Efeito de um curso de e-learning interativo baseado em estudos de casos sobre os conhecimentos e atitudes sobre a segurança do paciente: um estudo quase-experimental com estudantes de Medicina do terceiro ano
Contexto: A segurança do paciente (SP) é influenciada por uma série de fatores em vários níveis do sistema de saúde. Portanto, é necessário utilizar uma abordagem e um pensamento sistêmicos para compreender e melhorar a SP. O uso do e-learning pode ajudar a desenvolver o pensamento sistêmico em estudantes de Medicina, pois permite utilizar estudos de casos audiovisuais para visualizar as relações sistêmicas nas organizações. O objetivo deste estudo quase-experimental foi determinar se o e-learning pode ser utilizado para melhorar o pensamento sistêmico, os conhecimentos e as atitudes em relação à SP.
Métodos: Utilizamos um desenho quase-experimental longitudinal do tipo sujeito único. Os participantes eram 321 estudantes de Medicina do terceiro ano, que preencheram questionários online antes e após a participação num curso de e-learning sobre SP. Os desfechos primários foram os níveis de pensamento sistêmico e as atitudes em relação à SP. O desfecho secundário foi a melhoria nos conhecimentos específicos de SP gerada pelo curso.
Resultados: Os níveis de pensamento sistêmico melhoraram significativamente (58,72 vs. 61,27; p<0,001) após o curso. As atitudes dos estudantes em relação à segurança do paciente melhoraram em várias dimensões: após o curso, os estudantes deram maiores pontuações à influência do cansaço sobre a segurança (6,23 vs. 6,42, p<0,01), deram mais importância ao empoderamento do paciente (5,16 vs. 5,93, p<0,001 ) e perceberam com mais frequência que os erros humanos são inevitáveis (5,75 vs. 5,97, p<0,05). Os conhecimentos sobre SP melhoraram – de 36,27% de respostas certas antes para 76,45% após o curso (p<0,001).
Conclusões: Nossos resultados sugerem que o e-learning pode ser usado para ensinar SP. As atitudes em relação à SP melhoraram em várias dimensões. Além disso, demonstramos que um programa de e-learning especificamente projetado pode promover o desenvolvimento de referenciais conceituais como o pensamento sistêmico, o que facilita a compreensão dos sistemas sociotécnicos complexos que existem nas organizações de saúde.
Background: Patient safety (PS) is influenced by a set of factors on various levels of the healthcare system. Therefore, a systems-level approach and systems thinking is required to understand and improve PS. The use of e-learning may help to develop a systems thinking approach in medical students, as case studies featuring audiovisual media can be used to visualize systemic relationships in organizations. The goal of this quasi-experimental study was to determine if an e-learning can be utilized to improve systems thinking, knowledge, and attitudes towards PS.
Methods: A quasi-experimental, longitudinal within- subjects design was employed. Participants were 321 third-year medical students who received online surveys before and after they participated in an e-learning course on PS. Primary outcome measures where levels of systems thinking and attitudes towards PS. Secondary outcome measures were the improvement of PS specific knowledge through the e-learning course.
Results: Levels of systems thinking showed significant improvement (58.72 vs. 61.27; p < .001) after the e-learning. Student's attitudes towards patient safety improved in several dimensions: After the course, students rated the influence of fatigue on safety higher (6.23 vs. 6.42, p < .01), considered patient empowerment more important (5.16 vs. 5.93, p < .001) and realized more often that human error is inevitable (5.75 vs. 5.97, p < .05). Knowledge on PS improved from 36.27 % correct answers before to 76.45 % after the e-learning (p < .001).
Conclusions: Our results suggest that e-learning can be used to teach PS. Attitudes towards PS improved on several dimensions. Furthermore, we were able to demonstrate that a specifically designed e-learning program can foster the development of conceptual frameworks such as systems thinking, which facilitates the understanding of complex socio-technical systems within healthcare organisations.
