Associação entre despesas do Medicare e eventos adversos em pacientes com infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca ou pneumonia nos Estados Unidos

Yun Wang ; Noel Eldridge ; Mark L Metersky ; Nancy Sonnenfeld ; David Rodrick ; Jonathan M Fine ; Sheila Eckenrode
Título original:
Association Between Medicare Expenditures and Adverse Events for Patients With Acute Myocardial Infarction, Heart Failure, or Pneumonia in the United States
Resumo:

Importância: Foi demonstrado que os eventos adversos estão associados a maiores despesas durante a internação, mas há poucos dados contemporâneos sobre a associação entre despesas e eventos adversos para além da internação.
Objetivo: Avaliar se as taxas de eventos adversos de hospitais específicos estão associadas a despesas do Medicare em episódios de cuidado de 30 dias, específicas para hospitais e padronizadas segundo o risco, em pacientes incluídos em sistemas de pagamento por serviço, que receberam alta hospitalar por infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC) ou pneumonia.
Desenho, ambiente e participantes: Este estudo transversal utilizou dados de 2011 a 2016 dos Centers for Medicare & Medicaid Services sobre despesas com episódios de cuidado de saúde de 30 dias, padronizados por hospitais, e dados sobre eventos adversos hospitalares extraídos de prontuários do Medicare Patient Safety Monitoring System. Foram incluídos hospitais de cuidado agudo que tratassem de pelo menos 25 pacientes do Medicare dos EUA com IAM, IC ou pneumonia pelo sistema de pagamento por serviço. Os participantes foram pacientes do Medicare com 65 anos ou mais hospitalizados por IAM, IC ou pneumonia incluídos no Medicare Patient Safety Monitoring System de 2011 a 2016. A análise foi feita entre 16 de julho de 2017 e 21 de maio de 2018.
Desfechos e medidas principais: Despesas dos hospitais com episódios de cuidado em 30 dias, padronizadas pelo risco, e taxa de ocorrência de eventos adversos para os quais os pacientes estavam em risco.
Resultados: A amostra final do estudo incluiu 2.194 hospitais diferentes e 44.807 pacientes (26,1% IAM, 35,6% IC e 38,3% pneumonia) com uma idade média (DP) de 79,4 (8,6) anos, dos quais 52,0% eram mulheres. A amostra envolveu 84.766 exposições para IAM, 96.917 para IC e 109.641 para pneumonia. As características dos pacientes variaram segundo a doença, mas não segundo a categoria de despesas. As despesas médias (DP) por hospitalização, padronizadas pelo risco, foram de US$ 22.985 (US$ 1.579) para IAM, US$ 16.020 (US$ 1.416) para IC e US$ 16.355 (US$ 1.995) para pneumonia. As taxas médias, padronizadas pelo risco, de ocorrência de eventos adversos para os quais os pacientes estavam em risco foram de 3,5% (IC 95%, 3,4-3,6%) para IAM, 2,5% (IC 95%, 2,5-2,5%) para IC e 3,0% (IC 95%, 2,9-3,0%) para pneumonia. Um aumento de 1 ponto percentual na taxa de ocorrência de eventos adversos esteve associado a um aumento nas despesas padronizadas pelo risco, por alta hospitalar, de US$ 103 (IC 95%, US$ 57-150) para IAM, US$ 100 (IC 95%, US$ 29-172) para IC e US$ 152 (IC 95%, US$ 73-232) para pneumonia.
Conclusões e relevância: Os hospitais com altas taxas de eventos adversos tiveram uma maior probabilidade de apresentar altas despesas com episódios de cuidado em 30 dias em pacientes que receberam alta hospitalar com IAM, IC ou pneumonia.
 

Resumo Original:

Importance: Studies have shown that adverse events are associated with increasing inpatient care expenditures, but contemporary data on the association between expenditures and adverse events beyond inpatient care are limited.
Objective: To evaluate whether hospital-specific adverse event rates are associated with hospital-specific risk-standardized 30-day episode-of-care Medicare expenditures for fee-for-service patients discharged with acute myocardial infarction (AMI), heart failure (HF), or pneumonia.
Design, setting, and participants: This cross-sectional study used the 2011 to 2016 hospital-specific risk-standardized 30-day episode-of-care expenditure data from the Centers for Medicare & Medicaid Services and medical record-abstracted in-hospital adverse event data from the Medicare Patient Safety Monitoring System. The setting was acute care hospitals treating at least 25 Medicare fee-for-service patients for AMI, HF, or pneumonia in the United States. Participants were Medicare fee-for-service patients 65 years or older hospitalized for AMI, HF, or pneumonia included in the Medicare Patient Safety Monitoring System in 2011 to 2016. The dates of analysis were July 16, 2017, to May 21, 2018.
Main outcomes and measures: Hospitals' risk-standardized 30-day episode-of-care expenditures and the rate of occurrence of adverse events for which patients were at risk.
Results: The final study sample from 2194 unique hospitals included 44 807 patients (26.1% AMI, 35.6% HF, and 38.3% pneumonia) with a mean (SD) age of 79.4 (8.6) years, and 52.0% were women. The patients represented 84 766 exposures for AMI, 96 917 exposures for HF, and 109 641 exposures for pneumonia. Patient characteristics varied by condition but not by expenditure category. The mean (SD) risk-standardized expenditures were $22 985 ($1579) for AMI, $16 020 ($1416) for HF, and $16 355 ($1995) for pneumonia per hospitalization. The mean risk-standardized rates of occurrence of adverse events for which patients were at risk were 3.5% (95% CI, 3.4%-3.6%) for AMI, 2.5% (95% CI, 2.5%-2.5%) for HF, and 3.0% (95% CI, 2.9%-3.0%) for pneumonia. An increase by 1 percentage point in the rate of occurrence of adverse events was associated with an increase in risk-standardized expenditures of $103 (95% CI, $57-$150) for AMI, $100 (95% CI, $29-$172) for HF, and $152 (95% CI, $73-$232) for pneumonia per discharge.
Conclusions and relevance: Hospitals with high adverse event rates were more likely to have high 30-day episode-of-care Medicare expenditures for patients discharged with AMI, HF, or pneumonia.
 

Fonte:
Jama Network Open ; 3(4): 202142; 2020. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2020.2142.