200 anos do New England Jornal of Medicine

Com bom humor e excelente texto ensaístico, Avorn pinça fatos históricos marcantes sobre a segurança dos fármacos, nos quais o NEJM teve papel destacado. O autor lembra que a revista foi lançada 130 anos antes do emprego sistemático dos ensaios controlados randomizados. Até então, era complicado atribuir causalidade às síndromes induzidas por fármacos. Com relação a medidas regulatórias, só em 1938 o governo norte-americano passou a exigir dos fabricantes prova de que os medicamentos eram seguros, medida tomada após ocorrência de mais de 100 óbitos em crianças intoxicadas com o solvente dietilenoglicol, presente em soluções com sulfanilamida. Nesse mesmo ano, carta ao editor da revista assinalava a existência de poderosos interesses no comércio de medicamentos, e exortava os médicos para que pedissem leis mais rigorosas para proteger os pacientes. Avorn descreve a ocorrência de dois importantes eventos sobre segurança de fármacos no século XXI: o do anti-inflamatório rofecoxib (VIOXX) e do hipoglicemiante rosiglitazone (Avandia). O autor dá destaque a desenvolvimentos recentes: obrigatoriedade de registro de eventos adversos (ClinicalTrial.gov); audiências públicas no Parlamento; metanálises; sistema de vigilância sentinela para rastrear, em tempo quase-real, milhões de informações sobre os pacientes em grandes bases de dados.