Cultura de segurança do paciente como espaço de luta social: compreensão da prática de prevenção de infecções e a cultura de segurança do paciente em ambientes de isolamento hospitalar - um estudo qualitativo
Contexto: Nos últimos tempos, a prevenção de infecções e a segurança do paciente tornaram-se uma prioridade da política de saúde global, considerando-se a compreensão da cultura organizacional nos cuidados de saúde e a sua importância em iniciar a melhoria da qualidade sustentável na prevenção de infecções e na segurança do paciente. Este artigo procura explorar as maneiras pelas quais o envolvimento dos profissionais de saúde com princípios e práticas de prevenção de infecções molda e informa a cultura de segurança do paciente no contexto de ambientes hospitalares de isolamento e vice-versa. Métodos de pesquisa: Neste artigo, utilizamos entrevistas em grupos focais em dois hospitais dentro de um conselho de saúde para envolver os profissionais de saúde na elaboração de seus conhecimentos sobre práticas de prevenção de infecções e cultura de segurança do paciente em ambientes de isolamento em suas organizações. As transcrições dos grupos focais foram analisadas indutivamente usando análise temática a fim de identificar e desenvolver temas empíricos emergentes. Resultados: Posicionado em um cenário de reestruturação assistencial e incerteza cada vez maior, nosso estudo encontrou dois hospitais muito diferentes em relação à cultura de segurança do paciente e à prática de prevenção de infecções. Enquanto um hospital incorpora um cenário misto em relação à cultura de segurança do paciente, o segundo hospital é melhor caracterizado como sendo altamente fragmentado. A utilização de entrevistas com grupos focais revelou temas que capturam as formas como os entrevistados posicionam e compreendem o trabalho que realizam dentro do contexto estrutural, político e cultural mais amplo e o que isso significa para a prática de prevenção de infecções e cultura de segurança do paciente. Conclusão: Com base nos insights de Bourdieu, este artigo teoriza o campo da segurança do paciente como um espaço de luta social. A segurança do paciente é, portanto, posicionada dentro de seu contexto estrutural, cultural e político, e não apenas como um dilema epidemiológico.
Background: In recent times, infection prevention and patient safety have become a global health policy priority with thought being given to understanding organisational culture within healthcare, and of its significance in initiating sustained quality improvement within infection prevention and patient safety. This paper seeks to explore the ways in which engagement of healthcare workers with infection prevention principles and practices, shape and inform patient safety culture within the context of hospital isolation settings; and vice-versa. Research methods: In this paper, we utilise focus group interviews at two hospital sites within one health board in order to engage healthcare staff in elaborating on their understandings of infection prevention practices and patient safety culture within isolation settings in their organisation. Focus group transcripts were analysed inductively using thematic analysis in order to identify and develop emerging empirical themes. Results: Positioned against a background of healthcare restructuring and ever-increasing uncertainty, our study found two very different hospitals in regard to patient safety culture and infection prevention practice. While one hospital site embodies a mixed picture in regard to patient safety culture, the second hospital is best characterised as being highly fragmented. The utilisation of focus group interviews revealed themes that capture the ways in which interviewees position and understand the work they perform within the broader structural, political and cultural context, and what that means for infection prevention practice and patient safety culture. Conclusion: Drawing on the insights of Bourdieu, this paper theorises the field of patient safety as a space of social struggle. Patient safety is thus positioned within its structural, cultural and political context, rather than as merely an epidemiological dilemma.
