Estudo qualitativo sobre o que, a quem, quando, onde e como informar a ocorrência de um evento adverso

MIRA, J. J. ; FERRÚS, L. ; SILVESTRE, C. ; OLIVEIRA, G.
Título original:
Qualitative study on what, who, when, where and how to inform patients after an adverse event
Resumo:

Objetivo: Explorar sugestões e recomendações para a abertura de informação aos pacientes após a ocorrência de eventos adversos (EAs) em ambientes nos quais os profissionais de saúde não contam com privilégios jurídicos.

Métodos: Estudo qualitativo baseado na realização de grupos focais/Metaplan. Este estudo foi realizado com médicos e enfermeiros da atenção primária e de hospitais, que trabalham no sistema público de saúde da Espanha.

Resultados: O estudo envolveu 27 profissionais de saúde com 8 a 30 anos de experiência: 15 (56%) médicos e 12 (44%) enfermeiros, dos quais 13 (48%) trabalhavam em hospitais. Chegou-se a um consenso sobre: como (de forma honesta, com uma linguagem aberta e direta), onde (evitar corredores, garantir a privacidade) e quando revelar informações (com agilidade, mas sem precipitação, assim que a informação for obtida e após refletir sobre o momento mais adequado segundo a natureza do EA). Houve controvérsias sobre o que dizer ao paciente quando o EA teve consequências graves e houve dúvidas sobre os tipos de incidentes que devem ser informados, sobre quem recai a responsabilidade de promover a abertura de informação (o profissional de saúde envolvido no EA ou outro profissional ligado ao paciente, o papel dos profissionais clínicos e da equipe de administração) e em que casos um pedido de desculpas pode representar um problema.

Conclusões: A gravidade do EA determina quem deve conversar com o paciente, tanto no ambiente hospitalar como na atenção primária. A forma mais adequada de transmitir um pedido de desculpas ao paciente depende do EA. Uma ação rápida, direta, empática e proativa, acompanhada de informações sobre indenizações pelos danos sofridos, pode reduzir a intenção do paciente de mover uma ação judicial.

Resumo Original:

Objective: To explore suggestions and recommendations for conducting open disclosure with a patient after an adverse event in a setting without professionals' legal privileges.

Method: Qualitative study conducting focus groups/Metaplan. This study was conducted with physicians and nurses from Primary Care and Hospitals working in the public health system in Spain.

Results: Twenty-seven professionals were involved 8-30 years of experience, 15 (56%) medical and 12 (44%) nurses, 13 (48%) worked in hospitals. Consensus was obtained on: how (honesty and open and direct language), where (avoid corridors, with privacy), and when to disclose (with agility but without precipitation, once information is obtained, and after reflecting on the most suitable according to the nature of the AE). There was controversy as to what to say to the patient when the AE had serious consequences and doubts about what type of incidents must be reported; who should be required to disclose (the professional involved in the AE or other professional related to the patient, the role of the staff and the management team); and in which cases an apology can be a problem.problem.

Conclusions: The severity of the AE determines who should talk with the patient in both hospital and primary care. The most appropriate way to convey an apology to the patient depends of the AE. An early, direct, empathetic and proactive action accompanied by information about compensation for the harm suffered could reduce the litigation intention.

Keywords: Adverse events; Atención Primaria; Eventos adversos; Healthcare providers; Hospital; Patient safety; Primary care; Profesionales de la salud; Seguridad del paciente

Fonte:
Enfermería clínica ; 2016. DOI: 10.1016/j.enfcli.2016.04.002.
Nota Geral:

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