Experiências das parteiras com uma lista de verificação de parto seguro: um estudo de teoria fundamentada
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar as experiências das parteiras com uma lista de verificação de parto seguro usada em situações de passagem de caso desde o nascimento até a alta hospitalar. A qualidade dos cuidados e a segurança do paciente são altamente reconhecidas e uma prioridade nos serviços de saúde em todo o mundo. Em situações de passagem de caso, as listas de verificação comprovadamente reduzem a variação indesejada por meio da padronização de processos que, por sua vez, contribui para o aumento da qualidade do cuidado. Para melhorar a qualidade dos cuidados, uma lista de verificação de parto seguro foi implementada em uma grande maternidade na Noruega. DESENHO: Realizamos um estudo de teoria fundamentada Glaseriana (GT). CENÁRIO E PARTICIPANTES: Um total de 16 parteiras foi incluído. Incluímos três parteiras em um grupo focal e realizamos 13 entrevistas individuais. Os anos de experiência como parteiras variaram de um a 30 anos. Todas as parteiras incluídas trabalhavam em uma grande maternidade na Noruega. RESULTADOS: A principal preocupação enfrentada pelas parteiras que usaram a lista de verificação foi a falta de um entendimento comum do propósito da lista e de um consenso sobre como usá-la. A teoria fundamentada gerada, interpretação individualista da lista de verificação, envolveu as três estratégias a seguir que pareciam explicar como as parteiras resolviam sua principal preocupação: 1) não questionar a lista de verificação, 2) avaliar constantemente a lista de verificação e 3) distanciar-se da lista de verificação. Vivenciar um evento infeliz relacionado aos cuidados de saúde da mãe ou do recém-nascido foi uma condição que poderia alterar a compreensão das parteiras e o uso da lista de verificação. PRINCIPAIS CONCLUSÕES: Os resultados deste estudo mostraram que uma falta geral de entendimento comum e de consenso sobre a lógica para implementar uma lista de verificação de parto seguro levou a variações entre as parteiras sobre como e se a lista de verificação foi usada. A lista de verificação de parto seguro foi descrita como longa e detalhada. Nem sempre a parteira que devia assinar a lista de verificação era a que tinha realizado as tarefas. Para garantir a segurança da paciente, as recomendações para práticas futuras incluem garantir que seções separadas de uma lista de verificação de parto seguro sejam limitadas a um momento específico e à parteira. IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA: Os resultados enfatizam a importância das estratégias de implementação supervisionadas pelos líderes dos serviços de saúde. Pesquisas adicionais devem explorar a compreensão do contexto organizacional e cultural ao implementar uma lista de verificação de parto seguro para a prática clínica.
BJECTIVE: The aim of this study was to explore midwives' experiences with a safe childbirth checklist used in handover situations from birth to hospital discharge. Quality of care and patient safety is highly recognised and a priority within health services globally. In handover situations, checklists have proven to reduce unwanted variation by standardising processes, which in turn contribute to increased quality of care. To improve the quality of care, a safe childbirth checklist was implemented at a large maternity hospital in Norway. DESIGN: We conducted a Glaserian grounded theory (GT) study. SETTING AND PARTICIPANTS: A total of 16 midwives were included. We included three midwives in one focus group and conducted 13 individual interviews. Years of experience as midwives ranged from one to 30 years. All included midwives worked in a large maternity hospital in Norway. FINDINGS: The main concern faced by the midwives who used the checklist included no common understanding of the purpose of the checklist nor consensus on how to use the checklist. The generated grounded theory, individualistic interpretation of the checklist, involved the following three strategies that all seemed to explain how the midwives solved their main concern: 1) not questioning the checklist, 2) constantly evaluating the checklist, and 3) distancing oneself from the checklist. Experiencing an unfortunate event concerning the healthcare of both mother or newborn was a condition that could alter the midwives understanding and use of the checklist. KEY CONCLUSIONS: The findings in this study showed that a general lack of common understanding and consensus on the rationale for implementing a safe childbirth checklist led to variations between midwives in how and whether the checklist was used. The safe childbirth checklist was described as long and detailed. It was not necessarily the midwife who was expected to sign the checklist who had carried out the tasks signed for. To ensure patient safety, recommendations for future practice include securing that separate sections of a safe childbirth checklist are limited to a specific time-point and midwife. IMPLICATIONS FOR PRACTICE: Findings emphasise the importance of implementation strategies supervised by the leaders of the healthcare services. Further research should explore the understanding of organisational and cultural context when implementing a safe childbirth checklist to clinical practice.