Falha no resgate no trauma geriátrico: o impacto de qualquer complicação aumenta com a idade e a gravidade das lesões em pacientes idosos

David P Stonko ; Eric W Etchill ; Katherine A Giuliano ; Sandra R DiBrito ; Daniel Eisenson ; Trevor Heinrichs ; Jonathan J Morrison
Título original:
Failure to Rescue in Geriatric Trauma: The Impact of Any Complication Increases with Age and Injury Severity in Elderly Trauma Patients
Resumo:

INTRODUÇÃO: A interação entre idade avançada, Índice de Gravidade da Lesão (IGL) e complicações não está bem descrita em pacientes com trauma geriátrico. Formulamos a hipótese de que a taxa de falha no resgate em qualquer complicação piora com a idade e a gravidade da lesão. MÉTODOS: Entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2016, consultamos o National Trauma Data Bank (NTDB) em busca de pacientes traumatizados com idade de 65 anos ou mais. Comparamos os grupos com base nas características demográficas e das lesões. Calculamos as taxas de mortalidade entre subgrupos de idade e de IGL, captando-as na forma de mapas de calor (heatmaps). Utilizamos a regressão logística multivariada para identificar os preditores independentes de mortalidade. RESULTADOS: 614.496 pacientes com trauma geriátrico foram incluídos no estudo; 151.880 (24,7%) sofreram alguma complicação. Os pacientes com complicações tenderam a ser mais velhos, do sexo feminino, não brancos, com traumatismo não contuso, com IGL mais alto e hipotensão na chegada ao hospital. A mortalidade geral foi maior (19%) nos pacientes mais velhos (≥86 anos de idade) e com lesões mais graves (IGL ≥ 25); mantendo-se a idade constante, cada categoria mais elevada nos grupos de IGL esteve associada a um aumento de 157% na mortalidade geral (p<0,001, IC 95%: 148-167%). Mantendo-se o IGL estável, o aumento de cada faixa etária esteve associado a um aumento de 48% na mortalidade geral (p<0,001, IC 95%: 44-52%). Após o controle das variáveis demográficas padrão no momento da apresentação, a existência de qualquer complicação foi um preditor independente da mortalidade geral em pacientes geriátricos (OR: 2,3; IC 95%: 2,2-2,4). CONCLUSÕES: Qualquer complicação representou um fator de risco independente para a mortalidade, que aumentou também com o aumento da idade e do IGL em pacientes geriátricos. As diferenças na falha no resgate entre as diferentes populações podem refletir diferenças críticas na vulnerabilidade fisiológica, que podem representar alvos para intervenções.
 

Resumo Original:

INTRODUCTION: The interaction of increasing age, Injury Severity Score (ISS), and complications is not well described in geriatric trauma patients. We hypothesized that failure to rescue rate from any complication worsens with age and injury severity. METHODS: The National Trauma Data Bank (NTDB) was queried for injured patients aged 65 years or older from January 1, 2013 through December 31, 2016. Demographics and injury characteristics were used to compare groups. Mortality rates were calculated across subgroups of age and ISS, and captured with heatmaps. Multivariable logistic regression was performed to identify independent predictors of mortality. RESULTS: 614,496 geriatric trauma patients were included; 151,880 (24.7%) experienced a complication. Those with complications tended to be older, female, non-white, have non-blunt mechanism, higher ISS, and hypotension on arrival. Overall mortality was highest (19%) in the oldest (≥86 years old) and most severely injured (ISS ≥ 25) patients, with constant age increasing across each ISS group was associated with a 157% increase in overall mortality (P < .001, 95% CI: 148-167%). Holding ISS stable, increasing age group was associated with a 48% increase in overall mortality (P < .001, 95% CI: 44-52%). After controlling for standard demographic variables at presentation, the existence of any complication was an independent predictor of overall mortality in geriatric patients (OR: 2.3; 95% CI: 2.2-2.4). CONCLUSIONS: Any complication was an independent risk factor for mortality, and scaled with increasing age and ISS in geriatric patients. Differences in failure to rescue between populations may reflect critical differences in physiologic vulnerability that could represent targets for interventions.
 

Fonte:
American Surgeon ; 87(11): 1760-1765.; 2022. DOI: 10.1177/00031348211054072.