Indicações para a desinfecção das mãos e luvas no Suporte Avançado de Vida Cardiovascular: um estudo de simulação com manequins

Stefan Bushuven ; Joachim Bansbach ; Michael Bentele ; Stefanie Bentele ; Bianka Gerber ; Nicolas Reinoso-Schiller ; Simone Scheithauer
Título original:
Indications for hand and glove disinfection in Advanced Cardiovascular Life Support: A manikin simulation study
Resumo:

Resumo
Contexto e objetivo: Não existem estudos sobre a higienização das mãos durante a reanimação cardiopulmonar (RCP), embora esses pacientes apresentem um alto risco de infecções relacionadas à assistência à saúde. Procuramos avaliar o número de higienizações das mãos indicadas por caso de RCP em geral e a fração que poderia ser realizada sem atrasos no caso de outras técnicas utilizadas para salvar a vida do paciente por meio de observações padronizadas.
Materiais e métodos: Em 2022, conduzimos cursos de Suporte Avançado de Vida Cardiovascular (SAVC) durante 4 dias, praticando 33 vinhetas de casos de SAVC com a medição padronizada das frações de compressão torácica e do número de indicações para a higienização das mãos. Ao todo, 9 profissionais da saúde (seis enfermeiros e três médicos) participaram do estudo.
Resultados: Conduzimos um total de 33 cenários de treinamento, que resultaram em 613 indicações para desinfecção das mãos. Destas, 150 (24%) ocorreram antes do contato com o paciente e 310 (51%) antes de atividades assépticas. Em 282 destas 310 (91%) indicações, que são aquelas com maior impacto na segurança do paciente, o responsável foi o administrador de medicamentos; em 28 das 310 (9%) indicações, o responsável foi o profissional que realizou a gestão das vias aéreas. Dependendo do cenário, e presumindo que 15 segundos sejam suficientes para a desinfecção com álcool, 56 a 100% (média de 84,1%, DP ± 13,1%) de todas as indicações poderiam ter sido realizadas sem atrasar a reanimação do paciente. As porcentagens foram mais baixas para um tempo de exposição de 30 segundos.
Conclusão: Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a investigar a viabilidade da higienização das mãos em um cenário de RCP com manequins. Mesmo que a viabilidade tenha sido superestimada devido à forma como o estudo foi conduzido, a conclusão fundamental é que uma parte relevante das indicações da OMS para desinfecção das mãos pode ser implementada sem comprometer a qualidade durante o cuidado agudo, aumentando assim a qualidade geral do cuidado prestado ao paciente.
 

Resumo Original:

Abstract
Background and aim: There are no investigations on hand hygiene during cardiopulmonary resuscitation (CPR), even though these patients are at high risk for healthcare-associated infections. We aimed to evaluate the number of indicated hand hygiene per CPR case in general and the fraction that could be accomplished without delay for other life-saving techniques through standardized observations.
Materials and methods: In 2022, we conducted Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS) courses over 4 days, practicing 33 ACLS case vignettes with standard measurements of chest compression fractions and hand hygiene indications. A total of nine healthcare workers (six nurses and three physicians) participated.
Results: A total of 33 training scenarios resulted in 613 indications for hand disinfection. Of these, 150 (24%) occurred before patient contact and 310 (51%) before aseptic activities. In 282 out of 310 (91%) indications, which have the highest impact on patient safety, the medication administrator was responsible; in 28 out of 310 (9%) indications, the airway manager was responsible. Depending on the scenario and assuming 15 s to be sufficient for alcoholic disinfection, 56-100% (mean 84.1%, SD ± 13.1%) of all indications could have been accomplished without delaying patient resuscitation. Percentages were lower for 30-s of exposure time.
Conclusion: To the best of our knowledge, this is the first study investigating the feasibility of hand hygiene in a manikin CPR study. Even if the feasibility is overestimated due to the study setup, the fundamental conclusion is that a relevant part of the WHO indications for hand disinfection can be implemented without compromising quality in acute care, thus increasing the overall quality of patient care.
 

Fonte:
Frontiers in Medicine ; 6(9): 1025449.; 2024. DOI: 10.3389/fmed.2022.1025449..