Densidade de incidência de infecção primária de corrente sanguínea (IPCS) em pacientes em uso de cateter venoso central (CVC), internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica/ Neonatal

Fonte
Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ); Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
Definição

Número de casos novos de infecção primária de corrente sanguínea (IPCS), em pacientes em uso de cateter venoso central (CVC), internados em unidades terapias intensivas (UTI), pediátricas/neonatais, vezes 1000.

Nível de Informação
Dimensão da Qualidade
Numerador

Subdivisão do numerador em dois:

1. Número de casos novos de infecção de corrente sanguínea laboratorial (com confirmação microbiológica) - IPCSL, no período.

2. Número de casos novos de infecção de corrente sanguínea clínica - IPCSC (sem confirmação laboratorial), no período.

Denominador

Cateter venoso central-dia no período

Racionalidade

Infecções devido a dispositivos médicos são uma grande preocupação para aqueles que cuidam de recém-nascidos criticamente doentes e crianças. Essas infecções representam um problema iatrogênico significativo na assistência à saúde pediátrica. Infecções de corrente sangüínea associadas a dispositivo vascular central foram o local mais comum de infecção em uma amostra de unidades de terapia intensiva pediátrica, entre 1992 e 1997 (Richards et al., 1999). Diretrizes da prática foram publicadas em uma tentativa de diminuir os índices de infecções relacionadas a cateteres intravasculares (O'Grady et al., 2002; Garland et al., 2002).

Alguns grupos de pesquisadores analisaram as taxas deste indicador, mas utilizando uma definição que difere ligeiramente da definição proposta para crianças. Um dos resultados foi uma taxa de 1,89 por 1.000 altas (National Healthcare Quality Report, 2003). Miller et al. (2003) encontraram uma incidência de “infecção atribuída a procedimentos" de 0,13 por 1.000 altas entre crianças de 0-18 anos. Usando a definição deste indicador de segurança do paciente para adultos, Miller & Zhan (2004) analisaram internações pediátricas e encontraram uma taxa de 1,3 por 1.000 altas. Sedman et al. (2004) observaram taxas variando entre 3,2 por 1.000 altas, em 1999, e de 4,0 por 1.000 altas em 2002 (ou seja, mostrando uma ligeira tendência ascendente ao longo do tempo). Além disso, Miller & Zhan (2000) observaram que esta complicação resultou em um aumento do tempo médio de permanência e em custos mais elevados das internações.

Ajuste de Risco

Três grupos de risco:

1. Grupo de Alto Risco - pacientes com imunodeficiência (HIV e AIDS, distúrbios do sistema imunológico), doenças de alto risco (desnutrição grave, doença de células brancas do sangue, insuficiência renal e síndrome do intestino curto), transplante e TODOS os cânceres;

2. Grupo de Risco Intermediário - doenças de risco intermediário: pacientes imunodeficientes com risco intermediário (lúpus e doenças auto-imunes raras, doença renal, caquexia e distúrbios do baço), fibrose cística, hemofilia, insuficiência hepática (insuficiência hepática consiste de diagnóstico de cirrose mais um código para o coma hepático ou síndrome hepatorrenal em qualquer campo do diagnóstico);

3. Grupo de baixo risco - todos os outros pacientes.

Estratificação

Para UTI Neonatal: peso ao nascer nas seguintes faixas: Menor a 750g; 750 a 999g; 1000g a 1499g; 1500g a 2499g; Maior que 2500g.

Interpretação

Este indicador tem o objetivo de sinalizar casos de infecções hospitalares causadas por acessos ou cateteres intravenosos.

A ANVISA (2010) estabelece a "meta nacional de redução de 30% da incidência de infecção primária de corrente sanguínea em pacientes com cateter venoso central, ao final de 3 (três) anos, em comparação com os dados dos três (3) primeiros meses de vigilância. Caso haja vigilância prévia, já realizado pelo estabelecimento de saúde, deve-se comparar essa redução com os últimos 12 (doze) meses de acompanhamento".

Bibliografia

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Ano da Publicação
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245