O efeito da cultura de trabalho em tempo integral na qualidade e segurança do cuidado: uma revisão da literatura

Malin Rosell Magerøy ; Siri Wiig
Título original:
The effect of full-time culture on quality and safety of care – a literature review
Resumo:

Objetivo: O objetivo deste estudo é aumentar os conhecimentos e a compreensão da relação entre a cultura de trabalho em tempo integral e os resultados relacionados à qualidade e segurança do cuidado. Desenho/metodologia/abordagem: Este trabalho faz uma revisão da literatura com uma análise temática qualitativa dos resultados de qualidade ou segurança para os pacientes e profissionais ao ser introduzida uma cultura de tempo integral. Resultados: Os fatores identificados que poderiam ter um impacto positivo ou negativo na qualidade e segurança do paciente ao ser introduzida uma cultura de tempo integral foram a duração dos turnos de trabalho, fadiga/esgotamento profissional, autonomia/empoderamento e sistema/estrutura. Turnos de trabalho de mais de 12 horas ou mais de 40 horas por semana estão associados a uma maior ocorrência de eventos adversos e erros, menor qualidade no cuidado prestado ao paciente, menor atenção às preocupações de segurança e maior omissão de cuidados. Turnos de trabalho mais longos dão aos profissionais da saúde mais flexibilidade e tempo livre, mas também existe uma associação entre turnos longos e fadiga ou esgotamento. A possibilidade de escolha e a flexibilidade nos turnos de trabalho são preditores de maior bem-estar e saúde. Originalidade/valor: Um grande desafio nos serviços de saúde é a presença de pessoal qualificado em quantidade suficiente para lidar com o número crescente de pacientes. Uma das medidas para conseguir suficientes profissionais qualificados para as tarefas esperadas consiste em aumentar o número de funcionários em tempo integral e avançar em direção a uma cultura de tempo integral. Defendemos que a cultura de tempo integral terá um efeito positivo no ambiente de trabalho, na eficiência e na qualidade devido a uma melhor alocação das tarefas de trabalho, cronogramas de trabalho previsíveis, redução das faltas ao trabalho por licença médica e uma maior continuidade no tratamento e cuidado. Há poucos estudos sobre como a introdução da cultura de tempo integral afetará a qualidade e a segurança do paciente e dos profissionais, e poucos estudos têm se concentrado na relação entre turnos mais longos, horários de trabalho e qualidade e segurança do cuidado. 
 

Resumo Original:

Purpose: The purpose of this study is to increase knowledge and understanding of the relationship between full-time-culture and the outcome for quality and safety of care. Design/methodology/approach: The paper is a literature review with a qualitatively oriented thematic analysis concerning quality or safety outcomes for patients, or patients and staff when introducing a full-time culture. Findings: Identified factors that could have a positive or negative impact on quality and patient safety when introducing full-time culture were length of shift, fatigue/burnout, autonomy/empowerment and system/structure. Working shifts over 12 h or more than 40 h a week is associated with increased adverse events and errors, lower quality patient care, less attention to safety concerns and more care left undone. Long shifts give healthcare personnel more flexibility and better quality-time off, but there is also an association between long shifts and fatigue or burnout. Having a choice and flexibility around shift patterns is a predictor of increased wellbeing and health. Originality/value: A major challenge across healthcare services is having enough qualified personnel to handle the increasing number of patients. One of the measures to get enough qualified personnel for the expected tasks is to increase the number of full-time employees and move towards a full-time culture. It is argued that full-time culture will have a positive effect on work environment, efficiency and quality due to a better allocation of work tasks, predictable work schedule, reduced sick leave, and continuity in treatment and care. There is limited research on how the introduction of full-time culture will affect the quality and safety for patients and staff, and few studies have been focusing on the relationship between longer shift, work schedule, and quality and safety of care. 

Fonte:
International Journal of Health Governance ; 2023. DOI: doi.org/10.1108/IJHG-11-2022-0106.