Ainda é tempo para a ronda de segurança? Projeto-piloto para um novo modelo e uma revisão da metodologia
Contexto e objetivos: As organizações de saúde são sistemas complexos, devido à interação entre diferentes fatores (humanos, ambientais, administrativos e tecnológicos). Com o aumento da complexidade, o risco de erros também aumenta; por isso, torna-se essencial analisar os processos envolvidos nesses contextos para evitar a sua ocorrência — uma tarefa dos responsáveis pela gestão de riscos. Com esse propósito, neste estudo de viabilidade, procuramos avaliar a aplicação de um novo modelo de rondas de segurança. Materiais e métodos: Estabelecemos um grupo de trabalho multidisciplinar composto por especialistas, dividindo então as atividades subsequentes em três etapas: a reunião inicial, a fase operacional e a reunião final, para investigar os conhecimentos sobre segurança do paciente antes e depois da intervenção por meio de visitas ao departamento. Para isso, avaliamos a correta compilação do prontuário, a adesão a práticas baseadas em evidências, a saúde geral e o grau de esgotamento dos diversos profissionais da saúde; também verificamos como os pacientes avaliavam o grau de empatia dos profissionais. Resultados: O grupo de trabalho optou por iniciar este projeto-piloto na enfermaria de cirurgia vascular, demonstrando a capacidade da ferramenta de captar esses diferentes aspectos. Em detalhes, a nova versão das rondas de segurança proposta neste trabalho permitiu identificar situações de risco e vulnerabilidades sistêmicas, para as quais foram introduzidas ferramentas corretivas. Também foi possível detectar a adesão aos procedimentos existentes na organização e reprogramar o treinamento sobre esses tópicos. Além disso, registramos as experiências dos pacientes com a relação médico-paciente e a comunicação, com o objetivo de elaborar cursos temáticos sobre o assunto. Avaliamos ainda as perspectivas dos profissionais sobre sua situação de saúde em relação ao trabalho e, acima de tudo, pudemos tranquilizá-los em relação ao fato de que a administração da organização tem interesse em preservar o seu bem-estar. Conclusão: Os resultados deste estudo demonstram a versatilidade e utilidade da ferramenta de rondas de segurança.
Background and Objectives: Healthcare facilities are complex systems due to the interaction between different factors (human, environmental, management, and technological). As complexity increases, it is known that the possibility of error increases; therefore, it becomes essential to be able to analyze the processes that occur within these contexts to prevent their occurrence, which is the task of risk management. For this purpose, in this feasibility study, we chose to evaluate the application of a new safety walkaround (SWA) model. Materials and Methods: A multidisciplinary working group made up of experts was established and then the subsequent phases of the activity were divided into three stages, namely the initial meeting, the operational phase, and the final meeting, to investigate knowledge regarding patient safety before and subsequently through visits to the department: the correct compilation of the medical record, adherence to evidence-based medicine (EBM) practices, the overall health and the degree of burnout of the various healthcare professionals, as well as the perception of empathy of staff by patients. Results: This working group chose to start this pilot project in the vascular surgery ward, demonstrating the ability of the tool used to capture the different aspects it set out to collect. In detail, the new version of SWA proposed in this work has made it possible to identify risk situations and system vulnerabilities that have allowed the introduction of corrective tools; detect adherence to existing company procedures, reschedule training on these specific topics after reviewing, and possibly update the same procedures; record the patient experience about the doctor-patient relationship and communication to hypothesize thematic courses on the subject; evaluate workers' perception of their health conditions about work, and above all reassure operators that their well-being is in the interest of the management of the healthcare company, which is maintained. Conclusions: Therefore, the outcome of the present study demonstrates the versatility and ever-present usefulness of the SWA tool.