Sitters como uma estratégia de segurança do paciente para reduzir a ocorrência de quedas em hospitais: uma revisão sistemática

Greeley AM ; Tanner EP ; Mak S ; Begashaw MM ; Miake-Lye IM ; Shekelle PG
Título original:
Sitters as a Patient Safety Strategy to Reduce Hospital Falls: A Systematic Review
Resumo:

CONTEXTO:
Os "patient sitters" são funcionários de hospitais que permanecem junto do paciente velando por seu conforto e segurança, sendo frequentemente usados para pacientes com alto risco de quedas. No entanto, representam um custo elevado e a sua efetividade não está clara.
OBJETIVO:
Fazer uma revisão das evidências sobre o efeito dos sitters e de abordagens alternativas sobre as quedas de pacientes em hospitais de cuidado agudo.
FONTES DE DADOS:
Fizemos pesquisas na base de dados PubMed até 8 de outubro de 2019, em outras bases de dados desde o início até dezembro de 2018, estudamos as citações em artigos selecionados e realizamos uma pesquisa no Google (em 22 de outubro de 2019).
SELEÇÃO DE ESTUDOS:
Incluímos estudos em língua inglesa com qualquer desenho experimental que avaliassem o efeito da adição de sitters ao cuidado habitual ou que comparassem as alternativas aos sitters (tais como monitores de vídeo ou "unidades de observação próxima") para pacientes adultos em enfermarias gerais de hospitais de cuidado agudo e que relatassem as quedas como um desfecho primário.
EXTRAÇÃO DE DADOS:
Dois revisores extraíram os dados e avaliaram o risco de vieses; um revisor único, seguido de uma discussão em grupo, avaliou o grau de certeza das evidências segundo os critérios GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation).
SÍNTESE DE DADOS:
Dos 20 estudos que atenderam aos critérios de inclusão, 2 acrescentaram sitters ao cuidado habitual e 18 compararam alternativas aos sitters. Dentre os estudos incluídos, houve 11 estudos de séries temporais, 1 estudo retrospectivo quase-experimental e 8 estudos do tipo pré/pós-intervenção; não houve estudos randomizados. Todos os estudos apresentaram pelo menos uma limitação metodológica. Dois estudos apresentaram evidências de muito baixa certeza de que a adição de sitters reduziu a ocorrência de quedas. Oito estudos apresentaram evidências de certeza moderada de que as suas intervenções, que incluíram o monitoramento por vídeo, reduziram o uso de sitters e não afetaram ou reduziram o número de quedas. Evidências de muito baixa certeza sugeriram que intervenções como ferramentas de avaliação por enfermeiros (3 estudos) ou uma unidade de observação próxima (2 estudos) representaram alternativas efetivas ao uso de sitters.
LIMITAÇÕES:
Nenhum estudo apresentou um baixo risco de vieses; o risco de viés de publicação é provável, e alguns estudos podem não ter sido incluídos na análise.
CONCLUSÃO:
Embora o uso de sitters tenha uma lógica convincente, há poucas evidências de que a sua inclusão no cuidado habitual reduza a ocorrência de quedas.
FONTE DE FINANCIAMENTO PRINCIPAL:
Veterans Affairs Quality Enhancement Research Initiative. (PROSPERO: CRD42019127424).
 

Resumo Original:

BACKGROUND:
Bedside "sitters" are often used for patients at high risk for falls, but they are expensive and their effectiveness is unclear.
PURPOSE:
To review evidence about the effect of sitters and alternatives to sitters on patient falls in acute care hospitals.
DATA SOURCES:
PubMed searches to 8 October 2019, other databases from inception to December 2018, citation searches on key articles, and a Google search (22 October 2019).
STUDY SELECTION:
English-language studies of any design that assessed the effect of adding sitters to usual care or compared alternatives to sitters (for example, video monitors or "close observation units") for adult patients on general wards of acute care hospitals and reported falls as a primary outcome.
DATA EXTRACTION:
Dual-reviewer extraction of study data and risk of bias; single reviewer with group discussion for GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation) certainty of evidence.
DATA SYNTHESIS:
Of 20 studies meeting inclusion criteria, 2 added sitters to usual care and 18 compared alternatives to sitters. There were no randomized trials, 11 time-series studies, 1 retrospective quasi-experimental study, and 8 pre-post studies. All studies had at least 1 methodological limitation. Two studies provided very-low-certainty evidence that adding sitters reduced falls. Eight studies provided moderate-certainty evidence that interventions that included video monitoring reduced sitter use and either did not affect or reduced the number of falls. Very-low-certainty evidence suggested that interventions that included nurse assessment tools (3 studies) or a close observation unit (2 studies) were effective alternatives to sitters.
LIMITATION:
No studies had low risk of bias, publication bias is likely, and studies may have been missed.
CONCLUSION:
Despite a compelling rationale, evidence is scant that adding sitters to usual care reduces falls.
PRIMARY FUNDING SOURCE:
Veterans Affairs Quality Enhancement Research Initiative. (PROSPERO: CRD42019127424).
 

Fonte:
Annals of Internal Medicine ; 172(5): 317-324; 2020. DOI: 10.7326/M19-2628.