Choosing Wisely na prática clínica: abraçando o pensamento crítico, lutando por um cuidado mais seguro
Nos últimos anos, as campanhas Choosing Wisely e Less is More ganharam crescente atenção na comunidade científica médica. Vários projetos foram lançados para facilitar o debate entre pacientes e médicos, para alcançar um cuidado melhor e mais seguro centrado no paciente. Tais iniciativas abriram o caminho para uma nova "maneira de pensar". A adoção de tal filosofia passa por um processo cognitivo que leva em consideração diversas questões. A medicina é uma ciência altamente imprecisa, e os médicos devem lidar com a incerteza. As evidências da literatura não devem ser aceitas como são, mas, sim, traduzidas para a prática por médicos que selecionam opções de tratamento para casos específicos com base nas melhores pesquisas, preferências e características individuais dos pacientes. Uma escolha sábia requer esforço ativo para minimizar a chance de que possíveis vieses possam afetar nossas decisões clínicas. Os danos potenciais e todas as consequências (diretas e indiretas) da solicitação de testes, procedimentos ou medicamentos devem ser cuidadosamente avaliados, bem como as necessidades e preferências dos pacientes. Por meio desse processo cognitivo, é necessária uma mudança no gerenciamento do paciente, para que deixe de ser centrado em estabelecer um diagnóstico e passe a encontrar a melhor estratégia de gerenciamento para o paciente certo no momento certo. Por fim, ao "pensar com sabedoria", os médicos também devem "agir com sabedoria", estando entre os principais atores no enfrentamento dos próximos desafios de saúde relacionados a questões ambientais e desigualdades sociais.
In recent years, the Choosing Wisely and Less is More campaigns have gained growing attention in the medical scientific community. Several projects have been launched to facilitate confrontation among patients and physicians, to achieve better and harmless patient-centered care
. Such initiatives have paved the way to a new "way of thinking." Embracing such a philosophy goes through a cognitive process that takes into account several issues. Medicine is a highly inaccurate science and physicians should deal with uncertainty. Evidence from the literature should not be accepted as it is but rather be translated into practice by medical practitioners who select treatment options for specific cases based on the best research, patient preferences, and individual patient characteristics. A wise choice requires active effort into minimizing the chance that potential biases may affect our clinical decisions. Potential harms and all consequences (both direct and indirect) of prescribing tests, procedures, or medications should be carefully evaluated, as well as patients' needs and preferences. Through such a cognitive process, a patient management shift is needed, moving from being centered on establishing a diagnosis towards finding the best management strategy for the right patient at the right time. Finally, while "thinking wisely," physicians should also "act wisely," being among the leading actors in facing upcoming healthcare challenges related to environmental issues and social discrepancies.
