Como os pacientes internados no hospital conceitualizam a segurança do paciente? Um estudo de entrevista qualitativa usando teoria fundamentada construtivista

Emily Barrow ; Rachael A Lear ; Abigail Morbi ; Susannah Long ; Ara Darzi ; Erik Mayer ; Stephanie Archer
Título original:
How do hospital inpatients conceptualise patient safety? A qualitative interview study using constructivist grounded theory
Resumo:

CONTEXTO: Os esforços para envolver os pacientes na segurança do paciente continuam a girar em torno de noções derivadas dos profissionais de tentar minimizar o risco clínico, mas as evidências sugerem que os pacientes têm perspectivas sobre a sua segurança que são distintas daquelas dos clínicos e acadêmicos. Este estudo visa compreender como pacientes hospitalizados em três especialidades diferentes conceitualizam a segurança do paciente e desenvolver um modelo conceitual que reflita suas perspectivas. MÉTODOS: Foi realizado um estudo qualitativo de entrevista semiestruturada com 24 pacientes internados em três especialidades clínicas (medicina para idosos, cirurgia eletiva e maternidade) em um grande hospital universitário do centro de Londres. Uma forma abreviada de teoria fundamentada construtivista foi empregada para analisar as transcrições das entrevistas. A análise comparativa constante e a escrita de memorandos usando a técnica de agrupamento foram usadas para desenvolver um modelo de como os pacientes conceitualizam a segurança do paciente. RESULTADOS: Enquanto alguns pacientes descreveram a segurança do paciente usando termos consistentes com as definições clínicas/acadêmicas, os pacientes conceitualizaram, predominantemente, a segurança do paciente no contexto do que os fez "sentirem-se seguros". Os sentimentos de segurança dos pacientes surgiram de uma série de experiências de cuidado envolvendo atores específicos: funcionários do hospital, o paciente, seus amigos/familiares/cuidadores e a organização de saúde. Quatro tipos de experiências contribuíram para a forma como os pacientes conceitualizam a segurança: ações observadas pelos pacientes; ações recebidas pelos pacientes; ações realizadas pelos próprios pacientes; e ações compartilhadas envolvendo pacientes e outros atores em seus cuidados. CONCLUSÕES: Nossos resultados apoiam a necessidade de um paradigma de segurança do paciente que seja significativo para todas os atores envolvidos, incorporando o que é importante para os pacientes se sentirem seguros no hospital. Pesquisas adicionais devem examinar e testar como o modelo conceitual proposto pode ser aplicado e implementado na prática para incorporar a conceitualização do paciente sobre segurança do paciente na prática clínica diária.
 

Resumo Original:

BACKGROUND: Efforts to involve patients in patient safety continue to revolve around professionally derived notions of minimising clinical risk
, yet evidence suggests that patients hold perspectives on patient safety that are distinct from clinicians and academics. This study aims to understand how hospital inpatients across three different specialties conceptualise patient safety and develop a conceptual model that reflects their perspectives. METHODS: A qualitative semi-structured interview study was conducted with 24 inpatients across three clinical specialties (medicine for the elderly, elective surgery and maternity) at a large central London teaching hospital. An abbreviated form of constructivist grounded theory was employed to analyse interview transcripts. Constant comparative analysis and memo-writing using the clustering technique were used to develop a model of how patients conceptualise patient safety. RESULTS: While some patients described patient safety using terms consistent with clinical/academic definitions, patients predominantly conceptualised patient safety in the context of what made them 'feel safe'. Patients' feelings of safety arose from a range of care experiences involving specific actors: hospital staff, the patient, their friends/family/carers, and the healthcare organisation. Four types of experiences contributed to how patients conceptualise safety: actions observed by patients; actions received by patients; actions performed by patients themselves; and shared actions involving patients and other actors in their care. CONCLUSIONS: Our findings support the need for a patient safety paradigm that is meaningful to all stakeholders, incorporating what matters to patients to feel safe in hospital. Additional work should explore and test how the proposed conceptual model can be practically applied and implemented to incorporate the patient conceptualisation of patient safety into everyday clinical practice.

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 014695.; 2023. DOI: 10.1136/bmjqs-2022-014695..