Frequência de alertas passivos em prontuários eletrônicos na UTI: mais uma forma de fadiga de alertas?

KIZZIER-CARNAHAN, V. ; ARTIS, K. A. ; MOHAN, V, ; GOLD, J. A.
Título original:
Frequency of Passive EHR Alerts in the ICU: Another Form of Alert Fatigue?
Resumo:

Objetivos: A unidade de terapia intensiva (UTI) é um ambiente complexo com uma grande densidade de dados e alertas. A fadiga de alertas, por sua vez, constitui um obstáculo reconhecido para a segurança do paciente. O prontuário eletrônico (PE) é uma fonte importante desses alertas. Embora vários estudos tenham examinado a incidência e o impacto dos alertas ativos no PE, poucos estudos avaliaram o impacto dos alertas passivos sobre a segurança do paciente.

Métodos: Fizemos uma revisão de 100 PEs de pacientes internados em uma UTI. Avaliamos o número de valores marcados como anormais ou como "pânico" em todos os domínios de dados. Utilizamos dados de nossos estudos anteriores para determinar as 10 telas consultadas com mais frequência durante a preparação das visitas, a fim de estabelecer o número total de vezes em que seria esperado observar um valor anormal.

Resultados: Houve 64,1 alertas passivos por paciente por dia, dos quais apenas 4,5% foram considerados valores de "pânico". Ao considerarmos as telas do PE consultadas com frequência pelos profissionais de saúde, o valor aumentou para 165,3 alertas por paciente por dia. Valores laboratoriais representaram 71% dos alertas; o restante esteve ligado aos sinais vitais (25%) e à medicação (6%). Apesar da alta prevalência de alertas, certos domínios, como as configurações da ventilação mecânica (0,04 alertas por dia), raramente provocaram alertas.

Conclusões: Em média, o paciente internado numa UTI gera um grande número de alertas passivos diariamente, muitos dos quais podem ser clinicamente irrelevantes. Problemas ligados ao desenho e à utilização do PE provavelmente ampliam este problema. Nossos resultados demonstram a necessidade de realizar novos estudos para compreender de que forma uma elevada carga de alertas passivos afeta a tomada de decisões clínicas e como desenhar os alertas passivos de modo a otimizar a sua utilidade clínica.

Resumo Original:

Objetives: The intensive care unit (ICU) is a complex environment in terms of data density and alerts, with alert fatigue, a recognized barrier to patient safety. The Electronic Health Record (EHR) is a major source of these alerts. Although studies have looked at the incidence and impact of active EHR alerts, little research has studied the impact of passive data alerts on patient safety.

Method: We reviewed the EHR database of 100 consecutive ICU patient records; within, we assessed the number of values flagged as either as abnormal or "panic" across all data domains. We used data from our previous studies to determine the 10 most commonly visited screens while preparing for rounds to determine the total number of times, an abnormal value would be expected to be viewed.

Results: There were 64.1 passive alerts/patient per day, of which only 4.5% were panic values. When accounting for the commonly used EHR screens by providers, this was increased to 165.3 patient/d. Laboratory values comprised 71% of alerts, with the remaining occurring in vitals (25%) and medications (6%). Despite the high prevalence of alerts, certain domains including ventilator settings (0.04 flags/d) were rarely flagged.

Conclusions: The average ICU patient generates a large number of passive alerts daily, many of which may be clinically irrelevant. Issues with EHR design and use likely further magnify this problem. Our results establish the need for additional studies to understand how a high burden of passive alerts impact clinical decision making and how to design passive alerts to optimize their clinical utility.This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution-Non Commercial-No Derivatives License 4.0 (CCBY-NC-ND), where it is permissible to download and share the work provided it is properly cited. The work cannot be changed in any way or used commercially.

Fonte:
Journal of Patient Safety ; 2016. DOI: 10.1097/PTS.0000000000000270.
Nota Geral:

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