Avaliação da cultura de segurança do paciente em hospitais universitários iranianos: pontos fortes e fracos

RAEISSI, P. ; REISI, N. ; NASIRIPOUR, A. A.
Título original:
Assessment of Patient Safety Culture in Iranian Academic Hospitals: Strengths and Weaknesses
Resumo:

Contexto: Na literatura relevante, o estabelecimento de uma cultura de segurança do paciente (CSP) é um passo vital para a prestação de um serviço de qualidade aos pacientes. O objetivo deste estudo foi estabelecer uma linha de base para a CSP em hospitais universitários iranianos e determinar seus pontos fortes e fracos.

Métodos: Distribuímos um questionário em 26 hospitais universitários ligados às Universidades de Ciências Médicas do Irã e de Teerã. Destes, 18 participaram do estudo. O questionário, chamado Inquérito Hospitalar sobre Cultura de Segurança do Paciente, foi utilizado para coletar os dados. Este questionário continha 14 dimensões e 43 itens, e as perguntas foram respondidas através de uma escala  Likert de 5 pontos, em que 1 = discordo totalmente e 5 = concordo totalmente. Os resultados foram expressos como o percentual de respostas positivas (%), ou o percentual de respostas positivas (p.ex., "concordo" ou "concordo plenamente") para itens com formulações positivas (p. ex., "As unidades hospitalares trabalham bem em conjunto para prestar o melhor cuidado aos pacientes") em relação ao percentual de respostas negativas (p.ex., "discordo" ou "discordo totalmente") para itens com formulações negativas (p.ex., "Quando um evento é notificado, tem-se a impressão de que a pessoa está sendo delatada, e não que o problema está sendo informado"). Para dar uma nota a cada item, foi aplicada a seguinte fórmula: % de respostas positivas = [(Nº de "concordo" + "concordo totalmente") / Nº total de pessoas que responderam à pergunta)] × 100). Para os itens com formulação negativa, as respostas foram invertidas. Para dar uma nota a cada dimensão, foi estimado o escore médio composto de respostas positivas. A mesma metodologia foi aplicada para o escore da CSP de cada hospital (isto é, foi obtido o escore médio composto das respostas positivas em 12 dimensões). É preciso observar que os dados apresentados nas tabelas deste manuscrito representam percentagens, mas, para facilitar a comunicação, os sinais de % foram omitidos das tabelas. No texto, porém, utilizamos o sinal de porcentagem sempre que necessário. Para classificar a cultura de segurança dos hospitais de muito fraca a muito forte, o intervalo de 0,0% a 100% de respostas positivas no questionário sobre CSP foi dividido por 5 ([100% - 0,0%] / 5 = 20%), sendo assim definidos 5 intervalos espaçados igualmente (isto é, 0,0%-20,0%, muito fraca; 21,0%-40,0%, fraca; 41,0%-60,0%, intermediária; 61,0%-80,0%, forte; 81,0%-100,0%, muito forte). O método de amostragem por conveniência foi utilizado para selecionar as amostras. Para os fins deste estudo, 35 questionários foram distribuídos aleatoriamente em cada hospital: 15 entre enfermeiros e auxiliares de enfermagem (como o pessoal da linha de frente do cuidado que tem um contato mais direto com os pacientes) e 20 entre outros profissionais clínicos e paraclínicos, bem como outros grupos (médicos, residentes, internos, secretárias de enfermarias, profissionais de laboratório, profissionais de radiologia e gestores). Os questionários foram distribuídos e recolhidos pelos enfermeiros-chefes de cada hospital. Os dados foram analisados utilizando um teste t independente e de amostra única.

Resultados: O escore médio dos hospitais no questionário de CSP variou de 42,74 a 67,22; 12 dos 18 hospitais obtiveram uma classificação "intermediária" e 6 obtiveram uma classificação "forte". O escore médio geral (DP) para todos os hospitais foi de 56,74 (18,41). Não foram observadas diferenças significativas entre os hospitais de ciências médicas das universidades do Irã e de Teerã no escore de CSP. No entanto, diferenças significativas foram observadas no âmbito das dimensões e dos itens. Os pontos fortes dos hospitais foram "melhoria organizacional-aprendizagem contínua", "trabalho em equipe nas unidades hospitalares" e "apoio dos gestores hospitalares à segurança do paciente". Dimensões como "retroalimentação e comunicação em relação aos erros", "abertura da informação", "contingentes de pessoal" e "resposta não punitiva aos erros" foram os pontos fracos de todos os hospitais deste estudo.

Conclusões: A CSP dos hospitais investigados não se encontra num nível ideal e precisa de grandes melhorias, particularmente nas dimensões de retroalimentação e comunicação em relação aos erros, abertura da informação, contingentes de pessoal e resposta não punitiva aos erros. As mesmas condições estão presentes em outros hospitais iranianos (Hospitais Afshar e Sadoughi na cidade de Yazd, Irã). Hospitais americanos foram usados para fins de comparação neste artigo.

Resumo Original:

Background: In the relevant literature, the establishment of a patient safety culture (PSC) is a vital step in providing quality service to patients. The goal of this study was to establish a baseline for PSC in Iranian academic hospitals and to determine its strength and weaknesses.

Methods: A survey was distributed in 26 academic hospitals linked to the Iran and Tehran Universities of Medical Sciences, of which 18 participated. The questionnaire, the Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC), was used to collect the data. The questionnaire contained 14 dimensions and 43 items, and the questions were scored using a 5-point Likert scale in which 1 = strongly disagree and 5 = strongly agree.The results were expressed in the percentage of positive responses (%), or the percentage of positive responses (e.g., agree, strongly agree) to positively worded items (e.g., "Hospital units work well together to provide the best care for patients") in relation to the percentage of negative responses (e.g., disagree, strongly disagree) to negatively worded items (e.g., "When an event is reported, it feels like the person is being written up, not the problem"). To score each item, the following formula was applied: % of Positive Responses = [(No. of Agree + No. of Totally Agree) / Total No. of Subjects Responding to the Question)] × 100). For the negatively worded items, the answers were reversed. To score each dimension, a composite mean score of positive responses were estimated. The same methodology was applied to the scoring of the PSC of each hospital. (i.e., the composite mean score of positive responses on 12 dimensions was obtained). Note that the data reported in the tables of this manuscript represent percentages, and for ease of communication, (%) are omitted from the stated tables. In the text, however, we have used percent wherever needed.To categorize the hospitals' safety culture from very weak to very strong, a range of 0.0% to 100% positive responses on the PSC questionnaire was divided by 5 ((100% - 0.0%) / 5 = 20%), and 5 equally spaced intervals were defined (i.e., 0.0%-20.0%, very weak; 21.0%-40.0%, weak; 41.0%-60.0%, intermediate; 61.0%-80.0%, strong; 81.0%-100.0%, very strong).The convenience sampling method was used to select the samples. For the purpose of this research, 35 questionnaires were randomly distributed in each hospital: 15 among nurses and assistant nurses (as the frontline personnel having the most direct contact with patients) and 20 among other clinical and paraclinical personnel as well as other groups (physicians, residents, interns, ward secretaries, laboratory personnel, radiology personnel, and managers). The questionnaires were distributed and collected by the hospitals' head nurses. The data were analyzed using a one-sample and independent t test.

Results: The mean score of the hospitals on the PSC ranged from 42.74 to 67.22, 12 of 18 hospitals obtained an "intermediate" ranking position, and 6 obtained a "strong" ranking position on the PSC. The overall mean (SD) score for the entire hospital for PSC was 56.74 (18.41). No significant difference was observed between the Iran and Tehran universities of medical sciences hospitals for the PSC. However, significant differences were observable at the dimension and item levels.A hospital's strengths lie in the "organizational learning-continuous improvement," "teamwork within hospital units," and "hospital management support for patient safety" dimensions. Dimensions including "feedback and communication concerning errors," "communication openness," "staffing," and "nonpunitive response to error" were shown to be weak points of all of the hospitals in this study.

Conclusions: The PSC of the investigated hospitals is not at an ideal level and is in need of serious improvement, particularly in the dimensions of feedback and communication regarding errors, communication openness, staffing, and nonpunitive response to error. The same conditions hold true for other Iranian hospitals (i.e., the Afshar and Sadoughi hospitals in the city of Yazd, Iran), and American hospitals were used for comparison purposes in this paper.

Fonte:
Journal of Patient Safety ; 2015. DOI: 10.1097/PTS.0000000000000199.
Nota Geral:

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