Avaliação de correlatos da adesão à higienização das mãos entre estudantes de medicina de último ano: um estudo transversal holandês
OBJETIVOS:
Identificar os fatores que influenciam a adesão à higienização das mãos entre estudantes de medicina de último ano, utilizando um referencial teórico comportamental.
DESENHO:
Inquérito transversal para avaliar a adesão autorrelatada e seus correlatos comportamentais.
AMBIENTE:
Internato de estudantes de medicina na Holanda.
PARTICIPANTES:
Recrutamos 322 estudantes de medicina do Erasmus Medical Center ao longo de um período de 12 meses durante o seu internato em Saúde Pública, que é o estágio final obrigatório após um cronograma de rotação de 18 meses em todas as principais especialidades.
DESFECHOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS:
Os fatores comportamentais que influenciam a adesão às diretrizes de higienização das mãos foram medidos por meio de um questionário baseado na Teoria do Comportamento Planejado e nos Modelos Ecológicos Sociais. Utilizamos a análise de regressão linear múltipla para identificar o efeito da inclusão de atitudes, normas sociais, autoeficácia, conhecimentos, percepção de risco e hábito de adesão à higienização das mãos.
RESULTADOS:
A análise incluiu 313 alunos (taxa de resposta de 97%). O modelo comportamental explicou 40% da variação na adesão autorrelatada (R2 ajustado=0,40). A adesão à higienização das mãos foi muito influenciada por atitudes (percepção sobre os resultados das ações preventivas), pela autoeficácia (percepção da capacidade de realizar a higienização das mãos na enfermaria clínica) e pelo hábito, mas não esteve associada aos conhecimentos nem à percepção de risco.
CONCLUSÕES:
Para modificar o comportamento dos estudantes de medicina, é preciso capacitá-los e dar-lhes evidências sobre os benefícios da prevenção para a saúde, ao invés de aumentar os seus conhecimentos factuais sobre os procedimentos. Os ambientes de aprendizagem clínica podem ajudá-los a criar bons hábitos de segurança do paciente durante esta fase vital de sua carreira.
PALAVRAS-CHAVE:
comportamento; adesão; hábito; higienização das mãos; estudantes de medicina
OBJECTIVES:
To identify the factors that influence the hand hygiene compliance of final year medical students, using a theoretical behavioural framework.
DESIGN:
Cross-sectional survey assessing self-reported compliance and its behavioural correlates.
SETTING:
Internships of medical students in the Netherlands.
PARTICIPANTS:
322 medical students of the Erasmus Medical Center were recruited over a period of 12 months during the Public Health internship, which is the final compulsory internship after an 18-month rotation schedule in all major specialities.
PRIMARY AND SECONDARY OUTCOME MEASURES:
Behavioural factors influencing compliance to hand hygiene guidelines were measured by means of a questionnaire based on the Theory of Planned Behaviour and Social Ecological Models. Multiple linear regression analysis was used to identify the effect of including attitudes, social norms, self-efficacy, knowledge, risk perception and habit on hand hygiene compliance.
RESULTS:
We included 313 students in the analysis (response rate 97%). The behavioural model explained 40% of the variance in self-reported compliance (adjusted R2=0.40). Hand hygiene compliance was strongly influenced by attitudes (perceived outcomes of preventive actions), self-efficacy (perception of the ability to perform hand hygiene at the clinical ward) and habit, but was not associated with knowledge and risk perception.
CONCLUSIONS:
Targeting medical students' behaviour should focus on the empowerment of these juniors and provide them with evidence on the health benefits of prevention, rather than increasing their factual knowledge of procedures. Clinical teaching environments could help them form good patient safety habits during this vital phase of their career.
KEYWORDS:
behavior; compliance; habit; hand hygiene; medical students
