Prevenção e controle de infecções em hospitais da Indonésia: identificação dos pontos fortes, lacunas e desafios

Indri Rooslamiati Supriadi ; Cynthia P. Haanappel, ; Leli Saptawati ; Nani H. Widodo ; Gortap Sitohang ; Yuslely Usman ; Ida Bagus Anom
Título original:
Infection prevention and control in Indonesian hospitals: identification of strengths, gaps, and challenges
Resumo:

Contexto: A prevenção e o controle de infecções (PCI) em hospitais são fundamentais para prestar um cuidado seguro aos pacientes. Atualmente, não existem dados sobre a implementação de programas de PCI em hospitais da Indonésia. O objetivo deste estudo foi avaliar o nível existente de PCI por meio de um inquérito nacional, usando uma ferramenta de avaliação da Organização Mundial da Saúde (IPC assessment framework tool, IPCAF), e identificar pontos fortes, lacunas e desafios dos programas.
Métodos: Conduzimos um estudo transversal de julho a novembro de 2021. De todos os hospitais gerais na Indonésia, selecionamos 20% (N=475) usando uma amostragem aleatória estratificada por classe (A, B, C e D; classe D com máximo de 50 leitos e classe A com ≥250 leitos) e região. Traduzimos a ferramenta IPCAF para o indonésio e a testamos em quatro hospitais. Adicionamos perguntas sobre os desafios na implementação dos programas de PCI. Apresentamos aqui os escores quantitativos na IPCAF como mediana (mínimo-máximo). Os níveis de PCI foram calculados de acordo com as ferramentas da OMS.
Resultados: Ao todo, 355 hospitais (74,7%) participaram do estudo. A pontuação mediana geral na IPCAF foi de 620,0 (535,0-687,5). A maior parte dos hospitais teve seu nível de PCI avaliado como avançado (56,9% dos hospitais), seguido por intermediário (35,8%), básico (7,0%) e inadequado (0,3%). Na região leste do país, a maioria dos hospitais obteve um nível intermediário. Dos oito componentes centrais, o que obteve a melhor pontuação foi o elemento relacionado às diretrizes de PCI. Quase todos os hospitais possuíam diretrizes sobre os tópicos mais importantes, incluindo a higienização das mãos. Os componentes centrais com a menor pontuação foram a vigilância de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), educação e treinamento e estratégias multimodais. Embora >90% dos hospitais tenham afirmado realizar a vigilância das IRAS, 57,2% informaram não contar com capacidade laboratorial de microbiologia adequada para garantir a sua vigilância. Os desafios relatados com mais frequência na implementação de programas de PCI foram a comunicação com a administração hospitalar, seguida pela indisponibilidade de resultados de testes de suscetibilidade antimicrobiana e insuficiência de pessoal de enfermagem dedicado à PCI em tempo integral.
Conclusão: O nível de PCI na maioria dos hospitais indonésios foi avaliado como avançado, mas não houve uma distribuição uniforme pelo país. A IPCAF, combinada à realização de entrevistas, permitiu identificar várias áreas prioritárias para intervenções destinadas a melhorar a PCI nos hospitais da Indonésia.
 

Resumo Original:

Abstract
Background: Infection prevention and control (IPC) in hospitals is key to safe patient care. There is currently no data regarding the implementation of IPC in hospitals in Indonesia. The aim of this study was to assess the existing IPC level in a nationwide survey, using the World Health Organization (WHO) IPC assessment framework tool (IPCAF), and to identify strengths, gaps, and challenges.
Methods: A cross-sectional study was conducted from July to November 2021. Of all general hospitals in Indonesia, 20% (N = 475) were selected using stratified random sampling based on class (A, B, C and D; class D with a maximum of 50 beds and class A with ≥ 250 beds) and region. The IPCAF was translated into Indonesian and tested in four hospitals. Questions were added regarding challenges in the implementation of IPC. Quantitative IPCAF scores are reported as median (minimum-maximum). IPC levels were calculated according to WHO tools.
Results: In total, 355 hospitals (74.7%) participated in this study. The overall median IPCAF score was 620.0 (535.0-687.5). The level of IPC was mostly assessed as advanced (56.9% of hospitals), followed by intermediate (35.8%), basic (7.0%) and inadequate (0.3%). In the eastern region of the country, the majority of hospitals scored intermediate level. Of the eight core components, the one with the highest score was IPC guidelines. Almost all hospitals had guidelines on the most important topics, including hand hygiene. Core components with the lowest score were surveillance of healthcare-associated infections (HAIs), education and training, and multimodal strategies. Although > 90% of hospitals indicated that surveillance of HAIs was performed, 57.2% reported no availability of adequate microbiology laboratory capacity to support HAIs surveillance. The most frequently reported challenges in the implementation of IPC were communication with the management of the hospitals, followed by the unavailability of antimicrobial susceptibility testing results and insufficient staffing of full-time IPC nurses.
Conclusion: The IPC level in the majority of Indonesian hospitals was assessed as advanced, but there was no even distribution over the country. The IPCAF in combination with interviews identified several priority areas for interventions to improve IPC in Indonesian hospitals.
 

Fonte:
Antimicrobial resistance and infection control ; 12(1): 6; 2024. DOI: 10.1186/s13756-023-01211-5..