Avaliação de um novo programa educacional de segurança do paciente para reduzir a ocorrência de eventos adversos incentivando os profissionais a manifestarem suas preocupações: aplicação de uma ferramenta de rastreamento
Contexto: A má comunicação contribui para a ocorrência de eventos adversos (EAs). Em nosso hospital, após uma experiência com um incidente fatal em 2014, desenvolvemos um programa educacional para melhorar a comunicação de modo a promover um melhor trabalho em equipe, o que levou à redução nos EAs.
Métodos: Desenvolvemos e implementamos um pacote de intervenções que incluiu revisões por um comitê de investigação externa, o estabelecimento de um grupo de trabalho, normas e diretrizes para a resposta a emergências, bem como programas e ferramentas educacionais. Para determinar a eficácia dos programas educacionais, medimos as habilidades de comunicação entre médicos e enfermeiros aplicando escalas psicológicas centradas na confiança do profissional em se manifestar. Além disso, aplicamos uma ferramenta de rastreamento em um estudo retrospectivo para determinar se nossas intervenções reduziram a ocorrência de EAs.
Resultados: As pontuações dos enfermeiros para as “barreiras existentes que os impedem de manifestar preocupações” e a “atitude negativa em relação a expressar opiniões na equipe de saúde” diminuíram significativamente após o treinamento, passando de 3,20 a 3,00 e de 2,47 a 2,29 pontos, respectivamente. As pontuações dos médicos residentes para os mesmos itens também diminuíram significativamente após o treinamento, de 3,34 a 2,51 e de 2,42 a 2,11 pontos, respectivamente. O número mediano de EAs foi de 32,1 antes da implantação do grupo de trabalho, 39,9 antes do treinamento geral, 22,2 após o treinamento geral e 18,4 após a implementação dos programas educacionais de liderança. Durante o período de intervenção, a notificação de incidentes por funcionários no hospital aumentou continuamente.
Conclusão: Nossos novos programas educacionais melhoraram as percepções de médicos residentes e enfermeiros sobre o ato de manifestar suas preocupações. Especulamos que a nossa intervenção pode ter melhorado a comunicação entre os profissionais, o que, por sua vez, pode ter levado a uma redução na ocorrência de EAs e a um aumento sustentado na notificação de incidentes pelos funcionários.
Background: Poor communication contributes to adverse events (AEs). In our hospital, following an experience of a fatal incident in 2014, we developed an educational programme aimed at improving communication for better teamwork that led to a reduction in AEs.
Methods: We developed and implemented an intervention bundle comprising external investigation committee reviews, the establishment of a working group (WG), standards and emergency response guidelines, as well as educational programmes and tools. To determine the effectiveness of the educational programmes, we measured communication abilities among doctors and nurses by administering psychological scales focused on their confidence in speaking up. Furthermore, we applied the trigger tool methodology in a retrospective study to determine if our interventions had reduced AEs.
Results: The nurses' scores for 'perceived barriers to speaking up' and 'negative attitude toward voicing opinions in the healthcare team' decreased significantly after the training from 3.20 to 3.00 and from 2.47 to 2.29 points, respectively. The junior doctors' scores for the same items also decreased significantly after the training from 3.34 to 2.51 and from 2.42 to 2.11 points, respectively. The number of AEs was 32.1 (median) before the WG, 39.9 (median) before the general training, 22.2 (median) after the general training and 18.4 (median) after implementing the leadership educational programmes. During the intervention period the hospital's incident reports per employee kept increasing.
Conclusion: Our new educational programmes improved junior doctors and nurses' perceptions of speaking up. We speculated that our intervention may have improved staff communication, which in turn may have led to a reduction in AEs and a sustained increase in incident reports per employee.