Cinco dicas importantes ao utilizar inquéritos sobre cultura de segurança

Título original:
Five top tips for using safety culture surveys
Resumo:

Todos comentam sobre a importância da cultura de segurança na NHS, mas o que você pode fazer a respeito?

Conversamos com pessoas que utilizam inquéritos sobre cultura de segurança como um meio de ajudar na compreensão e na melhoria da cultura de segurança local. Elas compartilharam suas experiências e suas dicas mais importantes, que estão expostas abaixo.

Elas nos mostraram que inquéritos sobre cultura de segurança são úteis para compreender como a segurança é percebida, para avaliar o impacto de uma intervenção ou para ser utilizado como uma intervenção propriamente dita.

Construindo uma cultura de segurança positiva

Uma cultura de segurança positiva no cuidado de saúde pode ser pensada como uma responsabilidade coletiva com relação à segurança do paciente, desde a enfermaria até a direção. Esta é uma característica comum das organizações de alta confiabilidade, onde uma preocupação constante acerca da segurança é desenvolvida dentro da estrutura organizacional.

Sendo assim, como as organizações podem focar na construção de uma cultura de segurança positiva? Um bom primeiro passo é avaliar a existência da cultura de segurança em uma equipe ou unidade em particular, utilizando-se, para isso, o inquérito sobre cultura de segurança. Pesquisas mostram que, atualmente, um terço dos trusts do NHS na Inglaterra utilizam inquéritos para avaliar a cultura de segurança e identificar problemas.

Dicas úteis

Nós conversamos com três organizações acerca dos benefícios de se utilizar inquéritos sobre cultura de segurança. Perguntamos também quais conselhos essas instituições poderiam dar a outras. Aqui estão cinco dicas importantes ao se utilizar inquéritos sobre cultura de segurança:

  1. Comece “pequeno”. Como não existe uma única “cultura organizacional”, escolha uma equipe pequena, uma unidade ou serviço  para avaliar a cultura de segurança, a fim de testar primeiramente seu inquérito com o intuito de resolver quaisquer problemas prévios.
  2. Esclareça seu propósito. Você quer focar seus esforços em áreas que mais precisam de melhorias, definir uma base para o impacto de uma intervenção ou abrir canais de comunicação sobre questões de segurança?
  3. Escolha com cuidado. Existem diferentes ferramentas disponíveis, mas nenhuma é, por si só, a “correta”. Entenda seus pontos fortes, bem como suas limitações, e assegure que há um banco de dados de referência.
  4. Use de maneira holística. Utilizadas uma vez e de maneira isolada, ferramentas de inquérito são apenas um retrato de uma situação. Contudo, se forem utilizadas como parte de um conjunto mais amplo de ferramentas de avaliação, e repetidamente (p. ex. com foco em períodos maiores de risco, tais como turnos de médicos mais novos), tais inquéritos serão mais esclarecedores e de impacto mais abrangente.
  5. Não imponha. Inquéritos sobre cultura podem facilitar discussões sobre riscos e segurança quando os profissionais estão engajados nesses projetos e não porque gerentes ou reguladores os impuseram.

Visões de equipes que utilizaram inquéritos sobre cultura de segurança

“Eu trabalhei no NHS por 30 anos e posso atestar o impacto que estas conversas (utilizando os inquéritos sobre cultura de segurança) tiveram.” Alison Lovatt, Diretor da Rede de Melhoria Clínica na Yorkshire and Humber Improvement Academy. A instituição utiliza o Questionário sobre Atitudes de Segurança (Safety Attitudes Questionnaire [Teamwork and Safety Climate]) desenvolvido pela Universidade do Texas, como parte do seu programa Improving the Safety of Frontline Care. Por trabalharem com equipes multiprofissionais, a primeira coisa que eles fizeram foi avaliar a cultura de segurança:

“O objetivo foi avaliar não só o impacto de um grupo de intervenções que estávamos introduzindo, mas também que o inquérito fosse uma intervenção por si só.”

Alison lembra que o inquérito pontuado por uma equipe foi considerado positivo como um todo, à exceção de uma questão – somente 13% dos profissionais disseram que se sentiriam seguros na enfermaria como um paciente. Após estabelecerem grupos focais, eles descobriram que isso se devia ao fato de haver uma preocupação acerca do nível dos profissionais em momentos específicos do dia. A solução então foi mudar a escala dos profissionais, bem como iniciar briefings sobre segurança.

O Professor Peter Spurgeon é o diretor do Institute of Clinical Leadership da Warwick Medical School, a qual prestou suporte ao programa Safer Clinical Systems da Health Foudation. Peter trabalhou com oito equipes do NHS a fim de, sistematicamente, identificar riscos em seus itinerários clínicos. Ele utilizou o Índice de Cultura de Segurança para fornecer um quadro de como estava a segurança do ambiente onde eles trabalhavam (e-mail research@perform.gotadsl.co.uk para mais detalhes sobre esta ferramenta).

Seis de oito locais obtiveram uma melhoria geral significativa em seus escores do início ao fim do programa, com a maior mudança podendo ser observada no quesito “participação na tomada de decisões”. Peter sugere que tais ferramentas podem ser valiosas desde que a pessoa que as utilize esteja certa do que elas podem ou não informar:

“Não é uma medida de segurança, mas sim as atitudes das pessoas em relação a isso. Sendo assim, um baixo escore sugere uma probabilidade maior da segurança estar comprometida, mas não é possível mostrar onde ou de que forma. O que essa ferramenta fornece é uma visão geral de grande valor para o ambiente de segurança, bem como permite verificar onde algo está errado. Isso tudo possibilita uma investigação posterior.

Jodie Whittle e Andrea McGuinness são ambas conselheiras para melhorias da AQuA. Elas utilizaram inquéritos sobre cultura de segurança com uma variedade de organizações, como parte da Fundação de Saúde ‘Com SAFE’ (Community Safety Aimed at the Frail Elderly) e dos programas PSC (Patient Safety Champions).

Utilizando-se das ferramentas de acesso livre MaPSaF (Manchester Patient Safety Framework) e PSCS (Patient Safety Culture Survey), as equipes buscaram demonstrar uma cultura de segurança aprimorada, seguindo um determinado número de intervenções.

Sete equipes do ‘Com SAFE’ completaram o inquérito PSCS. Destas, cinco demonstraram uma melhoria na cultura de segurança. De especial interesse foi o conhecimento adquirido pelas duas equipes que não completaram. Isso ocorreu devido ao fato de os profissionais terem tomado ciência de questões até então desconhecidas sobre segurança, muitas das quais estavam fora da sua alçada (p. ex. nível dos profissionais). Para todas as equipes, contudo, a oportunidade de se abrirem canais de diálogo acessíveis sobre desafios na área de segurança foi considerada um benefício inquestionável. Como Andrea McGuinness afirma:

Compartilhar os resultados de um inquérito é uma oportunidade única para os profissionais falarem sobre questões diretamente dentro de suas equipes e com a diretoria, de uma forma que seja construtiva e não crítica.”

Descubra mais (em inglês) em:

Resumo Original:

Everyone’s talking about the importance of safety culture in the NHS but what can you do about it?

We spoke to people using safety culture surveys on the front line to help understand and improve their local safety culture. They share their experiences and top tips below.

They told us safety culture surveys are helpful for understanding how safety is perceived, for measuring the impact of an intervention, or as an intervention in their own right.

Building a positive safety culture

A positive safety culture in health care can be thought of as having a collective responsibility for patient safety, from the ward to the board. This is a common characteristic of high reliability organisations, where a constant concern about safety is weaved into the organisational fabric.

So how can organisations focus on building a positive safety culture? A good first step is to measure the existing safety culture of a particular team or unit, using a safety culture survey. Research shows that one third of NHS trusts in England are currently using surveys to measure their safety culture and identify issues.

Useful tips

We spoke to three organisations about the benefits of using safety culture surveys and asked what advice they might offer to others. Here are their five top tips for using safety culture surveys:

  1. Start small. There is no single ‘organisational culture’. Instead, choose a small team, unit or service to assess the safety culture, preferably testing the survey first to iron out any problems.
  2. Clarify your purpose. Do you want to target efforts on areas most in need of improvement, set a baseline for the impact of an intervention, or open up conversations about safety issues?
  3. Choose carefully. There any many different tools available, but no single tool is the ‘right one’ – understand their strengths and limitations, and ensure there is a dataset to benchmark yourself against.
  4. Use holistically. Used once and in isolation, survey tools are just a snapshot. But as part of a wider suite of tools and targeted measures, and used repeatedly (eg targeting higher risk periods, such as junior doctor rotations), they will be far more illuminating and impactful.
  5. Don’t mandate. Culture surveys can facilitate open discussions about risk and safety because staff are engaged in them, not because managers or regulators tell them to do it.

Insight from teams who’ve used safety culture surveys

‘I’ve worked in the NHS for 30 years, and I can testify to the impact that these conversations [using safety culture surveys] have had.’

Alison Lovatt is Clinical Improvement Network Director at the Yorkshire and Humber Improvement Academy. The Academy is using the Safety Attitudes Questionnaire (Teamwork and Safety Climate) developed by the University of Texas, as part of its Improving the Safety of Frontline Care programme. Working with multi-disciplinary teams, the first thing they did was to test the safety culture:

‘The aim was to test the impact of a set of interventions we were introducing, but also for the survey to be an intervention in its own right.’

Alison recalls the survey scores for a particular team, which were positive across the board except for one question – only 13% of staff said they would feel safe on the ward as a patient. After running focus groups, they found this was due to concerns about staffing levels at particular times of day. The solution was to change the staffing schedules and introduce safety briefings.

Professor Peter Spurgeon is Director of the Institute of Clinical Leadership at Warwick Medical School, which supported the Health Foundation’s Safer Clinical Systems programme. Peter worked with eight NHS teams to systematically identify risks in their clinical pathways, and used the Safety Culture Index to provide a picture of the safety environment they were working in (email research@perform.gotadsl.co.uk for details of this tool).

Six out of the eight sites recorded a significant overall improvement in their scores from the start to the end of the programme, with most change seen around ‘participation in decision-making’. Peter suggests these tools can be very valuable as long as you are clear about what they can and can’t tell you:

‘It’s not a measure of safety but of people’s attitudes towards it. So a low score suggests a higher probability of safety being compromised, but cannot show you where or in what form. What it does give you is an invaluable overall picture of the safety environment and a sense of where something is wrong, allowing you to investigate further.’

Jodie Whittle and Andrea McGuinness are both Improvement Advisors at AQuA. They used safety culture surveys with a range of organisations as part of the Health Foundation funded Community Safety Aimed at the Frail Elderly (Com SAFE) and Patient Safety Champions Programmes (PSC).

Using the free-to-access Manchester Patient Safety Framework (MaPSaF) and the Patient Safety Culture Survey (PSCS) tool, the teams sought to demonstrate an improved safety culture following a number of interventions.

Seven teams from Com SAFE completed the PSCS survey, with five demonstrating an improved safety culture. Of particular interest was the insight gained into the two that didn’t. They discovered that this was because staff had become aware of previously unknown safety issues, many of which were out of their control to affect (eg staffing levels). For all the teams, the opportunity to open up conversations about safety challenges comfortably and without prejudice was an undoubted benefit. As Andrea McGuinness says:

‘Sharing the survey results is a unique opportunity for staff to talk about issues directly within their teams and with the board, in a way that is seen as constructive and not critical.’

Find out more:

Fonte:
The Health Foundation ; 2014.
Nota Geral:

Este artigo foi incluido na newsletter da The Health Foundation de Agosto de 2014. Foto: The Health Foundation

Autor institucional: 
The Health Foundation