo: Comparar as taxas de mortalidade, reoperação e reinternação antes e depois da implementação de uma lista de verificação de segurança cirúrgica no Brasil e no Canadá.
Desenho: Foi conduzido um estudo epidemiológico retrospectivo.
Métodos: Coletamos dados antes e após a implementação através da revisão de prontuários de pacientes para determinar as taxas de mortalidade, reoperação e reinternação.
Resultados: No Brasil, observamos uma diminuição na taxa de reinternação de 2,9% para 1,7% (p=0,518) após a implementação da lista de verificação. No Canadá, a taxa de reoperação diminuiu de 5,6% para 4,8% (p=0,649), e a mortalidade diminuiu de 1,7% para 0,9% (p=0,407) após a implementação. Na instituição brasileira, os pacientes com listas de verificação incompletas apresentaram maiores taxas de reinternação, de 1,4% para 2,4% (p=0,671), e de reoperação, de 6,8% para 10,4% (p=0,232).
Conclusões: O uso de uma lista de verificação de segurança cirúrgica não se traduziu em melhorias nos resultados estudados após a sua implementação em nenhum dos ambientes avaliados. Este resultado é possivelmente justificado pela estrutura socioeconômica de cada um destes ambientes.
Abstract
Purpose: To compare the mortality, reoperation, and readmission rates before and after the implementation of a surgical checklist in Brazil and Canada.
Design: An epidemiological, retrospective study was conducted.
Methods: Preimplementation and postimplementation data were collected via patient chart reviews to determine mortality, reoperation, and readmission rates.
Findings: In Brazil, a decrease in readmission rate from 2.9% to 1.7% (P = .518) was observed after the implementation of the checklist. In Canada, reoperation rate decreased from 5.6% to 4.8% (P = .649) and mortality from 1.7% to 0.9% (P = .407) after implementation. In the Brazilian institution, patients with incomplete checklists had increased rates of readmission, from 1.4% to 2.4% (P = .671), and reoperation, from 6.8% to 10.4% (P = .232).
Conclusions: The use of surgical checklist did not translate into improvements in the outcomes studied after its implementation in any of the scenarios evaluated. This result is possibly justified by the socioeconomic structure of each of these settings.
