Implementação de indicadores de segurança da prescrição em prisões: um estudo de métodos mistos

Aseel S Abuzour ; Esnath Magola-Makina ; James Dunlop ; Amber O'Brien ; Wael Y Khawagi ; Darren M Ashcroft ; Petra Brown
Título original:
Implementing prescribing safety indicators in prisons: A mixed methods study
Resumo:

OBJETIVOS: Examinar a prevalência de prescrições potencialmente perigosas no ambiente prisional usando indicadores de segurança da prescrição (ISPs) e explorar a sua implementação e uso na prática. MÉTODOS: Os ISPs foram identificados e revistos pela equipe do projeto após revisão da literatura e discussão em grupo nominal. Farmacêuticos em 2 centros prisionais implementaram os ISPs usando protocolos de busca em seus sistemas de prontuários médicos eletrônicos. Foram geradas as taxas de prevalência e intervalos de confiança (ICs) de 95% para cada indicador. Entrevistas semiestruturadas com 20 profissionais da saúde prisionais em toda a Inglaterra e País de Gales permitiram explorar a viabilidade da implementação e uso de ISPs em estabelecimentos prisionais. RESULTADOS: Ao todo, 13 ISPs foram implementados com sucesso, envolvendo principalmente as interações fármaco-fármaco (n=9). Cinco indicadores apresentaram taxas de prevalência elevadas: uso de anticolinérgicos em pacientes com idade ≥65 anos (Centro B: 25,8% [IC 95%: 10,4-41,2%]), falta de monitoramento antipsicótico para tratamento >12 meses (Centro A: 39,1% [IC 95%: 27,1-52,1%]; Centro B: 28,6% [IC 95%: 17,9-41,4%]), uso prolongado de hipnóticos (Centro B: 46,3% [IC 95%: 35,6-57,1%]), prescrição de antiplaquetários com anti-inflamatórios não esteroides sem proteção gastrointestinal (Centro A: 12,5% [IC 95%: 0,0-35,4%]; Centro B: 16,7% [IC 95%: 0,4-64,1%]) e inibidores seletivos de recaptação da serotonina/noradrenalina prescritos com anti-inflamatórios não esteroides/antiplaquetários sem proteção gastrointestinal (Centro A: 39,6% [IC 95%: 31,2-48,4%]; Centro B: 33,3% [IC 95%: 20,8-47,9%]). Os profissionais de saúde das prisões apoiaram o uso dos ISPs e identificaram considerações importantes para orientar o êxito da implementação, incluindo o engajamento dos profissionais e a presença de "promotores" dos ISPs. Para responder às buscas por ISPs, os participantes sugeriram oferecer apoio contextualizado aos pacientes por meio da colaboração interprofissional. CONCLUSÃO: Implementamos com sucesso um conjunto de ISPs em 2 prisões, identificando os que apresentam prevalências mais elevadas como alvos para intervenções. Em ambientes com recursos adequados e quando integradas ao fluxo de trabalho dos profissionais, as buscas por ISPs podem apoiar a segurança da prescrição em prisões.

Resumo Original:

AIMS: To examine the prevalence of potentially hazardous prescribing in the prison setting using prescribing safety indicators (PSIs) and explore their implementation and use in practice. METHODS: PSIs were identified and reviewed by the project team following a literature review and a nominal group discussion. Pharmacists at 2 prison sites deployed the PSIs using search protocols within their electronic health record. Prevalence rates and 95% confidence intervals (CIs) were generated for each indicator. Semi-structured interviews with 20 prison healthcare staff across England and Wales were conducted to explore the feasibility of deploying and using PSIs in prison settings. RESULTS: Thirteen PSIs were successfully deployed mostly comprising drug-drug interactions (n = 9). Five yielded elevated prevalence rates: use of anticholinergics if aged ≥65 years (Site B: 25.8% [95%CI: 10.4-41.2%]), lack of antipsychotic monitoring for >12 months (Site A: 39.1% [95%CI: 27.1-52.1%]; Site B: 28.6% [95%CI: 17.9-41.4%]), prolonged use of hypnotics (Site B: 46.3% [95%CI: 35.6-57.1%]), antiplatelets prescribed with nonsteroidal anti-inflammatory drugs without gastrointestinal protection (Site A: 12.5% [95%CI: 0.0-35.4%]; Site B: 16.7% [95%CI: 0.4-64.1%]), and selective serotonin/norepinephrine reuptake inhibitors prescribed with nonsteroidal anti-inflammatory drugs/antiplatelets without gastrointestinal protection (Site A: 39.6% [95%CI: 31.2-48.4%]; Site B: 33.3% [95%CI: 20.8-47.9%]). Prison healthcare staff supported the use of PSIs and identified key considerations to guide its successful implementation, including staff engagement and PSI 'champions'. To respond to PSI searches, stakeholders suggested contextualised patient support through intraprofessional collaboration. CONCLUSION: We successfully implemented a suite of PSIs into 2 prisons, identifying those with higher prevalence values as intervention targets. When appropriately resourced and integrated into staff workflow, PSI searches may support prescribing safety in prisons.

Fonte:
British Journal of Clinical Pharmacology ; 88(4): 1866-1884.; 2022. DOI: 10.1111/bcp.15107.