Complicações não infecciosas da transfusão de sangue
A prática de transfusão de sangue percorreu um longo caminho com o passar dos séculos, com muitos avanços feitos para sua segurança. O componente sanguíneo transfundido pode ser um componente celular – como glóbulos vermelhos (RBC), plaquetas, glóbulos brancos (WBC) – ou não celular – como plasma ou produtos derivados do plasma. Não há substituto adequado disponível para esses componentes, tornando seu uso inevitável nos pacientes que precisam desses produtos. Quando transfundidos, esses componentes são materiais estranhos que impõem o risco de uma reação.
A transfusão de sangue nunca foi tão segura como hoje, mas ainda não está completamente livre de eventos adversos. Os avanços na tecnologia para exames de sangue ao longo dos anos e muita ênfase na triagem de doadores reduziram os eventos adversos relacionados à transfusão, especialmente a transmissão de agentes infecciosos; no entanto, as complicações não infecciosas continuam sendo um risco sério. A vigilância conduzida pelo esquema de hemovigilância Serious Hazards of Transfusion (SHOT - Riscos Graves de Transfusão) no Reino Unido forneceu uma visão geral abrangente da incidência de vários eventos adversos relacionados à transfusão. Nos EUA, o risco de reações adversas decorrentes de transfusão de sangue é de 0,2%, dos quais mais de 80% são reações alérgicas ou reações não hemolíticas febris. Isso mostra a carga de complicações não infecciosas da transfusão.
Eventos adversos não infecciosos relacionados à transfusão podem ocorrer devido a uma ampla variedade de razões específicas para um componente sanguíneo, quantidade de transfusão e erro humano. Portanto, a compreensão da etiologia e fisiopatologia dessas reações é crucial para os profissionais médicos envolvidos com transfusões de sangue. Além disso, modificações nas práticas clínicas e laboratoriais podem mitigar a incidência e o impacto desses eventos adversos.