Gerenciando as consequências de incidentes graves relacionados à segurança do paciente no NHS britânico: um estudo baseado em inquéritos online

PINTO, A. ; FAIZ, O. ; VINCENT, C.
Título original:
Managing the after effects of serious patient safety incidents in the NHS: an online survey study
Resumo:

Objetivo: Examinar o atual estado da prática do NHS britânico quanto à comunicação de incidentes graves relacionados à segurança do paciente aos pacientes e suas famílias e quanto ao apoio oferecido a todas as partes envolvidas.

Desenho: Estudo transversal baseado em inquéritos online.

Participantes: 209 gerentes de segurança do paciente responsáveis pela política "Being Open" (taxa de resposta: 54%).

Ambiente: NHS Trusts na Inglaterra.

Resultados: 98% dos participantes relataram estar familiarizados com a diretriz "Being Open" da National Patient Safety Agency e 82% afirmaram implementá-la em mais da metade dos incidentes. Entretanto, a pronta transmissão de informações não foi realizada rotineiramente - dois terços das discussões ocorrem entre 3 e 6 semanas após a investigação. A frequência com que os profissionais assumiram a responsabilidade pelos danos foi baixa nos incidentes de diferentes gravidades, porém foi significativamente mais baixa nos casos menos graves (p < 0,001). O acompanhamento de longo prazo dos pacientes e a concessão de indenizações ex gratia ocorreram em menos da metade dos casos. As barreiras consideradas mais importantes para a política de transparência foram o medo, por parte dos profissionais, de reações negativas dos pacientes ou de suas famílias e a aflição em relação a processos judiciais. Práticas de apoio aos profissionais, como reuniões após a ocorrência de um incidente e treinamento voltado para a transparência, foram consideradas de extrema importância, mas nem sempre estão disponíveis.

Conclusões: Os gerentes de segurança do paciente em organizações do NHS na Inglaterra têm bastante consciência da importância da transparência, mas ainda há muito a ser melhorado no gerenciamento das consequências de incidentes relacionados à segurança do paciente. São necessários mais estudos sobre as preferências dos pacientes e dos profissionais de saúde em relação ao apoio oferecido após a ocorrência de incidentes relacionados à segurança do paciente.

Resumo Original:

Objective: To examine the current state of practice in English NHS Trusts in relation to the communication of serious patient safety incidents to patients and families and support for all parties involved.

Design: Cross-sectional design using online surveys.

Participants: 209 patient safety managers, responsible for the ‘Being Open' policy (54% response rate).Setting English NHS Trusts.

Results: 98% of the participants reported that they are familiar with the National Patient Safety Agency Being Open guidance and 82% that they implement it more than half the time when incidents occur. However, provision of timely information was not reported as routine, with two-thirds of the discussions taking place 3-6 weeks after the investigation. The frequency of taking responsibility for harm was low for incidents of different severity levels but significantly lower for less serious ones (p<0.001). Follow-ups of patients in the long term and ex gratia payments were provided less than half the time. The most highly rated barriers to being open were clinical staff's fear of negative reactions from patients or their families and anxiety about litigation. Support practices for staff, such as debriefing and training on being open, were acknowledged as highly important but not always available.

Conclusions: Awareness of the importance of being open is high among patient safety managers in English NHS Trusts, but there is still considerable scope for improvement in the management of the after effects of patient safety incidents. More research is needed on patients' and healthcare professionals' preferences for support after patient safety incidents.

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 21(12): 1001-1008; 2012. DOI: 10.1136/bmjqs-2012-000826 .
DECS:
Segurança do paciente, políticas públicas de saúde, Reino Unido, continuidade da assistência ao paciente