Caos na clínica: características e consequências de clínicas consideradas caóticas

PEREZ, H. R. ; BEYROUTY, M. ; BENNETT, K. ; BAIER MANWELL, L. ; BROWN, R. L. ; LINZER, M. ; SCHWARTZ, M. D.
Título original:
Chaos in the Clinic: Characteristics and Consequences of Practices Perceived as Chaotic
Resumo:

O estudo Minimizing Error, Maximizing Outcome (MEMO), realizado em clínicas de Nova York, Chicago e Wisconsin, relacionou as experiências de trabalho na atenção primária com o estresse dos médicos. Analisamos dados do estudo MEMO para determinar de que forma o caos numa clínica estava associado às condições de trabalho e a indicadores de qualidade do cuidado. Inquéritos e auditorias de prontuários do paciente determinaram as características das clínicas e erros no cuidado de saúde
, respectivamente. Os médicos classificaram a atmosfera em sua clínica usando uma escala de 1 (calma) a 5 (caótica). As clínicas caóticas foram definidas como aquelas avaliadas com notas 4 ou 5 por mais de 50% de seus médicos. No total, 40 (36%) das 112 clínicas do estudo MEMO foram consideradas caóticas. Em comparação com as clínicas não caóticas, as clínicas caóticas atenderam muito mais pacientes pertencentes a minorias sociais e cobertos pelo Medicaid e tiveram uma maior probabilidade de apresentar gargalos clínicos, como no caso do acesso por telefone (ambos p<0,01). Os médicos de clínicas caóticas relataram um menor controle sobre seu trabalho e menor satisfação profissional, menos ênfase no trabalho em equipe e no profissionalismo, mais estresse e esgotamento profissional e uma maior probabilidade de deixar a clínica em até 2 anos (todos p<0,05). As clínicas caóticas apresentaram taxas maiores de erros no cuidado de saúde e uma maior perda de oportunidades de oferecer serviços preventivos (ambos p<0,05). Os estudos futuros deverão examinar a eficácia de intervenções organizacionais para diminuir o caos em clínicas e para mitigar seus efeitos sobre a segurança do paciente.

Resumo Original:

The Minimizing Error, Maximizing Outcome (MEMO) study of clinics in New York City, Chicago, and Wisconsin linked primary care work experiences to physician stress. We analyzed MEMO data to determine how chaos in the clinic was associated with work conditions and quality of care measures. Surveys and medical record audits determined practice characteristics and medical errors, respectively. Physicians rated clinic atmosphere on a scale of 1 (calm) to 5 (chaotic). Chaotic clinics were defined as practices rated either 4 or 5 by greater than 50% of clinic physicians. Forty of 112 MEMO clinics (36%) were chaotic. Compared with nonchaotic practices, these clinics served more minority and Medicaid patients and had a greater likelihood of clinic bottlenecks such as phone access (both p < .01). Physicians in chaotic clinics reported lower work control and job satisfaction, less emphasis on teamwork and professionalism, more stress and burnout, and a higher likelihood of leaving the practice within 2 years (all p < .05). Chaotic clinics had higher rates of medical errors and more missed opportunities to provide preventative services (both p < .05). More research should examine the effectiveness of organizational interventions to decrease chaos in the clinic and to mitigate its effects on patient safety.

Fonte:
Journal for Healthcare Quality : Official Publication of the National Association for Healthcare Quality ; 39(1): 43-53; 2017. DOI: 10.1097/JHQ.0000000000000016.
Nota Geral:

Créditos da imagem de Destaque:Health Research & Educational Trust