Taxa de profilaxia antibiótica em cesáreas

Fonte:
The Australian Council on Healthcare Standards (ACHS); New South Wales Therapeutic Advisory Group Inc (NSW TAG) e Clinical Excellence Commission (CEC) - Austrália
Definição:

Número total de mulheres que recebem profilaxia antibiótica adequada no momento da cesárea, como porcentagem do número total de mulheres submetidas à cesárea.

Nível de Informação:

Processo

Dimensão da Qualidade:

Adequação

Segurança

Numerador:

Número total de mulheres que recebem profilaxia antibiótica adequada no momento da cesárea.

Denominador:

Número total de mulheres submetidas à cesárea.

Obs: Ver indicador “Porcentagem de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos específicos que recebem um esquema profilático apropriado de antibióticos”.

Definição de Termos:

Profilaxia antibiótica adequada:

Profilaxia antibiótica adequada  se refere a (Therapeutic Guidelines Antibiotic, 2006):

• Escolha correta dos medicamentos, via de administração e regime de doses.

• Duração correta: profilaxia antibiótica interrompida nas primeiras 24 horas após o final da cirurgia.

• Momento correto:

Para cesáreas eletivas e de emergência, o Therapeutic Guidelines: Antibiotic (2006) recomenda o uso de:

• Cefalotina 2g IV imediatamente após o clampeamento do cordão, ou

• Cefazolina 1g (adulto > 80 kg) IV, imediatamente após o clampeamento do cordão.

No entanto, as instituições podem decidir usar outro protocolo antibiótico endossado por uma comissão local responsável pelas diretrizes de uso de fármacos e tratamentos.

Racionalidade:

Este indicador foi desenvolvido pela Australian Council on Healthcare Standards (ACHS), agência australiana de acreditação de serviços de saúde, para ser utilizado pelos hospitais acreditados, auxiliando os seus processos internos de melhoria. É, também, um dos procedimentos cirúrgicos incluídos no indicador “Porcentagem de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos específicos que recebem um esquema profilático apropriado de antibióticos”, desenvolvido pelo New South Wales Therapeutic Advisory Group Inc (NSW TAG) e Clinical Excellence Commission (CEC) como parte da Política Nacional de Medicamentos Australiana.

Uma profilaxia antibiótica adequada no momento da cesárea, tanto eletiva como de emergência, reduz significativamente a morbidade por infecções maternas pós-operatórias (Smaill & Hofmeyr, 2002). Este indicador é incluído como um índice de utilização de práticas “baseadas em evidências” para profilaxia antibiótica de mulheres submetidas a cesáreas eletivas ou de emergência.

Não há indicação de profilaxia na maior parte das cesarianas. Entretanto, pode ser utilizada dose única de cefalosporina em gestante de alto risco ou cesariana de urgência. A profilaxia não está indicada nos casos: cesarianas eletivas, pacientes de baixo risco e uso prolongado de antimicrobianos. A literatura dá “respaldo para indicação de dose intra-operatória de cefazolina em histerectomias vaginais ou abdominais” (ANVISA, s/d).

Estratificação:

A ACHS, em colaboração com colégios, associações e sociedades de especialidades médicas, desenvolveu variáveis de estratificação para permitir o agrupamento de instituições “semelhantes”, para auxiliar a comparação.

Três níveis de comparação estão disponíveis:

• Dados de uma instituição específica em comparação com TODAS as instituições que forneçam dados para um indicador em particular.

• Dados de uma instituição específica em comparação com todas as outras instituições que forneçam dados dentro do mesmo setor, isto é, público ou privado.

• Dados de uma instituição específica em comparação com todas as outras instituições classificadas de acordo com as variáveis de estratificação descritas abaixo - Variáveis de Estratificação Obstétrica, e de acordo às categorias pública/privada.

Variáveis de Estratificação Obstétrica (conforme o número total de nascimentos anuais) :

• < 1000 nascimentos por ano;

• 1000-3000 nascimentos por ano SEM Unidade de Terapia Intensiva Neonatal;

• Com Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e/ou > 3000 nascimentos por ano.

Interpretação:

Taxa desejada: alta (associada a resultados potencialmente indesejáveis). Comparações externas (entre hospitais) podem ser feitas em um determinado ponto no tempo, ou acompanhando as tendências temporais. Comparações internas (dentro do hospital) podem ser feitas ao longo do tempo, em períodos regulares.

Fonte de Dados:

Banco de dados administrativos hospitalares; prontuários

Bibliografia:

1. National Quality Measures Clearinghouse - http://qualitymeasures.ahrq.gov/index.aspx.

2.  Smaill F, Hofmeyr GJ. Antibiotic prophylaxis for caesarean section. Cochrane Database of Systematic Reviews 2002, Issue 3. Art. No.:CD000933. DOI: 10.1002/14651858.CD000933.)

3. The Australian Council on Healthcare Standards (ACHS). CLINICAL INDICATOR USER MANUAL VERSION 7.2 FOR USE IN SECOND HALF OF 2013. https://www.ranzcog.edu.au/component/docman/doc_view/267-obstetric-indicators.html?Itemid=946.

4. Australian Council on Healthcare Standards (ACHS). Australasian Clinical Indicator Report: 2006–2013: 15th Edition. Sydney, Australia; ACHS; 2014. Disponível em: http://www.achs.org.au/media/87723/ach079_clinical_indicators_approved_tag.pdf.

5. Therapeutic Guidelines Limited. Therapeutic Guidelines, Antibiotic version 13, August 2006. Available at: http://www.australianprescriber.com/magazine/30/3/artid/887 .

6. The Australian Council on Healthcare Standards (ACHS). Australasian Clinical Indicator Report 2004–2011: 13th edition. Published by ACHS, September 2012.

7. The Australian Council on Healthcare Standards. OBSTETRICS INDICATORS CLINICAL INDICATOR USER MANUAL VERSION 7 FOR USE IN 2012.

8. The Australian Council on Healthcare Standards. Obstetrics version 7 Retrospective data in full. Australasian Clinical Indicator Report 2004–2011.

9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 5. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. 302 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos).

10. ANVISA (s/d). Tratamento das principais infecções comunitárias e relacionadas à assistência à saúde e a profilaxia antimicrobiana em cirurgia. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/atm_racional/modulo3/profilaxia.htm. Acesso em 19 jan.2014.

Ano da Publicação:
2014