Distintas percepções sobre a cultura da segurança dentre os vários cargos no ambiente ambulatorial

HICKNER, J. ; SMITH, S.A. ; YOUNT, N. ; SORRA, J.
Título original:
Differing perceptions of safety culture across job roles in the ambulatory setting
Resumo:

Introdução: Especialistas em segurança do paciente destacam a importância de se compartilhar uma cultura de segurança, uma vez que a falta de consenso pode ser prejudicial para a segurança do paciente. Este estudo examina diferenças de percepção da cultura de segurança do paciente entre prestadores, gestores e pessoal administrativo em um grande inquérito de âmbito nacional sobre a cultura da segurança do paciente em práticas ambulatoriais nos EUA. 

Métodos: Realizada em postos de atendimento médico pela Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ), a Pesquisa sobre a Cultura de Segurança do Paciente  avalia as percepções relativas a questões de segurança do paciente e a notificação de eventos em postos de atendimento médico (por exemplo, ambulatórios). A partir de dados de 2014, analisamos as respostas dos postos de atendimento médico com pelo menos cinco questionários respondidos. Calculamos as diferenças na percepção da cultura de segurança do paciente em seis cargos (médicos, gestores, técnicos de enfermagem/médicos assistentes, enfermeiros, pessoal de apoio clínico e pessoal administrativo) para 10 quesitos da pesquisa; a média dos 10 quesitos e uma classificação geral da segurança do paciente usando regressões lineares hierárquicas multivariadas.

Resultados: Analisamos dados de 828 postos de atendimento médico contendo respostas de 15.523 prestadores de cuidados médicos e funcionários administrativos, com uma média de 20 questionários preenchidos por posto (variando desde 5 até 367) e uma taxa média de resposta por posto de atendimento médico de 65% (desde 3% até 100%). Os gestores tiveram pontuação significativamente maior de percepções positivas sobre a cultura de segurança do paciente em 9 dos 10 quesitos em comparação com os demais cargos, inclusive médicos. O quesito que mostrou a maior diferença foi Abertura de Comunicação. Os gestores (85% positivo) foram 22% mais positivos do que outros profissionais da área clínica ou de apoio administrativo. Os médicos foram significativamente mais positivos do que os médicos assistentes e os técnicos de enfermagem, a enfermagem em geral e os demais profissionais da área clínica e de apoio funcional ou administrativo nos quatro quesitos: Notificação de Erro, Abertura de Comunicação, Treinamento do Pessoal e Trabalho de Equipe, variando entre 3% e 20% mais positivos.

Conclusões: Estes achados sugerem que os gestores precisam prestar mais atenção às necessidades de treinamento do pessoal de apoio administrativo, pois foi uma das áreas com as maiores lacunas de percepção. Além disso, tanto os gestores administrativos quanto os médicos precisam encorajar mais a abertura na comunicação. À medida que os postos de atendimento médico vão inovando para melhorar o valor, a eficiência e o cuidado centrado no paciente, vai se tornando mais importante que continuem a estimular o compartilhamento de suas percepções acerca do que os membros da organização precisam, compreendendo que essas percepções podem diferir sistematicamente conforme o cargo ocupado.

Palavras-chave: cuidado ambulatorial; segurança do medicamento; segurança do paciente; cultura de segurança 

Resumo Original:

Background: Experts in patient safety stress the importance of a shared culture of safety. Lack of consensus may be detrimental to patient safety. This study examines differences in patient safety culture perceptions among providers, management and staff in a large national survey of safety culture in ambulatory practices in the USA.

Methods: The US Agency for Healthcare Research and Quality Medical Office Survey on Patient Safety Culture (SOPS) assesses perceptions about patient safety issues and event reporting in medical offices (ie, ambulatory practices). Using the 2014 data, we analysed responses from medical offices with at least five respondents. We calculated differences in perceptions of patient safety culture across six job positions (physicians, management, nurse practitioners (NPs)/physician assistants (PAs), nurses, clinical support staff and administrative/clerical staff) for 10 survey composites, the average of the 10 composites and an overall patient safety rating using multivariate hierarchical linear regressions.

Results: We analysed data from 828 medical offices with responses from 15 523 providers and staff, with an average 20 completed surveys per medical office (range: 5-367) and an average medical office response rate of 65% (range: 3%-100%). Management had significantly more positive patient safety culture perceptions on nine of 10 composite scores compared with all other job positions, including physicians. The composite that showed the largest difference was Communication Openness; Management (85% positive) was 22% points more positive than other clinical and support staff and administrative/clerical staff. Physicians were significantly more positive than PAs/NPs, nursing staff, other clinical and support staff and administrative/clerical staff on four composites: Communication About Error, Communication Openness, Staff Training and Teamwork, ranging from 3% to 20% points more positive.

Conclusions: These findings suggest that managers need to pay attention to the training needs of office staff, since this was an area with one of the greatest gaps in perceptions. In addition, both office managers and physicians need to encourage more open communication. As medical offices innovate to improve value, efficiency and patient-centred care, it is important that they continue to foster shared perceptions about what organisational members need, understanding that those perceptions may differ systematically by job position.

Keywords: Ambulatory care; Medication safety; Patient safety; Safety culture

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 25(8): 588-94; 2016. DOI: 10.1136/bmjqs-2014-003914.