Conjunto de habilidades de enfermagem em hospitais europeus: estudo transversal da associação com a mortalidade, a avaliação do cuidado pelos pacientes e a qualidade do cuidado
Objetivos: Determinar a associação do conjunto de habilidades de enfermagem em hospitais com a mortalidade, a avaliação do cuidado por parte dos pacientes e indicadores da qualidade do cuidado. DESENHO: Combinamos dados transversais sobre altas hospitalares, características dos hospitais e dados oriundos de inquéritos com enfermeiros e pacientes e os analisamos usando equações de estimativa generalizada (EEG) e modelos de regressão logística.
Ambiente: Hospitais de cuidado agudo para pacientes adultos na Bélgica, Inglaterra, Finlândia, Irlanda, Espanha e Suíça. PARTICIPANTES: Realizamos inquéritos com 13.077 enfermeiros em 243 hospitais e 18.828 pacientes em 182 dos mesmos hospitais nos seis países. Obtivemos dados sobre as altas hospitalares de 275.519 pacientes cirúrgicos em 188 desses hospitais.
Desfechos primários: Mortalidade de pacientes, avaliação do cuidado pelos pacientes, qualidade do cuidado, segurança do paciente, eventos adversos, síndrome de esgotamento profissional e insatisfação no trabalho entre enfermeiros.
Resultados: Um conjunto mais rico de habilidades de enfermagem (por exemplo, cada aumento de 10 pontos na porcentagem de enfermeiros profissionais entre todo o pessoal de enfermagem) esteve associado a menores chances de morte (OR=0,89) e menores proporções de má avaliação dos hospitais pelos pacientes (OR=0,90), relatos de baixa qualidade (OR=0,89), má avaliação da segurança (OR=0,85) e outros resultados negativos (0,80<OR <0,93) após o ajuste para fatores ligados aos hospitais e aos pacientes. Cada redução de 10 pontos percentuais na proporção de enfermeiros profissionais está associada a um aumento de 11% nas chances de morte. Em nossa amostra hospitalar, observou-se uma média de 6 cuidadores por cada 25 pacientes, dos quais 4 eram enfermeiros profissionais. A substituição de um enfermeiro profissional por um auxiliar de enfermagem por cada 25 pacientes está associada a um aumento de 21% nas chances de morte.
Conclusões: Uma equipe clínica com maior proporção de enfermeiros profissionais está associada a melhores resultados para pacientes e enfermeiros. A redução do conjunto de habilidades de enfermagem pela inclusão de auxiliares de enfermagem e outras categorias de trabalhadores sem as qualificações dos enfermeiros profissionais pode contribuir para a ocorrência de mortes evitáveis, prejudicar a qualidade e a segurança do cuidado hospitalar e contribuir para a escassez de enfermeiros em hospitais.
Objectives: To determine the association of hospital nursing skill mix with patient mortality, patient ratings of their care and indicators of quality of care.DESIGN:Cross-sectional patient discharge data, hospital characteristics and nurse and patient survey data were merged and analysed using generalised estimating equations (GEE) and logistic regression models.
Setting: Adult acute care hospitals in Belgium, England, Finland, Ireland, Spain and Switzerland.
Participants: Survey data were collected from 13 077 nurses in 243 hospitals, and 18 828 patients in 182 of the same hospitals in the six countries. Discharge data were obtained for 275 519 surgical patients in 188 of these hospitals.
Main outcome measures: Patient mortality, patient ratings of care, care quality, patient safety, adverse events and nurse burnout and job dissatisfaction.
Results: Richer nurse skill mix (eg, every 10-point increase in the percentage of professional nurses among all nursing personnel) was associated with lower odds of mortality (OR=0.89), lower odds of low hospital ratings from patients (OR=0.90) and lower odds of reports of poor quality (OR=0.89), poor safety grades (OR=0.85) and other poor outcomes (0.80<OR<0.93), after adjusting for patient and hospital factors. Each 10 percentage point reduction in the proportion of professional nurses is associated with an 11% increase in the odds of death. In our hospital sample, there were an average of six caregivers for every 25 patients, four of whom were professional nurses. Substituting one nurse assistant for a professional nurse for every 25 patients is associated with a 21% increase in the odds of dying.
Conclusions: A bedside care workforce with a greater proportion of professional nurses is associated with better outcomes for patients and nurses. Reducing nursing skill mix by adding nursing associates and other categories of assistive nursing personnel without professional nurse qualifications may contribute to preventable deaths, erode quality and safety of hospital care and contribute to hospital nurse shortages.
