Baixa adesão a um programa de higienização das mãos e alta taxa de infecções relacionadas à assistência à saúde num hospital brasileiro
Contexto: O fato de que a higienização das mãos previne a ocorrência de infecções relacionadas à assistência à saúde está bem estabelecido; entretanto, a adesão às instruções recomendadas costuma ser baixa. O objetivo deste estudo foi implementar um programa de higienização das mãos destinado a aumentar a adesão e avaliar sua relação com as taxas de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRASs) e de infecção/colonização por MRSA.
Métodos: A adesão à higienização das mãos foi avaliada num hospital por meio da observação direta. Também foram medidas as taxas de infecções relacionadas à assistência à saúde - entre elas as infecções por Staphylococcus aureus resistente à meticilina -4 antes e após a intervenção educacional, que utilizou cartazes, adesivos coloridos e a retroalimentação dos resultados.
Resultados: A adesão geral não aumentou durante a intervenção. Somente a higienização das mãos antes e após o contato com o paciente melhorou de 40% para 76% (P = 0,01) entre os profissionais de saúde, mas as taxas de IRASs e de MRSA permaneceram elevadas e estáveis.
Conclusão: Num quadro combinado de alta prevalência de IRASs e baixa adesão à higienização das mãos, o programa de medição não motiva os profissionais de saúde a aderirem à HM. As intervenções futuras deverão utilizar avaliações progressivas para desenvolver iniciativas efetivas de higienização das mãos.
Background:It is a fact that hand hygiene prevents nosocomial infection, but compliance with recommended instructions is commonly poor. The purpose of this study was to implement a hand hygiene program for increase compliance with hand hygiene and its relationship with nosocomial infection (NI) and MRSA infection/colonization rates.
Methods: Compliance to hand hygiene was evaluated in a hospital by direct observation and measured of health care-associated infections, including methicillin resistant Staphylococcus aureus, before and after an educational intervention, using visual poster, colorful stamps, and feedback of the results.
Results: Overall compliance did not increase during intervention, only handwashing before and after patient contact has improved from 40% to 76% (P = 0.01) for HCWs, but NI and MRSA rates remained high and stable.
Conclusion: In a combination of high prevalence of NI and low compliance to hand hygiene, the programme of measure does not motivate the HCW hand hygiene. Future interventions should employ incremental evaluation to develop effective hand hygiene initiatives.
