Taxa de conciliação de medicamentos

Fonte:
"Canadian Patient Safety Institute" - Canadá); e New South Wales Therapeutic Advisory Group Inc (NSW TAG) e Clinical Excellence Commission (CEC) – Austrália
Definição:

Número de pacientes cujas histórias medicamentosas são documentadas e conciliadas no momento da internação e na alta, como porcentagem dos pacientes na amostra.

Nível de Informação:

Processo

Dimensão da Qualidade:

Segurança

Numerador:

Número de pacientes cujas histórias medicamentosas são documentadas e conciliadas no momento da internação e na alta.

Denominador:

Número de pacientes na amostra.

Definição de Termos:

Conciliação de medicamentos:

Processo que assegura a coleta e comunicação de informações precisas sobre os medicamentos utilizados pelo paciente/ cliente. O objetivo é facilitar a continuidade da assistência farmacêutica para pacientes/ clientes desde a admissão até a alta ou do início ao fim do serviço.

Histórias medicamentosas dos pacientes documentadas e conciliadas:

Documentada e conciliada significa que as seguintes etapas foram realizadas e documentadas explicitamente no prontuário médico:

a. Obtenção de uma lista atual dos medicamentos - Conduzir uma entrevista na admissão (ou na pré-admissão) para documentar uma lista completa e precisa de medicamentos utilizados antes da admissão, incluindo medicamentos sem receita e outros. Idealmente, as informações mínimas necessárias para cada medicamento incluem (Australian Pharmaceutical Advisory Council, 2005):

  • Medicamento (nome do princípio ativo, nome comercial, dosagem, forma dose)
  • Dose, via e esquema de administração (como realmente tomadas pelo paciente)
  • Quando começou / duração da terapia
  • Ação / Indicação (como relatado pelo paciente)

Além disso, esta lista deve observar:

  • Mudanças recentes / medicamentos encerrados
  • Eventos adversos conhecidos / alergias

b. Verificação da lista de medicamentos atuais - Busca-se confirmar com uma segunda fonte que as informações obtidas durante a entrevista estão corretas. Os detalhes podem ser confirmados pelos cuidadores, clínicos gerais, farmácias, asilos ou através da revisão dos medicamentos do paciente. As fontes de informação devem ser documentadas. O julgamento clínico pode ser empregado se o médico que executa a reconciliação da medicação considera que a confirmação não é necessária. Esta decisão deve ser explicitamente documentada.

c. Conciliação dos pedidos subsequentes com a lista de verificação - Verificação de que os medicamentos prescritos pelo médico que admite o paciente coincidem com o confirmado na lista de medicamentos, levando-se em conta o plano médico de admissão. Algumas variações são devidas a mudanças no tratamento, e devem ser documentadas como tal. Outras são inesperadas e podem ser consideradas erros de medicação. Se não forem corrigidos, esses erros têm conseqüências clínicas e podem resultar em eventos adversos a medicamentos. As alterações terapêuticas previstas devem ser explicitamente documentadas.

Racionalidade:

Os eventos adversos de medicamentos geralmente são causados pela ausência de comunicação efetiva a respeito da administração de medicamentos, especialmente na transição entre o ambiente comunitário e o hospitalar (ACSQHC, 2002). A conciliação da medicação ajuda a promover a continuidade na administração do medicamento.

Trata-se de um componente essencial para uma passagem de caso eficaz e inclui a verificação da lista de medicamentos que um paciente está tomando no momento atual (admissão, alta, etc) a identificação de variações e a retificação dos erros de medicação nas interfaces de cuidado. O objetivo é evitar erros de transcrição, omissão, duplicação de terapia, interações droga-droga e droga-doença e outros erros que podem resultar em eventos adversos de medicamentos (JCAHO, 2006). A seleção cautelosa e a escolha adequada de novos tratamentos durante a internação têm mais probabilidade de ocorrer quando é possível consultar uma lista completa e precisa dos medicamentos que um paciente está tomando antes da internação. Desta forma, a conciliação deve ocorrer o quanto antes após a internação e na alta, de modo que seja possível tomar decisões informadas sobre prescrição e promovendo a continuidade do cuidado seguro.

Interpretação:

Este indicador avalia a efetividade de processos que promovem a continuidade dos cuidados na administração de medicamentos.

Coleta de dados para monitoramento local: amostra - amostragem aleatória de pacientes atualmente internados. Excluir pacientes internados por traumatismo e aqueles que forem internados diretamente na unidade de terapia intensiva. Aleatória significa que todos os pacientes têm probabilidade igual de serem incluídos na avaliação.

O tamanho recomendado da amostra é de 20% dos pacientes internados, quando o hospital tiver 150 ou mais leitos; 30 pacientes internados, quando o hospital tiver entre 30-149 leitos; e todos os pacientes internados quando o hospital tiver 30 ou menos leitos.

A coleta de uma amostra maior, quando possível, irá aumentar a sensibilidade dos dados.

Este indicador pode ser adequado para a comparação entre hospitais. Neste caso, as definições, métodos de amostragem e diretrizes de auditoria e notificação devem ser acordados previamente, consultando-se a agência coordenadora.

A coleta de dados para este indicador depende da documentação da conciliação de medicamentos no prontuário. Na ausência de um formulário ou modelo específico para esse fim, a documentação do processo de reconciliação provavelmente será limitada. A boa documentação promove a qualidade do cuidado ao paciente (The Good Clinical Documentation Guide, 2003). A má comunicação pode resultar em eventos adversos a medicamentos (MacKinnon, 2007). Portanto, na ausência de documentação explícita, presume-se que a conciliação de medicamentos não foi realizada. A conciliação de medicamentos só é completa quando ocorre em todos os pontos de transição, inclusive a alta.

Fonte de Dados:

Prontuário do paciente (prescrições de medicamentos)

Bibliografia:

 1. Canadian Council on Health Services Accreditation. 2006. CCHSA Patient Safety-Canadian Performance Measures Consensus Survey: Summary Report for Participating Organizations. Ottawa: Author.

2. Nigam R, Mackinnon NJ, U D, Hartnell NR, Levy AR, Gurnham ME, et al. Development of canadian safety indicators for medication use. Healthc Q 2008;11(3 Spec No.):47-53

3. Canadian Council on Health Services Accreditation. 2006. CCHSA Patient Safety-Canadian Performance Measures Consensus Survey: Summary Report for Participating Organizations. Ottawa: Author.

4. FAQs for the 2006 National Patient Safety Goals: Goal 8 (Reconcile medications). Vol. 2006: Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations, 2006.

5. Guiding principles to achieve continuity in medication management: Australian Pharmaceutical Advisory Council, 2005:1-55.

6. Indicators for Quality Use of Medicines in Australian Hospitals: NSW Therapeutic Advisory Group, 2007. [capturado 06 fev. 2009]. Disponível em: http://www.ciap.health.nsw.gov.au/nswtag/documents/publications/indicators/manual.pdf

7. Medication Safety Self Assessment for Australian Hospitals: Institute for Safe Medication Practices (Adapted for Australian use by the NSW Therapeutic Advisory Group and the Clinical Excellence Commission), 2007.

8. Nigam R, Mackinnon NJ, U D, Hartnell NR, Levy AR, Gurnham ME, et al. Development of canadian safety indicators for medication use. Healthc Q 2008;11(3 Spec No.):47-53.

9. Safe and Effective: The eight essential elements of an optimal medication-use system. In: MacKinnon N, ed: Canadian Pharmacist’s Association, 2007.

10. Second National Report on Patient Safety: Improving Medication Safety: Australian Council for Safety and Quality in Health Care, 2002.

11. The Good Clinical Documentation Guide: National Centre for Classification in Health, Commonwealth of Australia, 2003.

Ano da Publicação:
2014