Bem-estar e síndrome do esgotamento profissional em trabalhadores da área da saúde e segurança do paciente: uma revisão sistemática

HALL, L. H. ; JOHNSON, J. ; WATT, I. ; TSIPA, A. ; O’CONNOR, D. B.
Título original:
Healthcare staff wellbeing, burnout, and patient safety: a systematic review
Resumo:

Objetivo: Determinar se existe uma associação entre o bem-estar e a síndrome do esgotamento profissional [burnout] em trabalhadores da área da saúde e a segurança do paciente.

Desenho: Revisão sistemática da literatura.

Fontes de Dados: Realizamos buscas nas bases de dados PsychInfo (1806 a julho de 2015), Medline (1946 a julho de 2015), Embase (1947 a julho de 2015) e Scopus (1823 a julho de 2015), bem como nas listas de referências dos artigos elegíveis.

Critérios de elegibilidade para a seleção de estudos: Estudos quantitativos empíricos que incluíssem (i) uma medida de bem-estar ou síndrome de esgotamento profissional e (ii) a segurança do paciente, em populações de profissionais de saúde.

Resultados: Identificamos 46 estudos. Dentre os 27 estudos que mediram o bem-estar, 16 encontraram uma correlação significativa entre um baixo bem-estar e uma pior segurança do paciente; 6 outros estudos encontraram uma associação com algumas das escalas usadas, mas não todas; e um estudo encontrou uma associação significativa, mas no sentido oposto ao da maioria dos estudos. Dentre os 30 estudos que mediram a fadiga profissional, 21 encontraram uma associação significativa entre síndrome do esgotamento profissional e segurança do paciente, enquanto outros 4 estudos encontraram uma associação entre uma ou mais (mas não todas) subescalas das medidas de síndrome do esgotamento profissional utilizadas e a segurança do paciente.

Conclusões: Baixos níveis de bem-estar e níveis moderados a altos de síndrome do esgotamento profissional estão associados, na maioria dos estudos revisados, a maus resultados de segurança do paciente, tais como erros no cuidado de saúde. No entanto, a falta de estudos prospectivos dificulta o estabelecimento de um nexo causal. São necessários outros estudos prospectivos, estudos em atenção primária realizados no Reino Unido e uma definição mais clara de bem-estar entre profissionais de saúde.

Implicações: Esta revisão ilustra a necessidade de que as organizações de saúde considerem melhorar a saúde mental dos profissionais e criar ambientes de trabalho mais seguros ao planejar intervenções para melhorar a segurança do paciente.

Resumo Original:

Objective: To determine whether there is an association between healthcare professionals’ wellbeing and burnout, with patient safety.

Design: Systematic research review.

Data Sources: PsychInfo (1806 to July 2015), Medline (1946 to July 2015), Embase (1947 to July 2015) and Scopus (1823 to July 2015) were searched, along with reference lists of eligible articles.

Eligibility Criteria for Selecting Studies: Quantitative, empirical studies that included i) either a measure of wellbeing or burnout, and ii) patient safety, in healthcare staff populations.

Results: Forty-six studies were identified. Sixteen out of the 27 studies that measured wellbeing found a significant correlation between poor wellbeing and worse patient safety, with six additional studies finding an association with some but not all scales used, and one study finding a significant association but in the opposite direction to the majority of studies. Twenty-one out of the 30 studies that measured burnout found a significant association between burnout and patient safety, whilst a further four studies found an association between one or more (but not all) subscales of the burnout measures employed, and patient safety.

Conclusions: Poor wellbeing and moderate to high levels of burnout are associated, in the majority of studies reviewed, with poor patient safety outcomes such as medical errors, however the lack of prospective studies reduces the ability to determine causality. Further prospective studies, research in primary care, conducted within the UK, and a clearer definition of healthcare staff wellbeing are needed.

Implications: This review illustrates the need for healthcare organisations to consider improving employees’ mental health as well as creating safer work environments when planning interventions to improve patient safety.

Fonte:
PLoS ONE ; 11(7): e0159015; 2016. DOI: 10.1371/journal.pone.0159015.