Higienização das mãos antes de calçar luvas não estéreis: crenças e práticas dos profissionais da saúde

Baloh, J ; Thom, KA ; Perencevich, E ; Rock, C ; Robinson, G ; Ward, M ; Herwaldt, L
Título original:
Hand hygiene before donning nonsterile gloves: Healthcareworkers' beliefs and practices
Resumo:

CONTEXTO:
A compreensão das percepções e crenças dos profissionais da saúde sobre o uso de luvas e a higienização das mãos (HM) pode ser útil e tem o potencial de melhorar a prática clínica. A pesquisa nesta área é limitada. Este estudo examinou as práticas e crenças dos profissionais da saúde sobre o uso de luvas não estéreis e a HM antes de calçar as luvas.
MÉTODOS:
O estudo foi conduzido em 3 grandes hospitais universitários dos EUA usando um desenho de métodos mistos convergentes e paralelos. Para estimar as taxas de adesão, observamos, durante 6 meses, como os profissionais da saúde calçavam as luvas e realizavam a HM ao entrarem nos quartos dos pacientes. Realizamos entrevistas com 25 profissionais, enfermeiros e auxiliares de enfermagem para investigar as suas crenças e percepções sobre essas práticas.
RESULTADOS:
As taxas observadas de adesão à HM antes de calçar as luvas foram de 42%, ainda que, nas entrevistas, a maioria dos profissionais da saúde tenha relatado 100% de adesão. A adesão observada em relação à colocação de luvas antes de entrar nos quartos de pacientes com precaução de contato foi de 78%, embora todos os profissionais da saúde tenham afirmado que sempre calçavam luvas nessas situações. A maioria dos profissionais descreveu o uso de luvas de forma mais frequente que o necessário. Os profissionais da saúde geralmente usam luvas para a sua própria segurança e higienizam as mãos antes de calçar as luvas para a segurança do paciente. Foram discutidas diversas barreiras à adesão à HM antes de calçar as luvas, incluindo a crença de que as luvas oferecem proteção suficiente.
CONCLUSÕES:
A HM e o uso de luvas estão muito interligados na prática clínica e devem ser considerados conjuntamente nos esforços para melhorar a prevenção de infecções.
PALAVRAS-CHAVE:
adesão; uso de luvas; higienização das mãos; hospitais; percepções

Resumo Original:

BACKGROUND:
Understanding the perceptions and beliefs of health care workers (HCWs) regarding glove use and associated hand hygiene (HH) may be informative and ultimately improve practice. Research in this area is limited. This study examined the practices and beliefs of HCWs surrounding the use of nonsterile gloves and HH before gloving.
METHODS:
The study was conducted at 3 large academic US hospitals using a parallel convergent mixed-method design. To estimate compliance rates, the gloving and HH practices of HCWs were observed at entry to patient rooms for 6 months. Interviews were conducted with 25 providers, nurses, and nursing assistants to investigate their beliefs and perceptions of these practices.
RESULTS:
Observed HH compliance rates before gloving were 42%, yet in the interviews most HCWs reported 100% compliance. Observed compliance with gloving before entering contact precaution rooms was 78%, although all HCWs reported always gloving for standard and contact precautions. Most HCWs described using gloves more often than necessary. HCWs generally use gloves for their own safety and sanitize hands before gloving for patient safety. Numerous barriers to compliance with HH before gloving were discussed, including beliefs that gloves provide enough protection.
CONCLUSIONS:
HH and glove use are highly intertwined in clinical practice and should be considered jointly in infection prevention improvement efforts.
KEYWORDS:
Compliance; Glove use; Hand sanitation; Hospitals; Perceptions

Fonte:
American Journal of Infection Control ; 47(5): 492-497; 2020. DOI: 10.1016/j.ajic.2018.11.015.