Estratégias de redução de danos em ambientes de cuidado agudo para pessoas que usam álcool e/ou drogas: uma revisão de escopo
CONTEXTO: As pessoas que usam álcool e/ou drogas (PUADs) têm maior risco de doenças infecciosas, estigma e hospitalização recorrente. Além disso, têm maior probabilidade de morrerem quando hospitalizadas em comparação com o resto da população. As estratégias de redução de danos em ambientes de cuidado agudo têm se mostrado promissoras para mitigar alguns dos danos sofridos por PUADs. Esta revisão procurou identificar e sintetizar as evidências relacionadas à implementação de estratégias de redução de danos em ambientes de cuidado agudo. MÉTODOS: Realizamos uma revisão de escopo para investigar estratégias de redução de danos implementadas em ambientes de cuidado agudo para PUADs. Utilizamos uma estratégia de busca desenvolvida por um especialista treinado pela JBI para pesquisar cinco bases de dados (Medline, Embase, CINAHL, PsychInfo e Scopus). Dois revisores independentes fizeram, em duplicado, a triagem de títulos, resumos e textos completos e a extração de dados. As discrepâncias foram resolvidas por consenso ou com a participação de um terceiro revisor. Os resultados foram descritos de forma narrativa e em tabelas. Tanto pacientes quanto administradores do sistema de saúde contribuíram para o desenvolvimento do protocolo, a triagem de artigos, a síntese e feedback dos resultados e a identificação de lacunas na literatura. RESULTADOS: A busca na base de dados identificou 14.580 títulos, e 59 estudos foram incluídos na revisão. Identificamos uma variedade de modalidades de intervenção, incluindo farmacológicas, apoio à decisão, consumo mais seguro, detecção precoce de overdose e a prática de negligenciar o problema. Os desfechos relatados estiveram relacionados ao uso mais seguro, uso gerenciado e condições de uso. As barreiras e fatores facilitadores da implementação estiveram relacionados a fatores sistêmicos e organizacionais, à comunicação entre pacientes e profissionais e às suas perspectivas. CONCLUSÃO: Esta revisão destaca os tipos de estratégias de redução de danos relacionados ao álcool e drogas que foram avaliados e/ou implementados em ambientes de cuidado agudo, bem como os desfechos usados nessas avaliações, e sintetiza as principais barreiras e fatores facilitadores para a implementação. Esta revisão pode servir como um recurso para futuras iniciativas de avaliação e implementação de estratégias de redução de danos em ambientes de cuidado agudo.
BACKGROUND: People who use alcohol and/or drugs (PWUAD) are at higher risk of infectious disease, experiencing stigma, and recurrent hospitalization. Further, they have a higher likelihood of death once hospitalized when compared to people who do not use drugs and/or alcohol. The use of harm reduction strategies within acute care settings has shown promise in alleviating some of the harms experienced by PWUAD. This review aimed to identify and synthesize evidence related to the implementation of harm reduction strategies in acute care settings. METHODS: A scoping review investigating harm reduction strategies implemented in acute care settings for PWUAD was conducted. A search strategy developed by a JBI-trained specialist was used to search five databases (Medline, Embase, CINAHL, PsychInfo and Scopus). Screening of titles, abstracts and full texts, and data extraction was done in duplicate by two independent reviewers. Discrepancies were resolved by consensus or with a third reviewer. Results were reported narratively and in tables. Both patients and healthcare decision makers contributing to the development of the protocol, article screening, synthesis and feedback of results, and the identification of gaps in the literature. FINDINGS: The database search identified 14,580 titles, with 59 studies included in this review. A variety of intervention modalities including pharmacological, decision support, safer consumption, early overdose detection and turning a blind eye were identified. Reported outcome measures related to safer use, managed use, and conditions of use. Reported barriers and enablers to implementation related to system and organizational factors, patient-provider communication, and patient and provider perspectives. CONCLUSION: This review outlines the types of alcohol and/or drug harm reduction strategies, which have been evaluated and/or implemented in acute care settings, the type of outcome measures used in these evaluations and summarizes key barriers and enablers to implementation. This review has the potential to serve as a resource for future harm reduction evaluation and implementation efforts in the context of acute care settings.
