Hipertensão em crianças e adolescentes

A construção de um banco de dados nacional sobre os níveis de pressão arterial recomendados ao longo da infância contribuiu para o reconhecimento da hipertensão em crianças e adolescentes. A epidemia de obesidade infantil, o risco de desenvolvimento de hipertrofia ventricular esquerda e evidências do surgimento precoce de aterosclerose em crianças tornariam a detecção da hipertensão infantil e a intervenção sobre ela importantes fatores na redução dos riscos de longo prazo à saúde; entretanto, há uma escassez de dados de apoio. A hipertensão secundária é mais comum em crianças pré-adolescentes e a maioria dos casos é causada por doenças renais. A hipertensão primária ou essencial é mais comum em adolescentes e possui muitos fatores de risco, entre eles a obesidade e uma história familiar de hipertensão. A avaliação consiste numa anamnese e exame físico completos, exames laboratoriais e estudos especializados. A conduta é multifacetada. Dentre os tratamentos não-farmacológicos estão a redução de peso, a prática de exercício e modificações dietéticas. O tratamento farmacológico é recomendado na hipertensão sintomática, quando há evidências de lesão de órgãos-alvo, na hipertensão estágio 2, na hipertensão estágio 1 não responsiva a alterações no estilo de vida e na hipertensão com diabetes mellitus.

The development of a national database on normative blood pressure levels throughout childhood has contributed to the recognition of elevated blood pressure in children and adolescents. The epidemic of childhood obesity, the risk of developing left ventricular hypertrophy, and evidence of the early development of atherosclerosis in children would make the detection of and intervention in childhood hypertension important to reduce long-term health risks; however, supporting data are lacking. Secondary hypertension is more common in preadolescent children, with most cases caused by renal disease. Primary or essential hypertension is more common in adolescents and has multiple risk factors, including obesity and a family history of hypertension. Evaluation involves a thorough history and physical examination, laboratory tests, and specialized studies. Management is multifaceted. Nonpharmacologic treatments include weight reduction, exercise, and dietary modifications. Recommendations for pharmacologic treatment are based on symptomatic hypertension, evidence of endorgan damage, stage 2 hypertension, stage 1 hypertension unresponsive to lifestyle modifications, and hypertension with diabetes mellitus.