Cirurgia em local errado: podemos a prevenir?

CLARKE, J. R. ; JOHNSTON, J. ; BLANCO, M. ; MARTINDELL, D. P.
Título original:
Wrong-Site surgery: can we prevent it?
Resumo:

A cirurgia em local errado acontece ocorre com freqüência considerável, o que a torna um risco significativo para muitos cirurgiões durante suas carreiras profissionais. Mas é um evento que jamais deveria acontecer. Das cirurgias em local errado, a maior parte se trata de cirurgias em lado errado, seguidas por aquelas em dedo errado e em nível vertebral errado. A cirurgia em local errado resulta de informações ou percepções erradas quanto à orientação do paciente. A chave para prevenir a cirurgia em local errado é realizar diversas verificações independentes de informações críticas. Idealmente, as discrepâncias entre a ficha cirúrgica, o consentimento e o registro do cirurgião sobre a história e o exame físico do paciente devem ser resolvidas antes do dia da cirurgia, para evitar a perda de tempo com a confirmação das informações. Notamos que a verificação pré-operatória foi a mais eficaz das três etapas do Protocolo Universal e que o paciente foi uma fonte de informações mais confiável que os documentos. O ato de marcar o sítio cirúrgico dá ao paciente a chance de se manifestar antes de ser sedado ou da indução anestésica. Houve casos de cirurgias em local errado que envolveram anestesia local ou regional no local errado quando os anestesistas não aderiram às "pausas cirúrgicas" [time-out] formais em seus procedimentos. Os cirurgiões devem ter acesso a todas as informações relevantes e se envolver nos processos de prevenção de cirurgias em local errado, particularmente na pausa cirúrgica final [time out]. A equipe deve fazer com que os membros mais novos se sintam confiantes para se manifestar caso tenham preocupações. Durante a cirurgia da coluna, o nível vertebral deve ser confirmado radiograficamente. Podem ocorrer problemas após uma cirurgia se as informações que acompanham uma peça cirúrgica não forem precisas ou se forem usadas etiquetas deixadas por um paciente anterior para identificar uma peça.

Resumo Original:

Wrong-site surgery happens frequently enough that it is a significant risk for many surgeons during their professional careers. But it is an event that should never happen. Most wrong-site surgery is wrong-side surgery, followed by wrong-digit and wrong-vertebral-level surgery. Wrong-site surgery results from misinformation or misperception of the patient's orientation. The key to preventing wrong-site surgery is to have multiple independent checks of critical information. Discrepancies among the operative record, consent, and the surgeon's record of the history and physical examination should ideally be resolved prior to the day of surgery to avoid time-consuming reconciliations. We noted that the preoperative verification was the most effective of the three steps of the Universal Protocol and that the patient was a more reliable source of accurate information than the documents. Marking the operative site gives patients a voice after they are sedated or anesthesia is induced. Wrong-site surgery has involved local or regional anesthesia at the wrong site when anesthesiologists did not adhere to formal time-outs for their procedures. Surgeons need to have access to all relevant information and to be engaged in the processes to prevent wrong-site surgery, particularly in the final time-out. Junior members of the operating room team must be made comfortable about speaking up if concerned. During spinal surgery, the vertebral level needs to be confirmed radiographically. Wrong-site surgical problems can occur after an operation if accurate information is not provided to accompany the specimen or if leftover labels from a previous patient are used to identify the specimen.

Fonte:
Advances in Surgery ; 42: 13-31; 2008. DOI: 10.1016/j.yasu.2008.03.004.
DECS:
protocolos clínicos, erros médicos, humanos