Desenvolvimento de uma ferramenta para avaliar a complexidade do cuidado farmacêutico em pacientes adultos em hospitais: um estudo Delphi modificado
Contexto: Os farmacêuticos hospitalares têm um papel essencial no cuidado de saúde; entretanto, a falta de recursos os impede de revisar todos os pacientes diariamente. Consequentemente, existe uma demanda por ferramentas de triagem confiáveis para concentrar o cuidado nos pacientes com necessidades farmacêuticas urgentes e/ou complexas. Várias ferramentas foram desenvolvidas, mas não existe um consenso amplo sobre o desenho de uma ferramenta de triagem a ser usada em pacientes adultos no ambiente hospitalar. Objetivo: Obter um consenso de especialistas sobre o desenho de uma ferramenta de triagem para avaliar a complexidade do cuidado farmacêutico, a ser utilizada no momento da internação hospitalar. Métodos: Realizamos dois estudos Delphi: o primeiro procurou alcançar o consenso de especialistas, incluindo farmacêuticos, acadêmicos e médicos, sobre os componentes de uma ferramenta para avaliar a complexidade farmacêutica; o segundo, para alcançar o consenso de diretores e administradores de farmácias de serviços clínicos do Reino Unido sobre a adequação clínica e a praticidade da ferramenta. Os componentes da ferramenta e as declarações do processo Delphi foram identificados e refinados a partir de nossos estudos anteriores: uma revisão sistemática, um inquérito no Reino Unido e um estudo baseado em entrevistas sobre ferramentas de priorização. Utilizamos uma definição válida de consenso. Resultados: Mais de 300 componentes foram extraídos dos dados de entrevistas e da revisão sistemática, sendo então refinados para inclusão no primeiro estudo Delphi. Ao todo, 33 especialistas participaram do primeiro ciclo Delphi, chegando a um consenso sobre 92 componentes. Estes foram agrupados em componentes demográficos, clínicos e medicamentosos e condensados em 33 itens, que foram incluídos na primeira versão da Ferramenta de Complexidade do Cuidado Farmacêutico em Adultos (Adult Complexity Tool for Pharmaceutical Care, ACTPC). A ferramenta estratifica os pacientes, classificando a sua complexidade como alta, moderada ou baixa. Posteriormente, 40 especialistas participaram do segundo ciclo Delphi e chegaram a um consenso sobre a frequência de revisão e a experiência do profissional de farmácia em cada nível. Estas decisões foram incorporadas na versão final da ACTPC. Conclusões: A ACTPC é a primeira ferramenta sistematicamente projetada e submetida a um processo de consenso em nível internacional para uso no momento da internação hospitalar. Ela tem potencial para direcionar melhor a prestação do cuidado farmacêutico.
Background: Hospital pharmacists play an essential role in patient care; however, a lack of resources means pharmacists are unable to review all patients daily. Consequently, there is a demand for reliable screening tools to allocate care to patients with urgent and/or complex pharmaceutical needs. Several tools have been developed, but no broad consensus exists on the design of a screening tool to be used in the adult hospital setting. Objective: To obtain expert consensus on the design of a pharmaceutical care complexity screening tool for use on admission to hospital. Methods: Two Delphi studies were conducted: the first sought to gain consensus from experts including pharmacists, academics and physicians on the components of a pharmaceutical complexity tool, the second to achieve consensus from UK chief pharmacists and clinical service pharmacy managers on the clinical appropriateness and practicality of the tool. Tool components and Delphi statements were identified and refined from our previous systematic review, UK survey and interview study of prioritisation tools. A valid definition for consensus was used. Results: Over 300 components were extracted from the interview data and systematic review and then refined for inclusion in the first Delphi study. Thirty-three experts completed Delphi One and consensus was reached on 92 components. Components were grouped into demographic, clinical and medication components and condensed to 33 items, which were included in the first draft of the Adult Complexity Tool for Pharmaceutical Care (ACTPC). The tool stratified patients into highly, moderately or least complex. Forty expert panellists completed Delphi Two and consensus was reached on review frequency and experience of pharmacy practitioner at each level. These decisions were incorporated into the final version of the ACTPC. Conclusions: The ACTPC is the first systematically designed and internationally agreed tool for use on medical admission to hospital. It has potential to enable the delivery of targeted patient-centred pharmaceutical care.