Características das organizações de saúde que lutam para melhorar a qualidade: resultados de uma revisão sistemática de estudos qualitativos

Vaughn, V. M. ; Saint, S. ; Krein, S. L. ; Forman, J. H. ; Meddings, J. ; Ameling, J. ; Winter, S.
Título original:
Characteristics of healthcare organisations struggling to improve quality: results from a systematic review of qualitative studies
Resumo:

CONTEXTO: A identificação das características das organizações de saúde que estão lutando para melhorar a qualidade pode ajudar a fundamentar as iniciativas de melhoria. Assim, fizemos uma revisão sistemática da literatura para: (1) identificar os fatores organizacionais associados às organizações de saúde que estão lutando para melhorar a qualidade e (2) resumir esses fatores em domínios que possam ser alvo de intervenções. MÉTODOS: Revisão sistemática de estudos qualitativos que avaliassem as características organizacionais dessas organizações de saúde, definidas como organizações com resultados abaixo da média em indicadores ligados aos pacientes (como a mortalidade) ou à qualidade do cuidado (como indicadores de segurança do paciente). Realizamos pesquisas nas bases de dados MEDLINE (via Ovid), EMBASE, Cochrane Library, CINAHL e Web of Science desde o início das bases de dados até 8 de fevereiro de 2018. Analisamos os dados qualitativos usando a síntese baseada em um referencial conceitual e os resumimos em domínios principais. A qualidade dos estudos foi avaliada usando a ferramenta Critical Appraisal Skills Program. RESULTADOS: A análise final incluiu 30 estudos (33 artigos) de vários países e ambientes (p.ex., cuidado hospitalar de pacientes agudos, cuidado ambulatorial), com uma grande variedade de participantes (como enfermeiros, líderes e outros profissionais). Cinco domínios caracterizaram as organizações de saúde: uma cultura organizacional deficiente (pouco engajamento, pouca colaboração, estrutura hierárquica com lideranças desconexas), infraestrutura inadequada (pouco trabalho de melhoria da qualidade, baixos contingentes de pessoal, tecnologia da informação ou recursos limitados), falta de uma missão coesa (a missão entra em conflito com outras missões, é mal-definida ou promove um desempenho mediano, e as suas motivações são externas), choques sistêmicos (eventos como a rotatividade de lideranças, novo sistema de prontuários médicos eletrônicos ou escândalos organizacionais que desviam a atenção das operações diárias) e relações externas disfuncionais com outros hospitais, grupos de interesse ou organismos governantes. CONCLUSÕES: As organizações de saúde que estão lutando para melhorar a qualidade possuem certas características comuns que podem afetar a sua capacidade de prestar um cuidado de saúde ideal. A compreensão e a identificação dessas características podem ser um primeiro passo para ajudá-las a enfrentar os desafios organizacionais para a melhoria.

Resumo Original:

BACKGROUND: Identifying characteristics associated with struggling healthcare organisations may help inform improvement. Thus, we systematically reviewed the literature to: (1) Identify organisational factors associated with struggling healthcare organisations and (2) Summarise these factors into actionable domains. METHODS: Systematic review of qualitative studies that evaluated organisational characteristics of healthcare organisations that were struggling as defined by below-average patient outcomes (eg, mortality) or quality of care metrics (eg, Patient Safety Indicators). Searches were conducted in MEDLINE (via Ovid), EMBASE, Cochrane Library, CINAHL, and Web of Science from database inception through February 8 2018. Qualitative data were analysed using framework-based synthesis and summarised into key domains. Study quality was evaluated using the Critical Appraisal Skills Program tool. RESULTS: Thirty studies (33 articles) from multiple countries and settings (eg, acute care, outpatient) with a diverse range of interviewees (eg, nurses, leadership, staff) were included in the final analysis. Five domains characterised struggling healthcare organisations: poor organisational culture (limited ownership, not collaborative, hierarchical, with disconnected leadership), inadequate infrastructure (limited quality improvement, staffing, information technology or resources), lack of a cohesive mission (mission conflicts with other missions, is externally motivated, poorly defined or promotes mediocrity), system shocks (ie, events such as leadership turnover, new electronic health record system or organisational scandals that detract from daily operations), and dysfunctional external relations with other hospitals, stakeholders, or governing bodies. CONCLUSIONS: Struggling healthcare organisations share characteristics that may affect their ability to provide optimal care. Understanding and identifying these characteristics may provide a first step to helping low performers address organisational challenges to improvement. 

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 2018. DOI: 10.1136/bmjqs-2017-007573.