A internação hospitalar em quarto individual está associada a diferenças na ocorrência de infecções relacionadas à assistência à saúde, quedas, úlceras por pressão ou erros de medicação? Um experimento natural com controles não equivalentes
Objetivos: Muitos benefícios diferentes já foram atribuídos à internação hospitalar em quarto individual, incluindo uma redução na ocorrência de incidentes relacionados ao cuidado de saúde. No entanto, tais estudos só foram realizados nos EUA e há poucas evidências produzidas em outros países. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto sobre os resultados do cuidado da mudança para um hospital de cuidado a pacientes agudos recém-construído, no qual todos os quartos são individuais.
Métodos: Realizamos um experimento natural que investigou a mudança para uma instituição com 100% de quartos individuais em unidades de avaliação aguda, cirúrgicas e geriátricas. A passagem para quartos individuais foi comparada a hospitais de controle "já estabelecidos" e "recém-construídos". Medimos as taxas de queda, úlcera por pressão, erros de medicação e infecções por Staphylococcus aureus resistente à meticilina e Clostridium difficile obtidas em fontes de dados de rotina ao longo de 36 meses.
Resultados: Ao todo, 5 das 15 séries temporais nas unidades que passaram para quartos individuais revelaram alterações que coincidiram com a mudança para o novo hospital: especificamente, um aumento nas taxas de queda, úlcera por pressão e infecções por Clostridium difficile na unidade geriátrica e aumentos temporários nas taxas de queda e erros de medicação na unidade de avaliação aguda. No entanto, como o perfil de casos na unidade geriátrica mudou e como o aumento nas taxas de queda e erros de medicação na unidade de avaliação aguda não durou mais do que seis meses, não ficou demonstrado nenhum efeito claro dos quartos individuais sobre os resultados do cuidado. Não houve mudanças na ocorrência de incidentes relacionados ao cuidado de saúde que coincidisse com a passagem para o hospital de controle recém-construído.
Conclusão: Encontramos explicações alternativas plausíveis para todas as alterações nas taxas de incidentes relacionados ao cuidado de saúde que coincidiram com a passagem para quartos individuais, tais como alterações no perfil de casos ou uma perturbação como resultado da reorganização dos serviços após a mudança. Os resultados não geraram evidências de benefícios ou danos relacionados à internação em quartos individuais em termos dos resultados do cuidado, embora possa haver riscos de curto prazo associados a uma passagem para quartos individuais.
Objectives: A wide range of patient benefits have been attributed to single room hospital accommodation including a reduction in adverse patient safety events. However, studies have been limited to the US with limited evidence from elsewhere. The aim of this study was to assess the impact on safety outcomes of the move to a newly built all single room acute hospital.
Methods: A natural experiment investigating the move to 100% single room accommodation in acute assessment, surgical and older people's wards. Move to 100% single room accommodation compared to 'steady state' and 'new build' control hospitals. Falls, pressure ulcer, medication error, meticillin-resistant Staphylococcus aureus and Clostridium difficile rates from routine data sources were measured over 36 months.
Results: Five of 15 time series in the wards that moved to single room accommodation revealed changes that coincided with the move to the new all single room hospital: specifically, increased fall, pressure ulcer and Clostridium difficile rates in the older people's ward, and temporary increases in falls and medication errors in the acute assessment unit. However, because the case mix of the older people's ward changed, and because the increase in falls and medication errors on the acute assessment ward did not last longer than six months, no clear effect of single rooms on the safety outcomes was demonstrated. There were no changes to safety events coinciding with the move at the new build control site.
Conclusion: For all changes in patient safety events that coincided with the move to single rooms, we found plausible alternative explanations such as case-mix change or disruption as a result of the re-organization of services after the move. The results provide no evidence of either benefit or harm from all single room accommodation in terms of safety-related outcomes, although there may be short-term risks associated with a move to single rooms.
