Fluxo de informações durante as transições de cuidado em traumatismos pediátricos: elementos que se perdem pelo caminho

Peter Leonard Titus Hoonakker ; Abigail Rayburn Wooldridge ; Bat-Zion Hose ; Pascale Carayon ; Ben Eithun ; Thomas Berry BrazeltonIII ; Jonathan Emerson Kohler
Título original:
Information flow during pediatric trauma care transitions: things falling through the cracks
Resumo:

O trauma pediátrico é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em crianças nos EUA. Todos os anos, cerca de 10 milhões de crianças são avaliadas em serviços de emergência (SEs) por lesões traumáticas, resultando em 250.000 internações hospitalares e 10.000 mortes. O cuidado do trauma pediátrico em hospitais é distribuído no tempo e no espaço e é particularmente complexo, com o envolvimento de equipes de saúde grandes e fluidas. Várias equipes clínicas (incluindo serviços de emergência, cirurgia, anestesiologia e terapia intensiva pediátrica) convergem para apoiar o tratamento de traumatismos no SE; esta co-localização no SE pode facilitar a comunicação, a coordenação e a cooperação dos membros das equipes. Os casos mais graves muitas vezes precisam de cirurgia no centro cirúrgico (CC) e são internados em unidades de terapia intensiva pediátricas (UTIPs). Estas transições no cuidado do trauma pediátrico podem resultar na perda de informações ou na transferência de informações incorretas, o que pode afetar negativamente o cuidado que uma criança irá receber. Neste estudo, entrevistamos 18 profissionais clínicos sobre a comunicação e a coordenação durante as transições de cuidado entre o SE, o CC e a UTIP no trauma pediátrico. Depois das entrevistas, realizamos inquéritos com os profissionais sobre a segurança do paciente durante essas transições. Os resultados deste estudo mostram que, embora os diversos serviços e unidades envolvidos no trauma pediátrico cooperem bem durante os casos de trauma, muitas vezes perdem-se informações importantes sobre o cuidado de saúde durante a transição dos pacientes entre as unidades. Para gerir com segurança as transições desta população frágil e complexa, precisamos encontrar maneiras de gerir melhor o fluxo de informações durante as transições — por exemplo, oferecendo apoio tecnológico para garantir a formação de modelos mentais compartilhados.

Resumo Original:

Pediatric trauma is one of the leading causes of morbidity and mortality in children in the USA. Every year, nearly 10 million children are evaluated in emergency departments (EDs) for traumatic injuries, resulting in 250,000 hospital admissions and 10,000 deaths. Pediatric trauma care in hospitals is distributed across time and space, and particularly complex with involvement of large and fluid care teams. Several clinical teams (including emergency medicine, surgery, anesthesiology, and pediatric critical care) converge to help support trauma care in the ED; this co-location in the ED can help to support communication, coordination and cooperation of team members. The most severe trauma cases often need surgery in the operating room (OR) and are admitted to the pediatric intensive care unit (PICU). These care transitions in pediatric trauma can result in loss of information or transfer of incorrect information, which can negatively affect the care a child will receive. In this study, we interviewed 18 clinicians about communication and coordination during pediatric trauma care transitions between the ED, OR and PICU. After the interview was completed, we surveyed them about patient safety during these transitions. Results of our study show that, despite the fact that the many services and units involved in pediatric trauma cooperate well together during trauma cases, important patient care information is often lost when transitioning patients between units. To safely manage the transition of this fragile and complex population, we need to find ways to better manage the information flow during these transitions by, for instance, providing technological support to ensure shared mental models.
 

Fonte:
Internal and Emergency Medicine ; 14(5): 797–805; 2019. DOI: doi.org/10.1007/s11739-019-02110-7.