Fatores que influenciam a implementação de normas de saúde e assistência social endossados em nível nacional e internacional: uma revisão sistemática e metassíntese
INTRODUÇÃO: Padrões de saúde e assistência social têm sido amplamente adotados como intervenções de melhoria da qualidade. Esses padrões geralmente são compostos por declarações baseadas em evidências que descrevem um cuidado seguro, de alta qualidade e centrado na pessoa, como um desfecho ou processo da prestação do cuidado. Eles envolvem grupos de interesse em múltiplos níveis e múltiplas atividades, em diversos serviços. Por isso, existem dificuldades relacionadas à sua implementação. A literatura existente sobre o tema tem se concentrado em programas de acreditação e regulamentação, e há evidências limitadas para fundamentar estratégias de implementação especificamente adaptadas para promover a implementação de padrões. Esta revisão sistemática procurou identificar e descrever as barreiras e os fatores facilitadores descritos com mais frequência na implementação de normas endossadas em nível nacional ou internacional, a fim de fundamentar a seleção de estratégias que possam otimizar a sua implementação. MÉTODOS: Fizemos pesquisas nas bases de dados Medline, CINAHL (Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature), SocINDEX, Google Scholar, OpenGrey e GreyNet International, complementadas por buscas manuais nos sites de organismos de estabelecimento de padrões e nas listas de referências dos estudos incluídos. Incluímos estudos primários qualitativos, quantitativos, descritivos e de métodos mistos que relatassem os fatores facilitadores e as barreiras para a implementação de normas endossadas em nível nacional ou internacional. Dois pesquisadores fizeram a triagem independente dos resultados da pesquisa e conduziram a extração de dados, a avaliação metodológica e a avaliação CERQual (Confidence in Evidence from Reviews of Qualitative Research). Conduzimos uma análise indutiva usando a metassíntese de Sandelowski e medimos os tamanhos de efeito de frequência (frequency effect sizes, FES) para os fatores facilitadores e barreiras. RESULTADOS: A pesquisa inicial identificou 4.072 artigos, sendo incluídos 35 estudos na síntese final. De um total de 322 achados descritivos, foram criadas 22 declarações temáticas que descreviam os fatores facilitadores, agrupadas em seis temas. De um total de 376 achados descritivos, foram criadas 24 declarações temáticas que descreviam as barreiras, agrupadas em seis temas. Os fatores facilitadores mais prevalentes com avaliações CERQual classificadas como altas foram: ferramentas de apoio disponíveis em nível local (FES 55%), cursos de capacitação para aumentar o conhecimento e a conscientização sobre as normas (FES 52%) e compartilhamento de conhecimentos e colaboração interprofissional (FES 45%). As barreiras mais prevalentes com avaliações CERQual classificadas como altas foram: falta de conhecimento sobre as normas (FES 63%), escassez de pessoal (FES 46%) e fundos insuficientes (FES 43%). CONCLUSÕES: Os fatores facilitadores descritos com mais frequência estão relacionados à disponibilidade de ferramentas de apoio, educação e aprendizagem compartilhada. As barreiras descritas com mais frequência estão relacionadas à falta de conhecimento sobre os padrões, escassez de pessoal e escassez de recursos financeiros. A incorporação desses resultados na seleção de estratégias de implementação aumentará a probabilidade de que os padrões sejam bem implementados e, consequentemente, promoverá um cuidado seguro e de qualidade para os usuários dos serviços de saúde e assistência social.
BACKGROUND: Health and social care standards have been widely adopted as a quality improvement intervention. Standards are typically made up of evidence-based statements that describe safe, high-quality, person-centred care as an outcome or process of care delivery. They involve stakeholders at multiple levels and multiple activities across diverse services. As such, challenges exist with their implementation. Existing literature relating to standards has focused on accreditation and regulation programmes and there is limited evidence to inform implementation strategies specifically tailored to support the implementation of standards. This systematic review aimed to identify and describe the most frequently reported enablers and barriers to implementing (inter)nationally endorsed standards, in order to inform the selection of strategies that can optimise their implementation. METHODS: Database searches were conducted in Medline, CINAHL (Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature), SocINDEX, Google Scholar, OpenGrey and GreyNet International, complemented by manual searches of standard-setting bodies' websites and hand searching references of included studies. Primary qualitative, quantitative descriptive and mixed methods studies that reported enablers and barriers to implementing nationally or internationally endorsed standards were included. Two researchers independently screened search outcomes and conducted data extraction, methodological appraisal and CERQual (Confidence in Evidence from Reviews of Qualitative research) assessments. An inductive analysis was conducted using Sandelowski's meta-summary and measured frequency effect sizes (FES) for enablers and barriers. RESULTS: 4072 papers were retrieved initially with 35 studies ultimately included. Twenty-two thematic statements describing enablers were created from 322 descriptive findings and grouped under six themes. Twenty-four thematic statements describing barriers were created from 376 descriptive findings and grouped under six themes. The most prevalent enablers with CERQual assessments graded as high included: available support tools at local level (FES 55%); training courses to increase awareness and knowledge of the standards (FES 52%) and knowledge sharing and interprofessional collaborations (FES 45%). The most prevalent barriers with CERQual assessments graded as high included: a lack of knowledge of what standards are (FES 63%), staffing constraints (FES 46%), insufficient funds (FES 43%). CONCLUSIONS: The most frequently reported enablers related to available support tools, education and shared learning. The most frequently reported barriers related to a lack of knowledge of standards, staffing issues and insufficient funds. Incorporating these findings into the selection of implementation strategies will enhance the likelihood of effective implementation of standards and subsequently, improve safe, quality care for people using health and social care services.