Avaliação teórica e longitudinal do impacto do treinamento em equipe na cultura de segurança de 24 hospitais

Contexto: O trabalho em equipe efetivo facilita o aprendizado coletivo, o que é parte integrante da cultura de segurança. Não há avaliações rigorosas acerca do impacto do treinamento em equipe sobre os quatro componentes da cultura de segurança: cultura de notificação, justa, flexível e de aprendizado. Avaliamos o impacto de um programa de treinamento em cultura de segurança, com duração de um ano, em 24 hospitais, utilizando duas abordagens teóricas.

Métodos: Foram utilizados dois desenhos quase-experimentais: uma comparação transversal dos resultados da pesquisa hospitalar em cultura de segurança do paciente (HSOPS) de um grupo de intervenção de 24 hospitais com um grupo estático de 13 hospitais e uma comparação antes/depois dos resultados da HSOPS dentro dos hospitais que sofreram a intervenção. As variáveis dependentes foram itens da HSOPS que representavam os quatro componentes da cultura de segurança; as variáveis independentes foram derivadas de itens adicionados à HSOPS que mediam a extensão do treinamento da equipe, o aprendizado e a sua transferência. Foi utilizado um desenho linear generalizado misto que levou em consideração a natureza correlata dos dados.

Resultados: 59% dos 2137 entrevistados do grupo de intervenção informaram receber treinamento em equipe. As pontuações do grupo de intervenção da HSOPS foram significantemente maiores do que as pontuações dos grupos estáticos nas três dimensões de avaliação dos componentes flexíveis e de aprendizado da cultura de segurança. A distribuição da adoção dos comportamentos da equipe (transferência) variou no grupo de intervenção de 2.8% a 31%. A adoção dos comportamentos de grupo esteve significantemente associada à probabilidade de um indivíduo reagir de maneira mais positiva a uma reavaliação do que às linhas de base dos nove itens que refletem todos os quatro componentes da cultura de segurança.

Conclusões: O treinamento de equipe pode resultar em uma mudança transformacional na cultura de segurança quando o ambiente de trabalho auxilia a transferência do aprendizado para um novo comportamento.

Background: Effective teamwork facilitates collective learning, which is integral to safety culture. There are no rigorous evaluations of the impact of team training on the four components of safety culture-reporting, just, flexible and learning cultures. We evaluated the impact of a year-long team training programme on safety culture in 24 hospitals using two theoretical frameworks.

Methods: We used two quasi-experimental designs: a cross-sectional comparison of hospital survey on patient safety culture (HSOPS) results from an intervention group of 24 hospitals to a static group of 13 hospitals and a pre-post comparison of HSOPS results within intervention hospitals. Dependent variables were HSOPS items representing the four components of safety culture; independent variables were derived from items added to the HSOPS that measured the extent of team training, learning and transfer. We used a generalised linear mixed model approach to account for the correlated nature of the data.

Results: 59% of 2137 respondents from the intervention group reported receiving team training. Intervention group HSOPS scores were significantly higher than static group scores in three dimensions assessing the flexible and learning components of safety culture. The distribution of the adoption of team behaviours (transfer) varied in the intervention group from 2.8% to 31.0%. Adoption of team behaviours was significantly associated with odds of an individual reacting more positively at reassessment than baseline to nine items reflecting all four components of safety culture.

Conclusions: Team training can result in transformational change in safety culture when the work environment supports the transfer of learning to new behaviour.