Úlceras por pressão: o desafio do monitoramento no contexto hospitalar
Resumo
Objetivo: Descrever e analisar o problema das úlceras por pressão (UPPs) com base nos dados de prontuários médicos eletrônicos em hospitais.
Métodos: Realizamos um estudo de coorte retrospectivo e descritivo baseado na análise de prontuários eletrônicos (médicos e de enfermagem) de pacientes adultos (≥18 anos) internados em enfermarias clínicas, cirúrgicas e ortopédicas no ano 2016 após a implementação da Estratégia Nacional de Segurança do Paciente 2015-2020. Foi obtida a aprovação ética.
Resultados: Reunimos uma amostra de 3904 pacientes, dos quais 66% (n=2575) tinham mais de 65 anos, 24,6% (n=962) tinham alto risco de desenvolver UPPs no momento da internação e 21,2% (n=829) no momento da alta hospitalar e 88,6% (n=3458) não foram submetidos à avaliação visual da pele. A identificação, classificação e localização das UPPs foram inconsistentes entre enfermeiros e médicos.
Conclusão: É necessário criar um conjunto de dados mínimo e unificado ao nível nacional para o monitoramento de UPPs, a fim de padronizar os dados sobre a sua ocorrência e avaliar a efetividade de estratégias de prevenção em pacientes de alto risco. As atuais diretrizes em português para UPPs precisam ser revistas e atualizadas, adotando-se uma abordagem inovadora de tolerância zero.
Abstract
Aim: To describe and analyse the PUs problem based on data from hospital electronic health records.
Methods: A retrospective cohort descriptive study was performed based on electronic health records (medical and nursing) from adult patients (≥18 years) admitted to medical, surgical and orthopaedics wards during 2016 after implementation of National Strategy of Patient Safety 2015-2020. Ethical approval was obtained.
Results: A sample of 3904 patients was obtained, 66% (n = 2575) were older than 65 years, 24.6% (n = 962) at admission and 21.2% (n = 829) at discharge stay at high risk of develop PUs and 88.6% (n = 3458) has no visual skin assessment. PUs identification, categorization and localization are inconsistent between nurses and doctors.
Conclusion: The creation of a unified minimum dataset for PUs monitoring to standardize data on the occurrence of PUs and assessed the effectiveness of preventive strategies in patient at risk of PUs development at national level is need. Current Portuguese guideline of PUs needs a review and an innovating upgrade with zero tolerance for PUs.
