Diretrizes de 2018 da American Society of Hematology sobre a conduta para o tromboembolismo venoso: tromboembolismo venoso no contexto da gravidez
CONTEXTO:
O tromboembolismo venoso (TEV) complica aproximadamente 1,2 de cada 1.000 partos. Apesar deste baixo risco absoluto, o TEV associado à gravidez é uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna.
OBJETIVO:
Estas diretrizes baseadas em evidências da American Society of Hematology (ASH) visam apoiar pacientes, profissionais da saúde e outros nas decisões sobre a prevenção e o tratamento do TEV associado à gravidez.
MÉTODOS:
Para formular as diretrizes, a ASH formou um painel multidisciplinar balanceado para minimizar possíveis vieses causados por conflitos de interesses. O McMaster University GRADE Center apoiou o processo de desenvolvimento das diretrizes, o que envolveu a atualização ou realização de revisões sistemáticas das evidências. O painel priorizou questões e resultados clínicos de acordo com a sua importância para profissionais de saúde e pacientes. A abordagem GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation) foi usada para avaliar as evidências e fazer recomendações.
RESULTADOS:
O painel concordou em relação a 31 recomendações relacionadas ao tratamento do TEV e da trombose venosa superficial, ao diagnóstico de TEV e à profilaxia da trombose.
CONCLUSÕES:
Foi feita uma recomendação forte em relação à preferência pela heparina de baixo peso molecular (HBPM) vs. heparina não fracionada para TEV agudo. A maioria das recomendações foi condicional, incluindo aquelas ligadas à dosagem de HBPM duas vezes ao dia vs. uma vez ao dia para o tratamento de TEV agudo, e à preferência por terapia ambulatorial inicial vs. internação hospitalar nos casos de TEV agudo de baixo risco, bem como contra o monitoramento de rotina do antifator Xa para orientar a dosagem de HBPM no tratamento de TEV. Foi feita uma recomendação forte (com evidências de baixa certeza) para profilaxia anteparto com anticoagulante nos casos com história de TEV não provocado ou associado a hormônios, além de uma recomendação condicional contra a profilaxia anteparto com anticoagulante nos casos com TEV prévio associado a um fator de risco não hormonal resolvido.
BACKGROUND:
Venous thromboembolism (VTE) complicates ∼1.2 of every 1000 deliveries. Despite these low absolute risks, pregnancy-associated VTE is a leading cause of maternal morbidity and mortality.
OBJECTIVE:
These evidence-based guidelines of the American Society of Hematology (ASH) are intended to support patients, clinicians and others in decisions about the prevention and management of pregnancy-associated VTE.
METHODS:
ASH formed a multidisciplinary guideline panel balanced to minimize potential bias from conflicts of interest. The McMaster University GRADE Centre supported the guideline development process, including updating or performing systematic evidence reviews. The panel prioritized clinical questions and outcomes according to their importance for clinicians and patients. The Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE) approach was used to assess evidence and make recommendations.
RESULTS:
The panel agreed on 31 recommendations related to the treatment of VTE and superficial vein thrombosis, diagnosis of VTE, and thrombosis prophylaxis.
CONCLUSIONS:
There was a strong recommendation for low-molecular-weight heparin (LWMH) over unfractionated heparin for acute VTE. Most recommendations were conditional, including those for either twice-per-day or once-per-day LMWH dosing for the treatment of acute VTE and initial outpatient therapy over hospital admission with low-risk acute VTE, as well as against routine anti-factor Xa (FXa) monitoring to guide dosing with LMWH for VTE treatment. There was a strong recommendation (low certainty in evidence) for antepartum anticoagulant prophylaxis with a history of unprovoked or hormonally associated VTE and a conditional recommendation against antepartum anticoagulant prophylaxis with prior VTE associated with a resolved nonhormonal provoking risk factor.