Atividade sexual e insuficiência cardíaca crônica

Existem poucos estudos publicados sobre a função sexual na insuficiência cardíaca crônica (ICC) e o conhecimento sobre esse tema entre médicos é esparso. Com o objetivo de fazer uma revisão dos estudos sobre função e disfunção sexual em pacientes com ICC, dois dos autores (S.A.M. e P.A.U.) realizaram independentemente uma busca na literatura, utilizando a base de dados da MEDLINE. Foram revistos artigos em língua inglesa e bibliografias citadas, publicados entre janeiro de 1996 e novembro de 2006. Os termos-chave de pesquisa incluíram insuficiência cardíaca ou ICC ou disfunção ventricular ou doença cardíaca em conjunção com atividade sexual, disfunção erétil, impotência ou sexo. Os artigos selecionados para inclusão foram os que estavam focados principalmente em ICC e função ou disfunção sexual. Foram incluídas revisões da literatura, estudos observacionais utilizando questionários baseados no relato próprio dos pacientes e estudos clínicos prospectivos, cegos, randomizados e controlados por placebo. O tamanho da amostra de pacientes não foi um critério de exclusão de artigos; no entanto, foram excluídos artigos ligados a uma ampla gama de doenças cardiovasculares, e não apenas ICC. Quando adequadamente diagnosticada e tratada, a maioria dos pacientes com ICC é capaz de levar uma vida sexual ativa com segurança e pode receber tratamento contra disfunção erétil com sildenafil, desde que não apresente isquemia ativa nem precise de tratamento com nitratos. Os médicos devem conhecer as demandas fisiológicas da atividade sexual e o impacto da ICC sobre o desempenho sexual. Além disso, é importante que saibam aconselhar pacientes com ICC sobre a atividade sexual, pois o medo de um evento cardíaco durante essa atividade pode interferir na capacidade do paciente de praticar e aproveitar o sexo.

Little has been published about sexual function in chronic heart failure (CHF) and knowledge among clinicians in this regard is sparse. To review data regarding sexual function and dysfunction in patients with CHF, 2 of the authors (S.A.M. and P.A.U.) independently conducted a literature search using the MEDLINE database. English-language articles and cited bibliographies published between January 1996 and November 2006 were reviewed. Search terms included heart failure or CHF or ventricular dysfunction or heart disease in conjunction with sexual activity, erectile dysfunction, impotence, or sex. Articles were selected for inclusion if they had a primary focus on CHF and sexual function or dysfunction. Critical reviews of the literature, observational studies using self-reported patient surveys, and prospective, blinded, randomized, placebo-controlled trials were included. Articles were not excluded on the basis of patient sample size but were excluded if the article concerned a broad aspect of cardiovascular disease rather than CHF. When properly screened and treated, most patients with CHF can safely engage in sexual activity and be treated for erectile dysfunction with sildenafil, provided that they do not have active ischemia and do not require treatment with nitrates. Clinicians should know the physiological requirements of sexual activity and the impact CHF has on sexual performance. Fear of a cardiac event during intercourse can interfere with patients' ability to perform and enjoy sex, and so it is important that the physician be able to counsel patients with CHF about sexual activity.