Consumo de preparação alcoólica para as mãos: monitoramento do volume de preparação alcoólica para as mãos utilizado para cada 1.000 pacientes-dia
Volume de preparação alcoólica para as mãos, utilizado para cada 1000 pacientes-dia.
Processo
Segurança
Volume (em litros) de preparação alcoólica para as mãos
Pacientes-dia.
Paciente-dia:
Unidade de medida que representa a assistência prestada a um paciente internado durante um dia hospitalar. O número de pacientes-dia de um serviço, em um determinado período de tempo, é definido pela soma do total de pacientes a cada dia de permanência, em determinada unidade. Pode ser entendido como o somatório mensal do senso diário de pacientes de uma unidade.
Fonte (ANVISA, 2010)
Higiene simples das mãos:
ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum, sob a forma líquida.
Higiene antisséptica das mãos:
ato de higienizar as mãos com água e sabonete associado a agente antisséptico.
Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica:
Aplicação de preparação alcoólica nas mãos para reduzir a carga de microrganismos sem a necessidade de enxague em água ou secagem com papel toalha ou outros equipamentos.
1. Preparação alcoólica para higiene das mãos sob a forma líquida: preparação contendo álcool, na concentração final entre 60% a 80% destinadas à aplicação nas mãos para reduzir o número de micro-organismos. Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulação para evitar o ressecamento da pele.
2. Preparação alcoólica para higiene das mãos sob as formas gel, espuma e outras: preparações contendo álcool, na concentração final mínima de 70% com atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratório in vitro (teste de suspensão) ou in vivo, destinadas a reduzir o número de micro-organismos. Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulação para evitar o ressecamento da pele.
Antisséptico degermante:
Sabão (detergente) contendo um agente anti-séptico em sua formulação; se destina à degermação da pele. Exemplo: Clorexidinadegermante a 4%; PVPI a 10%.
Detergentes:
São compostos que apresentam ação de limpeza (Exemplo: surfactantes). O termo sabão é usado para se referir a estes detergentes.
A correta higiene das mãos (HM) nos serviços de saúde previne as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), garantindo a segurança do paciente, dos profissionais de saúde e de todos aqueles envolvidos nos cuidados aos pacientes.
Foi demonstrado que a maior adesão à higiene das mãos (lavagem das mãos ou uso de soluções à base de álcool) é capaz de interromper surtos infecciosos em instituições de saúde, reduzir a transmissão de organismos resistentes a antibióticos (por exemplo, Staphylococcus aureus resistente à meticilina) e reduzir as taxas gerais de infecção, além de ser a maneira mais barata de prevenir infecções nosocomiais (Pittetet al., 2000; Boyce& Pittet,2002). Também está demonstrado que a desinfecção das mãos é o método mais efetivo de higiene das mãos (Lucetet al., 2002).
O estudo “AntimicrobialResistancePreventionandControl” avaliou a organização, componentes e recursos humanos de programas de controle de infecções em hospitais europeus. Foi realizada uma pesquisa baseada em questionários sobre as políticas e procedimentos implementados em 2001 para a vigilância e controle de infecções nosocomiais e resistência antibiótica; a pesquisa envolveu 169 hospitais de atendimento agudo de 32 países europeus, categorizados por cinco regiões geográficas. Em 72% dos hospitais existiam programas formais de controle de infecções (CI), e um comitê multidisciplinar de CI estava em operação em 90%. Diretrizes escritas promoviam a higiene das mãos entre os profissionais da saúde em 89% dos hospitais, a educação em 85% e a auditoria em 46%. Havia diretrizes recomendando o uso de soluções à base de álcool (70%) e/ou de sabão medicado/antisséptico (43%) para a descontaminação das mãos sem sujeira visível. O uso de soluções à base de álcool variava de região em região, desde 41% no sul da Europa até 100% no norte, em comparação com o uso de sabão medicado em 77% dos hospitais no sul da Europa e 11% no norte (p < 0,01). Estes achados mostraram que os programas de CI em hospitais europeus apresentam grandes deficiências em termos de recursos humanos e políticas (Lucetet al., 2002).
No Brasil, estudo sobre a acessibilidade da estrutura física hospitalar para a prática da higienização das mãos, em um hospital da região noroeste do Paraná, mostrou escassez de insumos e equipamentos para a higienização das mãos (tais como, pias, dispensadores, ou cartazes sobre técnicas de higienização das mãos, além de outros) (Prado et al., 2013).
Revisão de Literatura realizada por Oliveira & Paula (2011) para identificar os diferentes métodos utilizados para avaliação da aderência à higienização das mãos, mostrou que a metodologia mais usada foi a observação direta das oportunidades de HM, e a menos frequente o cálculo indireto pelo consumo de recursos.
No Brasil, este indicador foi incluído como indicador obrigatório do PROTOCOLO PARA A PRÁTICA DE HIGIENE DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE, integrante do Programa Nacional de Segurança do Paciente.
O indicador é utilizado em muitos hospitais da Escandinávia, Inglaterra, França e outras partes da Europa. O indicador faz parte do programa AccréditationdesMédecins da Haute Autorité de Santé, na França. Ainda assim, não foram identificadas evidências científicas específicas que descrevam seu teste clínico e validação.
Este indicador tem sido usado no Hospital Universitário de Aarhus, da Dinamarca, juntamente com outros cinco indicadores de segurança do paciente, relacionados à higiene das mãos. O padrão para este indicador no primeiro ano de monitoramento foi um aumento de 50% no uso para desinfecção das mãos.
Este indicador tem o objetivo de monitorar o consumo de álcool usado para a higiene das mãos. Ele é relevante para a melhoria de qualidade, acreditação e contenção de custos, pois as internações prolongadas devido a infecções têm um impacto econômico considerável.
O padrão para comparação indicado é o monitoramento mensal.
Registro de compra/entrega de álcool para a higiene das mãos
1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE. 2007.
2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Indicadores Nacionais de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Unidade de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos – UIPEA. Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde - GGTES. Setembro de 2010.
3. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). SEGURANÇA DO PACIENTE. Higienização das mãos, s/d.
4. Boyce JM, Pittet D. Guideline for Hand Hygiene in Health-Care Settings: recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. Infect Control HospEpidemiol 2002 Dec;23(12 Suppl):S3-40.
5. Kristensen S, Mainz J, Bartels P. Catalogue of Patient Safety Indicators. Safety Improvement for Patients in Europe. SImPatIE - Work Package 4 [Internet]. March 2007. [capturado 16 set. 2007]. Disponível em: http://www.hope.be/03activities/docsactivities/SIMPATIE_Patient_safety_indicators_Professionals.pdf.
6. Lucet JC, Rigaud MP, Mentre F, Kassis N, Deblangy C, Andremont A, et al. Hand contamination before and after different hand hygiene techniques: a randomized clinical trial. J Hosp Infect 2002 Apr;50(4):276-80.
7. Ministério da Saúde. Anvisa. Fiocruz. Anexo 01: PROTOCOLO PARA A PRÁTICA DE HIGIENE DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE. Protocolo integrante do Programa Nacional de Segurança do Paciente. 09/07/2013.
8. Oliveira, Adriana Cristina de; Paula, Adriana Oliveira de. Monitoração da adesão à higienização das mãos: uma revisão de literatura. Acta paul. enferm., São Paulo , v. 24, n. 3, 2011.
9. Pittet D, Hugonnet S, Harbarth S, Mourouga P, Sauvan V, Touveneau S, et al. Effectiveness of a hospital-wide programme to improve compliance with hand hygiene. InfectionControlProgramme. Lancet 2000 Oct14;356(9238):1307-12.
10. Prado, Maria Fernanda do; Hartmann, Talita Priscila Scomparin; Teixeira Filho, Leône Alberto. Acessibilidade da estrutura física hospitalar para a prática da higienização das mãos. Esc. Anna Nery,Rio de Janeiro , v. 17, n. 2, jun. 2013 .