Porcentagem de pacientes que receberam quimioterapia citotóxica cujo tratamento é orientado por um protocolo de tratamento quimioterápico aprovado pelo hospital
Número de pacientes que receberam quimioterapia citotóxica cujo tratamento é orientado por um protocolo de tratamento quimioterápico aprovado pelo hospital, como porcentagem do número de pacientes em tratamento quimioterápico na amostra.
Processo
Uso seguro e efetivo
Número de pacientes que receberam quimioterapia citotóxica cujo tratamento é orientado por um protocolo de tratamento quimioterápico aprovado pelo hospital.
Número de pacientes em tratamento quimioterápico na amostra.
Guiado por um protocolo de tratamento quimioterápico aprovado pelo hospital:
Significa que a documentação clara e explícita dos detalhes relevantes do protocolo está disponível para os profissionais da saúde no momento de se prescrever, fornecer e administrar a quimioterapia. Em particular, isso significa:
• Que o nome do protocolo de quimioterapia específico está documentado clara e explicitamente na folha de prescrição de quimioterapia, onde são documentadas as prescrições de medicamentos e os registros de administração, ou em outro local predeterminado do prontuário médico.
• Que as drogas citotóxicas específicas são prescritas de acordo com o protocolo para cada dia específico do ciclo.
• Que a superfície corporal (SC) ou o peso e a altura (para o cálculo da SC) estão registrados junto com a prescrição do medicamento.
• Que as doses prescritas dos medicamentos citotóxicos se encontram dentro de uma faixa segura baseada na SC do paciente e em diretrizes contidas nos protocolos.
Aprovado pelo hospital:
Significa que o protocolo de tratamento foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de especialistas e aprovado pela "Comissão de Farmácia e Terapêutica", ou outra comissão apropriada. Alternativamente, protocolos-padrão submetidos à revisão por pares, podem ter seu uso aprovado.
A quimioterapia citotóxica está habitualmente associada a incidentes adversos envolvendo medicamentos em hospitais (ACSQHC, 2002). O uso de protocolos de tratamento detalhados é um modo de reduzir variações não baseadas em evidências e de padronizar a terapia — dois princípios fundamentais para a melhoria da segurança do paciente (Rozich et al., 2004). Os protocolos de quimioterapia devem conter detalhes sobre medicamentos citotóxicos e outros a serem administrados em cada dia de um ciclo específico de quimioterapia, além de recomendações para a administração segura da quimioterapia. O ideal é que o protocolo também especifique diretrizes para o cálculo de dose, a terapia de suporte, parâmetros de monitoramento e critérios para a modificação de doses. Os protocolos, sejam estes impressos ou eletrônicos, constituem uma forma de suporte à decisão (ACSQHC, 2002), e foi demonstrado que melhoram o uso de medicamentos em termos gerais (Grimshaw & Russell, 1993). Em relação especificamente ao tratamento do câncer, a implementação de diretrizes, vias e protocolos têm reduzido a variação e melhorado a qualidade do cuidado (Kedikoglou et al., 2005), reduzido o tempo de internação e as taxas de complicações (Smith & Hillner, 201) e melhorado a sobrevida (Sharma, 2002).
Cópias impressas ou eletrônicas do protocolo devem estar disponíveis para referência no momento da prescrição, fornecimento e administração. Listas de verificação ou algoritmos podem ser usados para guiar a concordância com os protocolos. As variações com relação ao protocolo devem ser documentadas.
Este indicador avalia a efetividade de processos que estimulam a prescrição segura e a administração de medicamentos complexos de alto risco, como a quimioterapia citotóxica.
Coleta de dados para monitoramento local: amostra - amostragem aleatória de pacientes internados ou ambulatoriais que iniciaram um ciclo de quimioterapia durante o mês anterior. Os registros de oncologia, hematologia e/ou farmácia podem ser usados para identificar os pacientes. Aleatória significa que todos os pacientes têm probabilidade igual de serem incluídos na avaliação. Devem ser incluídos pacientes adultos, pediátricos e neonatais.
O tamanho recomendado da amostra é de trinta pacientes que receberam um ciclo de quimioterapia citotóxica durante o período de um mês (ou todos os pacientes caso sejam identificados menos de 30 pacientes). A coleta de uma amostra maior, quando possível, irá aumentar a sensibilidade dos dados.
A metodologia recomendada é a revisão de prontuário e de outros registros do paciente.
Este indicador pode ser adequado para a comparação entre hospitais. Neste caso, as definições, métodos de amostragem e diretrizes de auditoria e notificação devem ser acordados previamente, consultando-se a agência coordenadora.
A coleta de dados para este indicador depende da documentação no prontuário médico. A boa documentação promove a qualidade do cuidado ao paciente (The Good Clinical Documentation Guide, 2003) e é um componente fundamental da administração de medicamentos potencialmente tóxicos, como a quimioterapia citotóxica. A má comunicação pode resultar em eventos adversos a medicamentos (MacKinnon, 2007). O ideal é que se avalie a concordância com todos os aspectos do protocolo. Entretanto, a terapia complexa muitas vezes é difícil de avaliar, especialmente de forma retrospectiva, e a identificação de desvios do protocolo pode exigir um conhecimento clínico especializado. Este indicador, portanto, só mede a concordância com alguns aspectos fundamentais do protocolo de quimioterapia que formam a base de um processo de administração seguro. Outros componentes que devem ser avaliados numa revisão mais detalhada são:
• Cumprimento dos requerimentos de monitoração do paciente antes e depois da quimioterapia, incluindo contagem de células sanguíneas, bioquímica, exames de rastreamento e outros parâmetros específicos do protocolo — as modificações de dose devem ser feitas de acordo com o protocolo;
• Concordância com as recomendações de administração;
• Concordância com as recomendações do protocolo quanto ao uso de medicamentos adjuvantes e de suporte.
Prontuários dos pacientes
1. Australian Council for Safety and Quality in Health Care (ACSQHC). Second National Report on Patient Safety: Improving Medication Safety: Australian Council for Safety and Quality in Health Care, 2002.
2. Grimshaw J, Russell I. Effect of clinical guidelines on medical practice: a systematic review of rigorous evaluations. The Lancet 1993; 342:1317-22.
3. Indicators for Quality Use of Medicines in Australian Hospitals: NSW Therapeutic Advisory Group, 2007. [capturado 06 fev. 2009]. Disponível em: http://www.cec.health.nsw.gov.au/moreinfo/PIMS_QUM.html#moi
4. Kedikoglou S, Syrigos K, Skalkidis Y, Ploiarchopolou F, Dessypris N, Petridou E. Implementing clinical protocols in oncology: quality gaps and the learning curve phenomenon. European Journal of Public Health 2005; 15:368-71.
5. Medication Safety Self Assessment for Australian Hospitals: Institute for Safe Medication Practices (Adapted for Australian use by the NSW Therapeutic Advisory Group and the Clinical Excellence Commission), 2007.
6. Rozich J, Howard R, Justeson J, Macken P, Lindsay M, Resar R. Standardization as a mechanism to improve safety in health care. Joint Commission Journal on Quality and Safety 2004; 30:5-14.
7. Safe and Effective: The eight essential elements of an optimal medication-use system. In: MacKinnon N, ed: Canadian Pharmacist’s Association, 2007.
8. Sharma DC. Standard protocol helps improve ALL survival rates in India. The Lancet Oncology 2002; 3:710.
9. Smith TJ, Hillner BE. Ensuring Quality Cancer Care by the Use of Clinical Practice Guidelines and Critical Pathways. Journal of Clinical Oncology 2001; 19:2886-2897.
10. The Good Clinical Documentation Guide: National Centre for Classification in Health, Commonwealth of Australia, 2003.