Impacto da redução das horas de trabalho de médicos em formação sobre a educação médica e os resultados do cuidado: revisão sistemática

BEARD, D. ; MILLEN, A. ; SHAHI, N. ; LOWERY, L. ; MOONESINGHE, S. R.
Título original:
Impact of reduction in working hours for doctors in training on postgraduate medical education and patients' outcomes: systematic review
Resumo:

Objetivos: Determinar se a redução nas horas de trabalho de médicos em formação ao nível da pós-graduação afeta medidas objetivas de educação médica e os resultados do cuidado.

Desenho: Revisão sistemática.

Fontes de dados: Pesquisamos os bancos de dados Medline, Embase, ISI Web of Science, Google Scholar, ERIC e SIGLE, sem restrição de idiomas, buscando artigos publicados entre 1990 e dezembro de 2010. Também investigamos listas de referências e citações dos artigos selecionados.

Seleção de estudos: Incluímos estudos que avaliaram o impacto de uma modificação nas horas de trabalho usando qualquer medida objetiva de educação médica ao nível da pós-graduação, de segurança do paciente ou de resultados do cuidado. Qualquer desenho de estudo era elegível para inclusão.

Resultados: Incluímos 72 estudos: 38 examinaram medidas de educação médica, 31 examinaram resultados do cuidado e três investigaram ambos. A redução nas horas de trabalho para menos de 80 horas por semana (de acordo com as recomendações nos EUA) não parece ter afetado negativamente a segurança do paciente e teve um efeito limitado na educação ao nível da pós-graduação. Os relatos do impacto da limitação horária, segundo a legislação europeia, para menos de 56 ou 48 horas por semana têm baixa qualidade e apresentam resultados conflitantes; portanto, não é possível chegar a conclusões seguras.

Conclusões: A redução das horas de trabalho para menos de 80 horas por semana não afetou negativamente os resultados do cuidado nem as medidas de educação médica ao nível da pós-graduação nos EUA. O impacto da redução das horas de trabalho para menos de 56 ou 48 horas por semana no Reino Unido ainda não foi avaliado por estudos de alta qualidade. São necessários mais estudos, sobretudo na União Europeia, que realizem grandes avaliações multicêntricas do impacto da limitação legal das horas de trabalho sobre a educação médica e os resultados do cuidado.

Resumo Original:

Objectives: To determine whether a reduction in working hours of doctors in postgraduate medical training has had an effect on objective measures of medical education and clinical outcome.

Design: Systematic review.

Data sources: Medline, Embase, ISI Web of Science, Google Scholar, ERIC, and SIGLE were searched without language restriction for articles published between 1990 and December 2010. Reference lists and citations of selected articles.

Study selection: Studies that assessed the impact of a change in duty hours using any objective measure of outcome related to postgraduate medical training, patient safety, or clinical outcome. Any study design was eligible for inclusion.

Results: 72 studies were eligible for inclusion: 38 reporting training outcomes, 31 reporting outcomes in patients, and three reporting both. A reduction in working hours from greater than 80 hours a week (in accordance with US recommendations) does not seem to have adversely affected patient safety and has had limited effect on postgraduate training. Reports on the impact of European legislation limiting working hours to less than 56 or 48 a week are of poor quality and have conflicting results, meaning that firm conclusions cannot be made.

Conclusions: Reducing working hours to less than 80 a week has not adversely affected outcomes in patient or postgraduate training in the US. The impact of reducing hours to less than 56 or 48 a week in the UK has not yet been sufficiently evaluated in high quality studies. Further work is required, particularly in the European Union, using large multicentre evaluations of the impact of duty hours' legislation on objective educational and clinical outcomes.

Fonte:
BMJ Open ; 342(d1580): 1-13; 2011. DOI: 10.1136/bmj.d1580.
DECS:
carga de trabalho, estudantes de medicina, educação médica, revisão