Associação entre condição socioeconômica, etnia e sexo e indicadores de qualidade para diabetes: estudo de base populacional com 53.000 pacientes atendidos no cuidado primário

COUPLAND, C. ; HIPPISLEY-COX, J. ; O'HANLON, S.
Título original:
Association of deprivation, ethnicity, and sex with quality indicators for diabetes: population based survey of 53 000 patients in primary care
Resumo:

Objetivos: Determinar os efeitos da condição socioeconômica e etnia sobre indicadores de qualidade para diabetes e o grau de desigualdade entre os sexos.

Desenho: Estudo transversal de base populacional realizado por meio da avaliação de prontuários eletrônicos de ambulatórios gerais. Ambiente: 237 consultórios do Reino Unido que contribuem para o banco de dados QRESEARCH.

Participantes: 54.180 pacientes com diabetes, derivados de uma população de 1,8 milhões de pacientes. Principais medidas de desfecho: Razões de chances ajustadas de 18 indicadores para diabetes retirados do Novo Contrato Geral para Serviços Médicos (New General Medical Services Contract) do Reino Unido e comparações entre pacientes do quintil inferior e superior em termos de condição socioeconômica (áreas de alta e baixa diversidade étnica) e entre homens e mulheres.

Resultados: A prevalência de diabetes foi de 3,0%, e houve grande variação entre os consultórios no desempenho em relação aos indicadores. Os pacientes de áreas mais pobres tiveram seu índice de massa corporal e tabagismo avaliados com menos frequência que os pacientes de áreas mais abastadas. Os pacientes de pior condição socioeconômica também tiveram menos probabilidade de apresentar um registro de medição da concentração de HbA1c, concentração de HbA1c <7,5% ou <10%, fundoscopia, pressão arterial, pesquisa de neuropatia ou microalbuminúria ou vacinação contra gripe. Nas áreas de alta diversidade étnica, os pacientes tiveram diversos parâmetros avaliados com menor frequência que em áreas de baixa diversidade étnica. Entre mulheres, observou-se uma frequência significativamente menor de registros de medição do índice de massa corporal, pulso, pressão arterial abaixo de 145/85 mm Hg, avaliação de microalbuminúria e colesterol plasmático, colesterol plasmático <5 mmol/l e prescrição de inibidores da enzima conversora de angiotensina na presença de proteinúria ou microalbuminúria.

Conclusões: Os consultórios em áreas mais pobres e com maior diversidade étnica terão que fazer um maior esforço para atingir um bom desempenho nos indicadores de qualidade para diabetes; os consultórios que mais precisam de recursos possivelmente são os que têm menos probabilidade de obtê-los.

Resumo Original:

Objectives: To determine the effect of deprivation and ethnicity on the achievement of quality indicators for patients with diabetes and the extent of any inequalities between the sexes.

Design Population: based cross sectional survey using electronic general practice records.

Setting: 237 UK practices contributing to the QRESEARCH database. Participants 54 180 patients with diabetes, derivedfrom a population of 1.8 million patients. Main outcome measures: Adjusted odds ratios for 18 indicators for diabetes from the new general medical services contract for UK general practitioners andcomparisons between patients from the most deprived and most affluent fifths (areas of high and low ethnicity) and between men and women.

Results: The prevalence of diabetes was 3.0%, and there was a large variation between practices in achievement of indicators. Compared with patients from affluent areas, those from deprived areas were less likely to have body mass index and smoking status recorded. They were also less likely to haverecords for HbA1c concentration; an HbA1c value < 7.5% or < 10%; retinal screening; blood pressure; testing for neuropathy or microalbuminuria, or fluvaccination. Compared with patients from areas of low ethnicity those from areas of high ethnicity were less likely to have many measures recorded. Women were significantly less likely to have records for bodymass index; pulses; blood pressure values below 145/85 mm Hg; testing for microalbuminuria; serum cholesterol concentration; serum cholesterol values< 5 mmol/l; and angiotensin converting enzyme inhibitors given in the presence of proteinuria or microalbuminuria.

Conclusions: Practices in areas of high deprivation and high ethnicity will have to work harder to achieve the quality indicators for diabetes, and it is possiblethat those practices that most need the resources are the ones least likely to get them.

Fonte:
BMJ : British Medical Journal / British Medical Association ; 329(7477): 1267-1269; 2004. DOI: 10.1136/bmj.329.7477.1267.
DECS:
indicadores de qualidade em assistência a saúde, diabetes mellitus, estudos populacionais em saúde pública